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terça-feira, fevereiro 19, 2008

Cuba sem Fidel

Todos esperavam o abandono de Fidel. Afinal, as leis da vida são iguais para todos. E, ou esperando pela sua infinita prepotência ou optando por se lhe antecipar, Fidel teria que abandonar o Poder.
Durante anos, e até mesmo quando Che já tinha partido e os ecos já não falavam só da Sierra Maestra, de heroísmo e de revolução, Cuba continuou, para muitos de nós, daquela Esquerda que há muito tinha deixado de acreditar nos amanhãs que cantavam na URSS e na Europa de Leste e daqueles que, na Esquerda, sempre acreditaram que não fazia sentido falar em justiça social, sem liberdade individual e colectiva, a ter ainda a imagem dos genes que acreditamos que os sonhos de uma sociedade nova justa, solidária e livre têm.
Durante anos, quando o socialismo real ia mostrando a(s) sua(s) faces, ainda tentávamos usar o bloqueio americano como a causa da face que ia tomando em Cuba. A única causa.
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Aos poucos, e a custo, porque custa sempre acordar dos sonhos, o bloqueio americano deixou de conseguir justificar as perseguições e as prisões. A falta de liberdade de imprensa e de associação. A unanimidade política e as votações de 95% sem oposição. As diferenças sociais entre o Povo cubano e os lideres do Partido.
Ainda nos agarramos aos exemplos da Saúde e da Educação. Mas não vamos conseguir desculpar a Fidel que apenas nos tenha deixado isso, por muito que isso seja, para nos agarrarmos.
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Esta é a visão e o desabafo de alguém de fora. Do povo cubano, do que ele ganhou com a Revolução e perdeu com aquilo que Fidel e o PCC dela fizeram, não me sinto no direito de falar. Disso falará o povo cubano se o que ficar depois de Fidel não for um País nas mãos dos cubanos de Miami, a soldo do imperialismo americano. Disso falará o povo cubano se conseguir aproveitar o momento para juntar à Saúde e à Educação, a Justiça Social que perdeu e a liberdade que nunca teve.
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Desulpem lá. Mas, na volta, a vacina contra os amanhãs que cantam é como a do tétano...de tantos em tantos anos tem que se repetir.
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5Comenta Este Post

At 2/20/2008 8:18 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

muito bom coentário, a meu ver.
Mesmo assim, e se ignorar o ue escreveste,deve ser inconcebivela importancia do bloqueio ( que não explica tudo,mas ainda não se conseguiu a conciliação...

 
At 2/20/2008 8:21 da manhã, Blogger fj escreveu...

Porra está mesmo mal escrito:Muito,Comentário,Inconcebivel a

 
At 2/20/2008 9:14 da manhã, Blogger cereja escreveu...

Olá Isabel.
(aqui o FJ tem um vírus no pc - sem trocadilho nenhum - e come-lhe letras, é mesmo, eu sei)
Eu não fui, nem estou a ser capaz de escrever sobre isto. Não tenho a frieza suficiente. "Vivi" com alegria demasiada a queda do Baptista e a chegada do Fidel, indignei-me com o bloqueio, quis acreditar até para além do limite, e comecei a sentir um nó na garganta com os erros que não se podiam negar. Não consigo olhar para Cuba como para outro sítio qualquer. E ainda sinto um aperto ao olhar os cubanos de Miami, e os preparativos que devem estar a fazer.
Não consegui escrever nada sobre isto, e creio que não o vou conseguir tão cedo...

 
At 2/22/2008 12:10 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Não será mais fácil reconhecer que o socialismo nunca existiu?
Que tudo não passou de ums sucessão de enganos?
E continuar a sonhar de olhos bem abertos?

 
At 2/22/2008 11:25 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Não sei, Abrasivo. A sério que não...
Se dermos ese passo, fará sentido continuar a lutar, acordado e de olhos abertos, por ele???

 

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