Ainda a Casa Pia
Não queria escrever sobre as declarações de Catalina Pestana porque elas não o merecem. Mas após as notícias de hoje penso que também posso dar a minha opinião.
Catalina Pestana esteve mal. É um facto. Uma pessoa que foi Provedora da Casa Pia não pode ser leviana a esse ponto. Leviana e "parva" (desculpem a espressão mas é a mais fiel ao que penso) porque o que ela diz na entrevista é que "eu estava lá. A minha função era zelar pelas crianças e falhei. Não as protegi. Sabia o que se passava e nada fiz para o impedir." Mas é pior porque vem a seguir denunciar algo que ela supostamente sabe mas que nada fez para contrariar. Se assim é então defendo que Catalina Pestana deve ser julgada por negiligência. No entanto, se ela falou en tempo útil com as autoridades apresentando provas ou pelo menos indícios do que diz e nada foi feito então, meus amigos quem tem de ir para o banco dos réus é o Ministério Público.
O que quero dizer com isto é que a culpa das actos ou não actos não pode continuar a morrer solteira. As frases e as atitudes não podem constantemente caír no esquecimento.
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Mas há outra coisa preocupante na entrevista de Catalina Pestana. É que, em muitos momentos, ela parece revanchista em relação às investigações passadas. Não foram presos quem eu queria e por isso vou aqui continuar a minha cruzada. Por momentos, naquela entrevista, pareceu-me ver Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso escritos, muito embora os nomes não estejam lá. Mais esquesito ainda quando houve outros nomes falados e ouvidos na polícia a quem nesta entrevista não é dada importancia nenhuma.
Não deixo de fora a hipótese de eu estar mal mas a ideia que me ficou foi esta. Catalina está-se a vingar de algo e alguém e as declarações de ontem de um membro da bancada do PS na Assembleia da República de que não se iria alterar a lei parece-me a continuação do braço de ferro.
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Uma nota. Não sou defensor de Ferro Rodrigeus e Paulo Pedroso. Utilizei este espaço apenas para "defender" uma pessoa, que me pareceu, e felizmente à polícia também, que estava a ser vítima de uma cabala. Foi o Herman José. Continuaria a defendé-lo se a situação não se tivesse alterado e ele não tivesse sido ilibado. Mas não sou capaz de entrar na vontade muitas vezes popular de linchamentos na praça pública. Sou obrigado a acreditar no estado de direito e no sistema judicial. Até prova em contrário é o que farei e todos os arguidos serão inocentes até o caso estar julgado em tribunal. Já vi demasiados julgamentos populares darem resultados errados para embarcar nesse barco e custa-me que Catalina Pestana fomente isso da forma descarada que o faz. Ponha os olhos no Mestre Américo que se teve alguma coisa para dizer deve tê-lo feito em local próprio mas com essa atitude defendeu a instituição, o julgamento que está a decorrer e acima de tudo mostrou um rectidão impressionante até na lealdade a Catalina Pestana. Um exemplo.
Etiquetas: Daniel Arruda
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Desta vez estou de acordo com o Daniel.
É eesa ideia der vingança, de julgamento na praça pública que fica de facto das palavras e do tom das palavras de Catalina Pestana. E não é bonito de se ver.
Sobretudo não é bonito de se ver de alguém com as suas responsabilidades.
Catalina Pestana não há dúvida que tem um objectivo.
Duvido é que sejam as crianças da Casa Pia, ou a instituição.
Mas como Catalina Pestana é católica, e o património da Casa Pia vale muito...
Talvez aí esteja um dos objectivos dessa senhora.
Obrigado Miguel, alguma vez haveria de ser.
Isabel, não é bonito e irresponsável.
anónimo, esse é mais uma coisa e que eu não tinha visto. Poderá ser embora me pareça que há ali mais motivações revanchistas que materiais. A igreja tinha outras formas d elá chegar.
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