« Home | Os Jogos da Vergonha » | Sei de cor... » | A vida de Ingrid vale rigorosamente o mesmo que a ... » | Era uma vez... » | Fabuloso - como o ensino pode matar a criatividade » | Das melhores conferências disponíveis » | São os vampiros » | Se ao menos servisse para aprender... » | Outro Cabo Adamastor * acaba de ir à vida.... » | Parabéns Lobos »

sábado, julho 19, 2008

I have tried in my way to be free

Está um calor do caraças. Não se passa nada que me apeteça parar e pensar os minutos suficientes para alinhavar umas linhazitas. Estou a fazer a mala para Segunda Feira, rumar ao Mar.
Hoje é o grande dia. Mais do que ir a um concerto e ver e ouvir um cantor e um poeta que há anos sempre me acompanha, que me fez, vou a um concerto encontrar-me comigo ao longo desses anos. Sei que vai haver momentos em que vai ser um encontro difícil. Sei que, talvez escondidos atrás das colunas, vão espreitar alguns fantasmas. Sobretudo fantasmas de mim. Mas não só. Sei que no meio dos sons vou encontrar palavras perdidas. E alguns soluços.
Sei que me apetece lá estar como um hino à vida, mas também como o reconhecimento que nunca nos habituamos às perdas. Apenas aprendemos a viver com elas. E a sobreviver-lhes.
Sei que me apetecia partilhar estes momentos, até porque, tenho a certeza, não serão fáceis, com algumas das pessoas que me permitiram sobreviver-lhe. E tenho pena de não ser possível.
Sei que não me fará esquecer o dia em que não fomos, há vinte e alguns anos, porque tivemos que lutar para adiar partidas.
Mas sei que me servirá para, apesar de lamentar não termos lá estado, aceitar que é bom cá estar. Reconhecer que também gostaria que estivesses. Mas aceitar.
No meio de uma canção qualquer, daquelas que me/nos fizeram, prometo encontrar forma de te dizer que te perdoo. Te perdoo aquela noite em que não estivemos no Coliseu. E te perdoo a partida que não quiseste evitar.
E havemos, nem que seja por um minuto, cantar em conjunto uma estrofe de uma das nossas canções.
Que seja Bird on the wire. Porque aprendi, apesar das dores, a tentar o meu caminho para ser livre. Estes anos todos depois, acho que tu também. E aceito.

Like a bird on the wire,
like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free.

Like a worm on a hook,
like a knight from some old fashioned book
I have saved all my ribbons for thee.
If I, if I have been unkind,
I hope that you can just let it go by.
If I, if I have been untrueI hope you know it was never to you.
Like a baby, stillborn,
like a beast with his horn
I have torn everyone who reached out for me.
But I swear by this songand by all that I have done wrong
I will make it all up to thee.
I saw a beggar leaning on his wooden crutch,
he said to me, "You must not ask for so much."
And a pretty woman leaning in her darkened door,
she cried to me, "Hey, why not ask for more?"

Oh like a bird on the wire,
like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free




Na Nossa Escolha de hoje, um outro video de Cohen. Termina por aqui esta viagem. Amanhã conto o concerto. O resto, possivelmente, não.

Etiquetas:

0Comenta Este Post

Enviar um comentário

<< Home