Faz o que eu digo....
Mesmo não conhecendo o caso em profundidade e sabendo dele, apenas, o que os jornais noticiam, a responsabilidade de um esgoto da Câmara com a tampa aberta pode ser de uma criança de quatro anos ou dos pais que a deixam sair para brincar? Se não pode ser, se os Tribunais julgam e condenam uma autarquia pela morte da criança e obrigam os responsáveis a pagar uma indemnização aos pais, é justo que os responsáveis se recusem a pagar, interpondo recurso após recurso e fazendo com que o processo se prolongue por quase dez anos?
Colocar aqui questões politico/partidárias, lembrar outras criticas e outros reparos, poderá parecer um atentado à memória do menino e à dor dos pais. Fiquemo-nos, então, essencialmente, pela humanidade. É humano agir assim?
E juntemos, apenas, a mágoa de ver quem mais clama por justiça acabar por, quando os seus interesses estão em causa, ser igual aos outros. Profundamente insensível. E injusto. Como se algum dinheiro do Mundo pudesse reparar o crime de ter impedido um menino de continuar a brincar. Como se o normal para quem acredita na justiça não fosse disponibilizar tudo o que estivesse ao seu alcance para tentar diminuir o sofrimento dos pais, fazendo justiça. Pois se o dinheiro não lhes traz o seu filho de volta, a indemnização que a Câmara do Seixal não quer pagar, servir-lhes-á como prova que a morte do menino não fica impúne. E, talvez, de esperança que estas e outras incúrias não se repitam. No Seixal ou em qualquer outro lugar.
Que a Câmara do Seixal não entenda isto, e pareça pretender prolongar o sofrimento, é, no mínimo, revoltante.
Etiquetas: Isabel Faria
2Comenta Este Post
Indemnização
Perplexo, obrgado.
Uma estava bem...a outra estava mesmo toda marada...a culpa é tas teclas :))
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