A nossa Escolha
Nunca hei-de saber explicar porque ou quando acontece. De vez em quando, a adolescência toma-me como se essa fosse a única forma de suportar os desencantos e as dúvidas. Acontece, quase sempre, ao amanhecer e em forma de canção. Então, ela, a canção (ou a adolescência?), apodera-se dos meus sentidos. Ouço-a. Sinto-a. Os passos são ao seu sabor. E vejo-a. Em forma de menina de 15 ou 16 anos, cheia de sonhos e a pensar em mudar o Mundo na manhã seguinte. Ou nessa noite, ao voltar para casa, antes que se fizesse tarde. Esta tem a imagem dos Aguaviva, na Casa do Campino em Santarém (eu que sempre detestei tudo o que, mesmo que levemente, cheirasse a touros, forcados ou touradas, ficaria sempre com a Casa do Campino, ligada a poetas...). Não sei se foi em 75. Nos sentidos nunca há datas. Nem nos sonhos....
Prosaicamente, poderia, apenas, escrever que esta manhã acordei a cantar esta canção...desculpem lá, mas seria um crime falar de Alberti, dos Aguaviva, dos sonhos e dos meus quinze anos, prosaicamente.
...
Daí tanta palavra para vos dizer que a Nossa Escolha de hoje, se chama "Balada para los poetas andaluces de Hoy", é um poema de Rafael Alberti, que eu ouvi cantado pelos Aguaviva. E eu tenho quinze anos. E vou nun instantinho fazer a Revolução e Mudar o Mundo.
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Prosaicamente, poderia, apenas, escrever que esta manhã acordei a cantar esta canção...desculpem lá, mas seria um crime falar de Alberti, dos Aguaviva, dos sonhos e dos meus quinze anos, prosaicamente.
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Daí tanta palavra para vos dizer que a Nossa Escolha de hoje, se chama "Balada para los poetas andaluces de Hoy", é um poema de Rafael Alberti, que eu ouvi cantado pelos Aguaviva. E eu tenho quinze anos. E vou nun instantinho fazer a Revolução e Mudar o Mundo.
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Etiquetas: Isabel Faria
5Comenta Este Post
Essa coisa da tensão tem destas coisas, "os gostos".
Já te sabia, fâ do Alberty, não foi, portanto, surpresa esta linda canção. Depois, as recordações dos quinze anos, são sempre bonitas.
A mim deste-me a conhecer uns vídeos que não conhecia e que acho muito bons, para lá das músicas que conhecia.
Bom para o fim de semana. Eu, lá na "Sesta", deixei um poema do Daniel Filipe, do Livro "A Invenção do Amor e outros poemas" não tinha quinze, mas mais alguns.
Fizeste bem Isabel. Ainda me lembro de ver os aguaviva na TV a quererem que eles dissessem coisas revolucionarias quando o Franco ainda era a dura lei em Espanha.
São poemas desses e músicas dessas que têm o condão de puxar a dignidade humana à tona de água. Por isso compreendo demasiado bem que tenhas esses "ataques" de adolescência sobretudo agora que a dignidade humana, isto é portuguesa, está com o nível tão baixo.
Eu sabia que iam gostar da escolha...e compreender a dita.
TEnho essa canção no meu PC apesar dos anos que nos separam (OK tb não são assm tantos) e gosto de a ouvir quando a política me desencanta o que acontece cada vez mais.
Boa escolha.
Daniel, obrigadinha por ma chamares velhota...ok, são os 60...fazer o quê???
Pois, há dias em que quase tudo me desencanta...não só a política. Mas penso sempre que é da chuva...
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