Outro Cabo Adamastor * acaba de ir à vida....
Nada melhor que ter um filho para sentir que a vida se faz por etapas. Nada mais gratificante, quando se tem um filho, do que a sensação de que se atingiu mais uma meta. Depois do primeiro toque, o primeiro sorriso, a 1ª separação no 1º dia do infantário, depois o primeiro dia de escola...
Quando o deixamos. pela primeira vez, na escola, o dia de hoje aparece-nos como o Cabo Adamastor. Longincuo, mas, sobretudo, assustador. E se acontece qualquer coisa. E se não é bom aluno. E se o dinheiro não chega para os livros. E se...
Os anos vão passando. Da Escola Primária passa para a Secundária. Os medos vão desaparecendo. Nunca todos, evidentemente. Não sei, sequer, se desaparecem, ou se com o hábito aprendemos a lidar com eles. Amainam.
Hoje, o JP foi apresentar a candidatura à Faculdade. As candidaturas são na Eugénio dos Santos, onde tinha andado até ao 9º Ano.
A juntar à meta que aquele boletim de ingresso significa, a sensação reconfortante de que todas as funcionárias que vamos encontrando se lembram dele, com prazer. Não houve uma que não o reconhecesse, apesar de terem passado três anos, de ter aparecido a barba e de ter mais uma dezena e tal de centimetros e uns tantos quilos. E sem nenhum receio de me enganar, porque sei o que foram os seus anos lá e porque se reconhece o olhar, o tom de voz e se ouvem as palavras, nenhuma se lembrava dele, por nenhum motivo constrangedor.
E depois há o resto. O resto que faz mais um meta ter sido atingida com um orgulho enorme, que nem sequer faço questão em disfarçar: o JP só escolhe um curso e uma faculdade entre as seis hipóteses possiveis. Porque sabe exactamente o que quer, mas também porque sabe que tem notas para entrar no que quer.
À volta para casa, disse-me que não entendia o meu nervosismo quando ele preenchia o papel. Tentei explicar-lhe que, depois de uma maratona, há quem se sinta aliviado em encontrar uma cadeira. Penso que entendeu. Mesmo que não tenha ficado muito convencido, que se chegue ao fim da maratona com algumas dores nas pernas...
Em momentos como estes, há imensas coisas que perdem qualquer importância. Hà pessoas que ficam, definitivamente, insignificantes. E até o Cabo Adamastor se transforma num cabito qualquer, daqueles fracotes, que nem ondas de jeito faz...
Quando o deixamos. pela primeira vez, na escola, o dia de hoje aparece-nos como o Cabo Adamastor. Longincuo, mas, sobretudo, assustador. E se acontece qualquer coisa. E se não é bom aluno. E se o dinheiro não chega para os livros. E se...
Os anos vão passando. Da Escola Primária passa para a Secundária. Os medos vão desaparecendo. Nunca todos, evidentemente. Não sei, sequer, se desaparecem, ou se com o hábito aprendemos a lidar com eles. Amainam.
Hoje, o JP foi apresentar a candidatura à Faculdade. As candidaturas são na Eugénio dos Santos, onde tinha andado até ao 9º Ano.
A juntar à meta que aquele boletim de ingresso significa, a sensação reconfortante de que todas as funcionárias que vamos encontrando se lembram dele, com prazer. Não houve uma que não o reconhecesse, apesar de terem passado três anos, de ter aparecido a barba e de ter mais uma dezena e tal de centimetros e uns tantos quilos. E sem nenhum receio de me enganar, porque sei o que foram os seus anos lá e porque se reconhece o olhar, o tom de voz e se ouvem as palavras, nenhuma se lembrava dele, por nenhum motivo constrangedor.
E depois há o resto. O resto que faz mais um meta ter sido atingida com um orgulho enorme, que nem sequer faço questão em disfarçar: o JP só escolhe um curso e uma faculdade entre as seis hipóteses possiveis. Porque sabe exactamente o que quer, mas também porque sabe que tem notas para entrar no que quer.
À volta para casa, disse-me que não entendia o meu nervosismo quando ele preenchia o papel. Tentei explicar-lhe que, depois de uma maratona, há quem se sinta aliviado em encontrar uma cadeira. Penso que entendeu. Mesmo que não tenha ficado muito convencido, que se chegue ao fim da maratona com algumas dores nas pernas...
Em momentos como estes, há imensas coisas que perdem qualquer importância. Hà pessoas que ficam, definitivamente, insignificantes. E até o Cabo Adamastor se transforma num cabito qualquer, daqueles fracotes, que nem ondas de jeito faz...
...
* Alguém atencioso, me lembrou, na Caixa de Comentários, que Adamastor era o Monstro...o Cabo era das Tormentas, passado a da Boa Esperança, aquando dobrado. Tem toda a razão e eu agradeço o acerto histórico, mas guardo o nome do post. Afinal, pensando bem, em cada etapa sentimo-nos mesmo é perante um monstro desconhecido e assustador. Qualquer Cabo por mais tempestades que tenha não é nada comparado com ele...obrigado, pois pela correcção. Mas guardo o meu Cabo/Monstro.
Etiquetas: Isabel Faria
5Comenta Este Post
Querida Isabel!!!
Um abraço enorme para ti, 'responsável' por essa jóia que ajudaste a polir, mas um ainda maior para ele que é dos miúdos (???) homens (?!) mais perfeitos e completos que conheço.
(a imagem do polir era um pouco a pensar no diamante, mas o que impressiona é que não me dá a ideia de que tivesse passado pela fase do 'em bruto')
Dizia-lhe no outro dia de brincadeira, que le parecia inventado, era bom de mais para ser a sério, e é um pouco a ideia que tenho.
Que isso de muito inteligente, há para aí umas tantas pessoas. O ser interessado, ter gosto em aprender e o que aprende resultar, também conheço uns tantos. O ter um enorme «bom feitio», também não é caso único. Uma paciência de Job, e grande generosidade para as patetices dos outros, enfim, vejo menos, mas também há. O saber o que quer e ir em frente com as suas decisões, também não é caso único. A disponibilidade para ajudar com aquilo que sabe, também.
O que para mim me deixa maravilhada é encontrar TUDO isso numa única pessoa.
O teu orgulho até é poucochinho para aquilo que devias sentir.
Aproveitando o tema do Adamastor, espero espero que o JP, possa dar-nos novos mundos
Obrigado amiga...por não me achares excessivamente orgulhosa!!!
Eu sei que para nós, eles são sempre perfeitos...mas quando leio as tuas palavras, fica-me mesmo a certeza que me saí bem. O meu filho é mesmo a minha obra prima.
E, como já algumas vezes, aqui escrevi e repito sem nenhuma ponta de falsa modéstia, às vezes não sei se merecia tanto...
Olhando bem para trás, as outras obras ficaram a milhas de distância.
Franco, é essa a aposta. Ainda tentei que colocasse uma alternativa qualquer (afinal aquilo tinha seis campos alternativos para preencher...falei em engenharia...medicna...sei lá, coisas mais "normais"...)mas em vão.
Mãe, é Física que eu quero!!!!
Seja. Ficamos à espera de um bocadinho de Mundo novo.
Não há cabo adamastor. Ou é cabo das tormentas ou cabo da boa-esperança. O adamastor é outra história. seria o monstro que teria impedido os navegadores de dobrarem o cabo que determina a passagem do atlântico para o índico.
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