"Sobre a CGTP e as lutas (I)"
A duas semanas do Congresso da CGTP. penso que há uma discussão a fazer. Não me amedronta os ataques de que, assim, discutindo problemas e tentando encontrar alternativas, se cravam divisões entre trabalhadores ou se esquecem os inimigos principais. Os trabalhadores só poderão afrontar esses inimigos se este tipo de Sindicalismo mudar. A maior conivência com esses inimigos é a que resulta do alheamento dos trabalhadores.
Publiquei um artigo de opinião no Luta Socialista, para o qual aqui deixo um link. A base desse texto foi um documento apresentado por alguns militantes do Bloco, há um ano, num Encontro do Trabalho do Partido.
Entretanto juntei-lhe alguns pontos e actualizei outros...demasiado poucos. E esse é o drama. Num ano houve muito pouco a alterar.
Fica aqui, aberto à discussão.
Etiquetas: Isabel Faria
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Desde esse ano tivémos uma Greve Geral e a maior Manifestação Popular desde há mais de 20 anos.
E isto, note-se, numa conjuntura amplamente desfavorável, de crise e crescimento do desemprego que sempre servem (numa primeira dase) como elementos de inibição ao desenvolvimento da luta operária. Para mais, a progressiva desregulamentação das leis laborais e o avanço da precaridade, não ajudam em nada.
Claro, as organizações da classe trabalhadora sempre reflectem o seu grau de consciência. A nova geração de trabalhadores (os filhos daqueles que fizeram o 25 de Abril) terà ainda de fazer a sua aprendizagem na luta de classes.
Mas não sejamos pessimistas! O desenvolvimento da crise capitalista atingirá ainda mais duramente o nosso desgraçado país. As últimas grandes acções de luta que a CGTP convocou (mesmo com as limitações conehcidas) se atestam algo é de que a classe trabalhadora está de novo em movimento.
Rui, não considero que a Greve Geral de Maio tenha sido uma vitória do movimento dos trabalhadores nem da contestação ao Governo.
Foi feita tarde, não teve preparação, não teve trabalho mobilizador de base (garanto-te que sei do que falo...), não teve um objectivo político claro e mobilizador.
E é aí que entra o calendário...
A aprendizagem dos nossoos filhos (dos meus e dos que comigo fizeram o 25 Abril) tem necessariamente que passar por uma linguagem nova que a CGTP teima em não criar. Não vale a pena tentares mobilizar um jovem de 20 anos a lutar pela contratação colectiva...se ele não sabe sequer, a maioria das vezes, o que é um contrato a prazo...
Não podes mobilizar jovens numa empresa se não entrares na empresa...e os dirigentes sindicais não entram lá, desde que os jovens de hoje ainda andavam de triciclo...
Desculpa, Rui, mas creio que és muito acritico em relação a questões fundamentais e das quais o post falava.
Não haverá democracia dentro dos sindicatos sem alterar o método eleitoral das Direcções sindicais. Sem Democracia, cada vez mais os trabalhadres se afastam dos sindicatos. Por não se sentirem neles representados.
Um dia, que nos encontremos por aí, conto-te a história triste da actuação do meu sindicato na minha empresa. Conto-te com a certeza que não é excepção...e depois tu explicas-me como é que a consciência de classe de uma trabalhadora e delegada sindical resiste a dois Pareceres, tipo fast-food que a CGTP entregou para a "defender" em dois processos disciplinares.
Se conseguires não ficar, não digo revoltado, digo, apenas, envergonhado, dou-te um doce!!!
Repito o que disse no início deste post: calar estes métodos, este desleixe, estes recuos constantes, o sectarismo e o autismo, não é criar divisões...é tentar impedir que outros trabalhadores percam a pouca consciência de classe que tenham devido a Pareceres ou a manifestações tipo fast-food.
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