Uma história muito comovente. E instrutiva.

Calculo que não venda tantos jornais nem ocupe tanto espaço nas televisões como o desaparecimento de Maddie e a canonização seguida de linchamento dos pais ou o murro de Scolari, com a canonização seguida de linchamento do próprio, mas é muito mais enternecedora. Perante histórias como estas, uma pessoa apercebe-se que há mais vida para além do diário de Kate, das transcrições do dito que se encontra em segredo de justiça por todos os orgãos de informação, da repetição da mão no ar do Filipão e mais do pedido de desculpas com a respectiva descrição do ralhete da esposa e do rebento mais velho.

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Num jardim zoológico da Letónia um babuíno adopta uma galinha.

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O jornalista que faz a notícia fala-nos do drama da solidão babuina, semelhante àhumana, seguramente, ao ponto de se fazer amizade com uma galinha; analisa a alma babuina, semelhante à humana, pois claro, que, às vezes, se apaixona pelo que come, um risco que toda a gente que não quer morrer à fome, afinal, acaba por correr e, finalmente, coloca a questão essencial e que tanta tinta tem feito correr ao longo da nossa civilização: e quando descobrir que a galinha serve para comer??? Isto é, quando descobrir que há vida para além da paixão? Tipo estomago e assim, o que fará o babuino? O que fazemos nós? Continua/mos a limpar as penas?

A conclusão final é essencial para entendermos a profundidade da história:

«Obviamente este babuíno precisava de alguém com quem comunicar", afirmou o director do Zoo.

Reconheçamos que a sua tarefa ficou muito facilitada ao ver que interlocutor escolheu. Não há fome que não dê em fartura, lá diz o ditado.