« Home | Outro Cabo Adamastor * acaba de ir à vida.... » | Parabéns Lobos » | Corridas no Estoril » | Basta pensar no melhor de Sócrates e de Ferreira L... » | Estado deu 15 mil milhões de créditos » | ...e sobre a vida! » | para pensarmos sobre a velhice... » | Marques Mendes - novo pensionista » | Cada um com a sua » | Um bom texto pela manhã »

terça-feira, julho 15, 2008

Se ao menos servisse para aprender...

Os acontecimentos da passada semana na Quinta da Fonte, em Loures, encheram os Telejornais. Perante factos como estes. fica-nos sempre a sensação que já todos esperavam, que todos explicam, que todos achavam inevitável, mas que ninguém fez nada. Ou antes, que tudo foi feito "ao contrário", daquilo que a história nos deveria ter ensinado.
Recordo a sensação de barril de pólvora que me assolou, quando em campanha eleitoral, passei pelo Portugal Novo, às Olaias. Mas recordo, sobretudo, a consciência colectiva desse barril de pólvora.
Não vale a pena assobiarmos para o lado e tentarmos esconder a violência entre moradores, no aproveitamento político que, inevitavelmente, a Direita faz, em tudo o que lhe possa servir para apelar à ordem e clamar contra os imigrantes. Perante esses ataques de xenofobia, só será necessário lembrar-lhes que a percentagem de portugueses na Qunta da Fonte, deve ser igual à da maioria dos outros bairros portugueses.
O que é mesmo necessário não ter receio de fazer, é assumir as nossas responsabilidades nas Quintas das Fontes, por esse País fora. E, sobretudo, não esconder que todos temos consciência que esta não é a solução e quase todos a ela recorrerm / recorreram.
O Bairro da Quinta da Fonte foi construído por uma Câmara CDU, sem condições mínimas de habitabilidade, com casas sem qualidade, grande demais para ser seguro, longe dos outros habitantes, sem infraestruturas sociais, desportivas e culturais. Lá se encaixotaram os desalojados dos terrenos da Expo 98.
Durante anos, agora com uma Câmara PS, se assobiou para o lado, se ignorou a degradação e se foi mandando as acendalhas para debaixo do tapete.
Com o tempo as casas que não tinham qualidade foram ficando cada vez mais degradadas, as pessoas mais isoladas. As infraestruturas que nunca foram muitas, acabaram por se perder na cegueira e no autismo de todos os que sabem que ao tapete acabará por não apagar o fogo.
Misturado com tudo isto, e não vale a pena fingir-se que não existe, um racismo latente ( nem só os brancos são racistas, não vale a pena ser-se ingénuo) e que a forçada mistura étnica e cultural acaba por detonar.
A opção pelos ghetos há muito que mostrou que não é a solução. Mais cedo ou mais tarde os ghetos transformam-se em Quintas da Fonte. Entretanto, os que lá vivem, não têm condições de vida e, claro, nunca se integrarão. Em épocas de crise económica e social, como a que o neo-liberalismo impõe a Portugal, as condições de vida degradam-se e, com a sua degradação, a instabilidade aumenta. Não é nada de novo. Está nos manuais todos.
Nestes ghetos para onde se despeja gente à força, as diferenças culturais em vez de serem vividas, acabam por ser impostas pelos mais fortes. A Direita clama pela Ordem. Alguma Esquerda, até porque tem muitas culpas no cartório, finge que não vê. E quando vê, nunca vê as suas responsabilidades. Nem, ao aprender com elas, faz autocriticas e propõe alternativas.

Etiquetas:

24Comenta Este Post

At 7/15/2008 1:45 da tarde, Blogger ilha_man escreveu...

Sou de etnia açoriana,sou uma minoria no continente português!!tenho terror,a diferença cultural e de língua é gritante!Embora seja português às vezes não me percebem devido ao meu sotaque.O bairro onde vivo está muito degradado, não tem espaços verdes, recintos desportivos ou culturais. Já fui assaltado. Vou comprar uma arma desatar aos tiros e esperar que me dêem casa nova!

 
At 7/15/2008 2:10 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Ilha Man, penso que isso é um desabafo e que nada tem a ver com o meu post. Ou então terei que te perguntar onde vês nele algo que possa indicar que seja essa a minha "solução".
Mas mesmo partindo desses pressupostoa todos que indicas, a tua solução seria colocar-te num Bairro degradado com os "acorianos" todos de arma na mão?

 
At 7/15/2008 3:48 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Há erros que se pagam CARO, E NÃO SÓ EM Portugal.

A vinda de comunidades de paises terceiros, mão de obra barata facilmente explorada, e sem direitos, foi uma forma de a Europa se reconstruir, sobretudo a seguir á segunda guerra mundial.

Diferentes culturas, diferentes modos de vida, diferentes mentalidades, foram encaixotadas em bairros sociais, na maioria sem estruturas sociais de apoio, ginasios, espaços verdes, ocupação de tempos livres, a rua era o unico local de convivio, mas tambem o local mais propicio ao acirrar de muitas contradições latentes.

O desemprego galopante a partir da decada de 70 na Europa e em Portugal, sobretudo a partir do inicio do novo seculo, gerou um caldo de cultura explosivo.

Populaçõwes pouco integradas, jovens de segunda geração sem prespectivas e sem referencias, etnias como a cigana, com costumes muito proprios e muitos enraizados, que geram facilmente situações de conflito ,e que rapidamente podem gerar autenticas batalhas campais.

É a esquerda que compete combater a xenofobia e a racismo, sem cair no oposto de tudo justificar.

Nestas comunidades há sectores atreitos a provocarem conflitos, não pode haver mão branda no tratamento destes casos.

Separar o trigo do joio, apostar financeiramente na recuperação destes bairros sociais, criar estruturas de apoio, apoiar-se em estruturas locais já existentes lembro o Moinho da Juventude, dando-lhe maios para desenvolverem melhor o seu trabalho, dirigir especialmente á etnia cigana uma grande campanha de alfabetização, criando alternativas de trabalho, ao tradicional comercio de feira

Mas acima de tudo não pactuar com cidadãos
ã que não respeitam, as leis.

É neste aspecto que lhes mostramos que eles são iguais a a nós , pois têm os mesmos direitos, mas tambem os mesmos deveres.

E por ultimo, e o que se faz já nalguns paises, policias de etnia gigana, e assistentes sociais da mesma etnia, podem ser uma das maneiras de lhes ganhar a confiança, e quando falo em etnia cigana falo de africanos, ucranianos, brasileiros etc.

Augusto Pacheco

 
At 7/15/2008 4:15 da tarde, Blogger ilha_man escreveu...

É um desabafo. Num bairro degradado já vivo eu e não me parece que a Câmara de Faro venha cá arranjá-lo.
E o geto com gente de arma na mão não é a minha solução.
Apenas sou completamente contra estar a encapotar-se,permanentemente, criminalidade com problemas sociais. Além de ser crime andar aos tiros, também o é atitudes e comportamentos racistas.
Quantos e quantos de nós não vivemos em bairros degradados?? Quantas e quantas pessoas não vivem em casas antigas e que hoje não conseguem repará-las ou mudar-se para uma nova, pois o dinheiro não dá para tudo?

Acabo o meu comentário com um texto seu:

"A violência que grassa nos nossos dias é o resultado da instabilidade, da falta de futuro, da ausência de sonhos, do desemprego, da fome. Os responsáveis pela instabilidade, pela ausência de sonhos, pelo desemprego e pela fome, não são as vítimas inocentes dessa violência. Se não tivermos sempre esta verdade presente nos nossos espíritos, arriscar-nos-emos sempre a desculpabilizar crimes e a não culpar criminosos. Os que cometem a violência gratuita e os responsáveis que provocam a violência organizada e institucional.
A luta contra o racismo passa por entender, por lutar para que a cor da pele não retire direitos. Nem justifique crimes. E são assustadoramente reaccionárias as posições que teimam em "aceitar" e "compreender" uns ou outros"".

 
At 7/15/2008 5:31 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Ilha Man, o que eu ainda não entendi é se acha que neste post eu estou a tomar essa aitude desculpabilizadora. Ou a entrar em contradição com o texto que escrevi e que reproduz.

Se é essa a ideia que perpassa do post, então, não consegui transmitir aquilo que penso sobre o assunto.
A questão que tentei colocar é se a opção pelos ghetos serve de catalizador ou de extintor da violência. Não procurei de nenhuma forma justificar a violência. Quando muito encontrar-lhe causas possíveis...não razões justificadoras. Aliás, parte do post foi a dizer que não vale a pena fingir que não se vê. Nem vale a pena derramar lágrimas de crocodilo, quando todos sabemos que mais dia menos dia, há uma Quinta da Fonte qualquer.

E mantenho a idéia que a integração não é compatível com o isolamento. Há bairros inteiros onde não se pode entrar. Faz-se o quê?
Uma altura, em campanha eleitoral, o autocarro onde iamos, foi tomado de assalto por duas dezenas de putos ciganos de cinco e seis anos, perante a passividade dos pais. Num Bairro completamente degradado, daqueles em que para entrar é preciso primeiro falar com os "donos". Era Sábado à tarde, havia dezenas de pessoas encostados pelas paredes, sem nada que fazer. Não há um campo relvado onde se jogue futebol. Um Clube Recreativo onde se jogue uma sueca.

Aquela gente, está ali, sem nada que fazer e está toda junta e passa assim os seus dias. Dias sem futuro nem sonhos, como escrevia no texto que você transcreve.

Perante a violência daqueles putos, a maioria deles sem idade de ir para a escola, faz-se o quê? Chama-se a polícia? Dá-se porrada? Foge-se? Ignora-se?
Os panfletos que apanhavam (e nada tinha a ver connosco, pelas ruas ainda restavam os restos da camapnha que tinha passado pela manhã...e no mesmo estado), eram rasgados em milhares de bocadinhos. Não sei se se deve falar em raiva, aos cinco e seis anos, mas devia ser a 1ª expressão/impessão que nos aparecia. E faziamos o quê? Chamavamos a polícia para prender putos de cinco anos?
Adiantou alguma coisa a opção por os juntar todos num mesmo lugar sem luz e sem futuro?

Sou de um lugar onde há anos se construiu um bairro para onde foram viver ciganos. Na altura, o bairro ficava longe da vila. Ainda me lembro das histórias e dos avisos dos meus pais, para não ir para lá de bicicleta porque eles eram muito maus e roubavam e agrediam e...

Com o desenvlvimento da vila, foi-se construindo ao lado. A própria Escola Secundária acabou por ser construída mesmo em frente. Hoje o Bairro dos ciganos está no centro da vila.

Continuo a ouvir histórias de quando em quando... Mas já nunca senti necessidade de dizer ao meu filho para não ir brincar para ao pé da Escola...há miúdos ciganos a brincar à porta...e não é proíbida a entrada a estranhos. E pode-se passar por lá sem se ser corrido á pedrada.
Num bairro de umas trinta casas, cerca de 50% é ocupada por ciganos. à frente há vivendas e andares onde não vivem ciganos. O café é frequentado pacificamente por uns e outros...

Você pode-me dizer que na Quinta da Fonte não há quinze famílias ciganas...e que há ainda imigrantes africanos...e que...mas a qustão que eu coloco é a mesma: fazer um bairro onde SÓ haja ciganos...ou onde SÓ haja imigrantes serve a integração? Resolve a violência ou potencia-a?
A minha prática e as notícias que vamos ouvindo diz que não resolve nada. Então é autismo e irresponsabilidade insistirmos na receita, ou não?

 
At 7/15/2008 6:07 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Ilha Man, veja os relatórios do Observatóri da Imigração de 2007, que aparecem hoje no Sol on line. E veja a forma atabalhoada, desinteressda, irrsponsável como todas aquelas pessoas foram ali colocadas.
Faz-se um bairro para ciganos e para imigrantes africanos...mas nem sequer se tem, então, a preocupação de ser "coerente" na ghetização.
Colocam-se duas comunidades com culturas próprias, desisntegradas, algumas delas acabadas de chegar, com problemas sociais graves, que advieram, como diz o A.Pacheco de erros que se pagam caro, a partilhar o mesmo prédio. Separam-se amigos e familas, rompendo assim os únicos elos de inter-ajuda e de solidariedade que se tinham criado, deixando todos ainda mais sós e mais isolados dos seus. E ainda com mais necessiadde de procurar a rua para se encontrarem. E de a ocuparem.

Era dessa irresponsabilidade transversal a Cãmaras de quase todas as cores que também falava o post. A Câmara que criou o gheto era uma Câmara CDU...a Câmara que o alimentou é uma Câmara PS. E os probelams estão há muito refeenciados. Só que ninguém vê.

 
At 7/15/2008 6:31 da tarde, Blogger ilha_man escreveu...

A minha opinião foi sobre a situação e não tanto sobre o seu post.
Acho que deve haver uma integraçao.Para a semana vou emigrar definitivamente para a áustria. Nos últimos meses tirei 2 cursos de alemão para ir com umas noções e quando lá chegar farei outros. Mas há muito emigrante que vive há imensos anos lá e não fala nada de alemão. E porquê? Porque não se querem integrar, porque vivem no seio de uma grande comunidade e não sentem necessidade de se integrarem. Residem na áustria, mas vivem no seu país de origem.
O mesmo acontece cá. Será que eles querem ser integrados? Alguns talvez, mas muitos preferirão viver entre os seus.

 
At 7/15/2008 6:44 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

(Essa da Àustria é mesmo a sério????
Definitivamente é definitivamente???

Adorei Viena. Sò em Viena consegui beber café a sério e consegui ver um choque entre dois carros que resolverama situação...no tempo de eu beber um café a sério ao balcão...
Depois soube quanto é que recebia de abono de família por cada filho e ainda gostei mais!!! Lembrei-me dos 20 Euros do meu.
De Viena só tenho uma reclamação a faser: aquela gente não usa guardanapos de papel...passei uma semana a limpar a boca às mãos depois de beber café...a sério.
Vem tudo bonitinho, numa travessa de inox com um copo de água...guardanapo é que nem vê-lo!!!)

Também sei essa parte de que fala.
A questão é se não integração é sinónimo de violência..ou se é a não integração forçada que a provoca.
Mas agora você deu-me uma vontade enorme de voltar a ouvir música ao fim da tarde naquelas praças de Viena...

 
At 7/15/2008 7:16 da tarde, Blogger ilha_man escreveu...

Quando disse definitivamente foi pq nos últimos tempos tenho vivido entre faro e viena e agora vou mudar-me de armas e bagagens para lá, embora já tenha a maioria das coisas lá. Também sinto falta dos guardanapos...mas isso não é o pior. Não sei se reparou, mas a maioria das casas tem a casa de banho separada do WC e a maioria dos WCs não tem lavatório. Esse foi/é o maior choque até agora. Esse e de inverno já ser noite cerrada às 16h. De resto é uma cidade linda, com imensas coisas para fazer e ver, uma rede de city bikes de fazer inveja, a capital europeia com mais espaços verdes, bons transportes públicos, bom sistema nacional de saúde...

PS: no apartamento onde vivo há lavatório no WC e temos imensos guardanapos de papel...

 
At 7/15/2008 11:16 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Ilha man, talvez mais cedo que o que pensa, vá beber fel, não lhe desejo nenhum mal , mas conheço bem os austriacos assim como os suiços, são dos povos mais xenofobos e racistas que conheço, e não será só por falar alemão que pensa que se lhe abriram portas.

Diz-se como anedota , mas tem muito de verdade, os ausatricos convenseram o mundo que o Hitler era alemão e que Beethoven era austriaco, está tudo dito sobre o tipo de povo.

E problemas com romenos, ciganos turcos, vai encontrar e muitos em Viena, comparado com certas batalhas campais que já houve em certas cidades austricas a Quinta da Fonte foi um mero arraial de Sto Anntonio.

Se os portugueses soubessem o que vai opor essa Europa fora, nalguns casos com o contributo directo de portugueses, falo dos bairros sociais dos arredores de PARIS ,os nossos jornais tabloides falariam todos dias em guerra civil.

Não quero minimizar o problema, mas ainda estamos mmuito a tempo de corrigir asneiras de Camaras ditas de esquerda quer do PCP quer do PS.....

Augusto Pacheco

 
At 7/16/2008 1:36 da manhã, Blogger ilha_man escreveu...

Augusto Pacheco, como posso responder ao seu comentário. Começando talvez por dizer que Hitler foi ostracizado em viena e só os burros dos alemães se deixaram convencer! Segundo, Beethoven não era austríaco mas toda a sua escola musical foi lá adquirida. Conhece bem os austríacos?! Eu não conheço bem os austríacos, mas conheço a minha namorada, os pais dela, os amigos dela....
Conheço alguns portugueses que vivem em Viena e adoram, tal como quem vive na Suiça e adora.
Conheço iranianos e bósnios que emigraram para viena e hoje são medicos, casaram-se com austríacos e têm uma família.
Gente xenófoba e tola existe em todo o lado. Tenha cuidado com as generalizações que faz.

O que o faz dizer que conhce os austríacos?? Conhece os 8 milhões que lá vivem ou foi passar 1 semana a viena e pensa ser um especialista??

E conheço suficientemente este país de banhos de sol onde nada funciona, recebe-se mal, paga-se muito e no final vamos todos encarneirados votar nos mesmos...

Nunca me senti em perigo em viena, vivo num distrito onde há imensos imigrantes turcos e da ex-jugoslávia.

Tenho sido muito bem tratado em viena, não tenho queixa das pessoas com quem me dou e conheço, bem pelo contrário.

Você faz parte das pessoas que me enojam pelos comentários e generalizações que faz!

Ainda bem que me vou embora deste país!!!

José Basílio

PS: peço desculpa aos donos deste blogue, mas este senhor irritou-me.

 
At 7/16/2008 11:42 da manhã, Blogger  L e n a escreveu...

ilha man
parabéns pelo seu ultimo comentario em baixo
sou emigrante também
Posso acrescentar, que muita vez me sinto mais estrangeira em Portugal que no estrangeiro.

 
At 7/16/2008 10:00 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Ilha Man, não tem que pedir desculpa. Não ofendeu ninguém, apenas mostrou a sua discordância em relação a um comentário...se lesse as vezes em que eu perco a compustura quando respondo a alguns comentários...

Mas de qualquer forma, deixe-me também dizer que as generalizações me chateiam.Por são, sempre, injustas.

Estive uma semana em Viena e ádorei Viena. Tive, durante anos, um colega austriaco no Comté de Empresa e era uma daquelas pessoas que náo esquecemos com facilidade. Algo frio, no primeiro contacto, duma disponibilidade desconcertante com o tempo.

E depois o nosso país é onde nos sentimos em casa e, no seu, caso onde está o coração. E casa e coração costumam combinar bem...

Mas deixe-me também dizer me custa a entender essa sua "aversão" a Portugal.
Afinal a única reponsabilidade de ele ter chegado a este estado é nossa. E, ou damos todos um tiro na cebeça, ou na melhor das hipóteses escondemo-la na areia...ou, então, há que meter mãos à obra. Esse sentimento de que somos sempre piores que os outros entendo-o tão mal, como o de que os outros são todos maus.

Há racistas ignóbeis em Portugal. Como deve haver na Àustria.
E há os outros. Num lugar e no outro...como em todo o lado. Todos é mesmo um conceito que me ultapassa. Como dira o meu filho, na brincadeira,todos é "demasiado bué" p'ra mim!!!

 
At 7/16/2008 10:25 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Parece que se esqueceram da Carintia e do partido que governou essa região Austriaca.

A memoria das pessoas é muito traçoeira.

Os austriacos e os suiços reafirmo, são dos povos mais xenofobos da Europa, e isto não é generalizar, vejam-se referendos feitos na Suiça contra os estranjeiros tratados por ovelhas negras.

Veja-se a forma como a União Europeia tratou um governo austriaco só por que ele incluia elementos de extrema direita racistas e xenofobos, e isto não foi assim há tanto tempo.

Talvez os meios que frequente , sejam meios liberais, progressistas, bem na vida, bem diferente do povo muido, dos Skins, e de toda uma parte da população austriaca, que nunca deixou de admirar Hitler, e que muitas vezes desmonstra esse saudosismo.

Talvez o desgoste , o seu País, talvez tenhamos governantes que não estão á altura do nosso povo, mas Portugal comparado com a Austria ainda é um paraiso, e apesar de todas as nossas dificuldades, corrupções, e compadrios, ainda somos o povo mais acolhedor da Europa.

O seu caso será a excepção que só vai confirmar a regra.

A Austria é um conto de fadas , mas os contos de fadas por vezes revelam-se os piores contos de terror.....

Augusto Pacheco

 
At 7/16/2008 10:52 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

A.Pacheco, ninguém tem memória curta.
Mas reitero a opinião que caracterizar um povo como racista ou xenófobo porque há austriacos e suiçes xenófos e racistas, não me parece justo. Eu conheci austriacos de Esquerda, que tinham vergonha de Haider, a quem nunca vi uma atitude racista ou xenófoba.

Era apenas disso que estava a falar.

 
At 7/16/2008 11:11 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Leiam a posição do BE em http://www.loures-bloco.pt.la/

 
At 7/16/2008 11:24 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Isabel , eu tambem não generalizo, não gosto é daqueles portugueses, que para achincalharm o seu pais e o seu povo, e tecem loas a tudo o que é estranjeiro.

Temos muito defeitos, muitos governantes incompetentes, fenomenos preocupantes de exclusão social, tevemos uma ditadura de 50 anos que nos moldou o mais profundo do nosso ser, e nos fez perder muito da nossa auto estima.

Mas destesto quando vejo elogiar povos, que são tudo menos as maravilhas que apregoajm.

A Natacha foi um exemplo, mas um exemplo, que diz muito do que é a mentalidade austriaca.

O Haider não foi um fenomeno isolado.

Por traz daquele pais de conto de fadas, esconde-se um dos povos mais neuroticos, que me foi dado conhecer.

E gosto de Viena, da Musica, dos seus jardins e dos seus palacios, do fausto da corte austro-hungara, só que por debaixo do verniz, vejo um povo que aderiu de alma e coração ao nazismo,que nunca se desnazificou, e que nunca foi decidamente acusado, pelos crimes que cometeu durante a segunda guerra mundial.

E é uma cortina de fumo, que os austriacos são mestres em utilizar.

O Pior é que quando surgem fenomenos como Haider , vem ao de cima o que na realidade pensa boa parte da população austriaca.

 
At 7/17/2008 3:30 da tarde, Blogger ilha_man escreveu...

Sr António Pacheco

É verdade, Heider defende posições que deixam muito a desejar, mas que me diz da França e Le Pen, ou da Itália e Berlusconi? Ou mesmo as políticas de emigração de Zapatero e Sarkozy?Já para não falar em certas franjas da sociedade alemã. Porquê não falar de certos crimes racistas que acontecem em Portugal?
E acha que a Itália foi castigada e desfascizada?
Segundo a sua lógica estamos a falar de povos xenófobos tb. Existe gente tola na ásutria e em todo o lado.
O caso da Natascha foi um exemplo que diz muito da mentalidade austríaca? Você não faz mais do que os ingleses fizeram em relação a Portugal e à Maddie. Pegam num caso mediático e generalizam para todas as situações.

Não achincalho o meu país, apenas digo o mesmo que diz no 2º parágrafo do seu último comentário.
Quero uma vida melhor e quero estar junto de quem gosto.A Áustria não é perfeita, mas foi o país que escolhi para viver.

Vim a Faro por 3 semanas e nestes dias já aconteceram-me várias situações que me levam a dizer que este país já não é para mim!

Mas tenho imenso orgulho em ser português!

PS: A sua atitude para com os austríacos e suiços não configura um caso de xenofobismo?? A mim parece-me claro que sim.

 
At 7/17/2008 7:32 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

eu sou filho de imigrantes e confesso que os comentários do Augusto Pacheco me chocam.
Eu que em Portugal sou visto como um alemão e na Alemanha como Portugues tenho a felicidade de já ter corrido mais de meia Europa e nunca senti em lado algum sentimentos xenófebo generalizado. Exitem como em todo o lado pessoas parvas. Em Portugal não é excepção. Quantos ouvimos diariamente falalr na praga de "pretos" que invadiram Portugal. Ou falar mal do imigrantes, quando na realidade nós é que somos um povo de imigrantes.
Por fim e porque não me quero alongar no comentário para não ser indelicado com ninguém.
A Austria é dos países que eu por razões profissionais mais freuqentei e nunca mas nunca fui mal tratado. Muito antes pelo contrário. Relembro apenas um dono de um bar que hoje, quase 10 anos depois da minha única visita lá ainda me escreve mails e trocamos impressões. E olha que não foi por sermos bons clientes. Só lá estivemos na cidade 3 dias.

 
At 7/17/2008 8:55 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

(Quer-me parecer que com esta conversa toda, ainda estamos a contribuir para fazer crescer mais as saudades da namorada, ao ILha Man...acho bué da mal, a gente fazer isso. So...so...já não se fala mais na Àustria...em troca eu quero um chocolate daqueles com a cara do...Mozart?, é??? sei lá...uma cara qualquer que se vendem em todos o lado e que são bons comó caraças!!!).

 
At 7/17/2008 9:59 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Desculpa Isabel mas estou totalmente em desacordo contigo.

O Mozart a vender um chocolate e ainda por cima de quinta qualidade....

Olha em S. Tome e Principe estão a fabricar-se chocolates de primeirissima qualidade.

E nas lojas do Comercio justo, aquelas que vendem produtos de qualidade e não campanhas publicitarias, têm verdadeiro chocolate a bom preço e sem aditivos e outras substancias que nada têm a ver com cacau.


Já vi que temos por aqui defensores de uma Europa maravilha.

As centenas que todos anos morrem ao atravessar o estreito de Gibraltar, ou que que chegam á ilha de Lampedusa, são meros fait divers.

Os clandestinos que passam anos em autenticos campos de concentração, um pouco por essa Europa fora só porque não têm papeis tambem são factos de menor importancia.

A forma como se vive nos bairros sociais , um pouco por essa Europa fora,autenticos guetos e tambem barris de polvora em potencia , não são factos a dar muito relevo.

Discordo de todos vós sobre a Austria, e discordo porque, há racismo e xenofobia , bem presente no dia a dia ,e nas relações dos austriacos com os estranjeiros.

Cada um falas das suas esperiências, mas quem é tão critico de Portugal, o minimo que seria desejavel, é que não tentasse dar uma visão cor de rosa de uma sociedade, a austriaca, que tem muito pouco dessa côr.

E eu até gosto e muito de Graz de Viena, mas gostar das cidades, não me impede de tentar perceber, que por detraz da mascara que esse povo usa, existe outra imagem que não é aquilo que muitos europeus pensam.

Mas isso é a minha opinião.

Uma das festas em que eu mais me diverti foi em Munique na Festa da Cerveja, e isso não impediu, de ter visto negros serem ameaçados e impedidos de entrar para tambem se divertirem.

Pois eu sou branco, estava acompanha por familias respeitadas no local, era benvindo, ou outros os pretos poderiam estragar a festa....

Munique é na Alemanha, pois mas os austriacos não são nada diferentes

 
At 7/17/2008 10:23 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Olha lá, e quem é que te disse que eu tenho dinheiro para ir a S. Tomé comprar chocolates???

Eu cá não desgostei dos Mozarts (confesso que sou muito tolerante em relação a chocoltes...tirando aqueles espanhóis muito maus, mesmo, marcha tudo e com o rótulo de bom p'ra cima!!)e fartei-me de comer daquilo. Apesar de a minha mais importante defesa de Viena, advir do café. As lojinhas da Segafredo, por exemplo, tinham café igual ao nosso. Coisa que não consegui encontrar em lado nenhum, nem sequer em Itália, onde, ainda por cima, tinham o acúcar dentro dum alguidar...

E desculpa mesmo optar pelos fait divers sem importânncia...mas se tu nos vês como defesnores da Europa maravilha e como silenciadores do racismo, da imigração ilegal e das suas tragédias, porque aqui escrevemos que, no meu caso, tive a sorte de o audtriaco que melhor conheci ser um homem de Esquerda e o Daniel por ter conhecio um dono de um Bar a quem nunca viu um gesto de racismo e de quem ficou amigo, olha é mesmo melhor falarmos de chocolates...

Aliás, o meu post era sobre a Quinta da Fonte e no 1º comemntário em que, em resposta ao Ilha Man, falei na Àustria, foi do café, dum acidente de carro resolvido em tempo record e de Viena, que, como cidade, adorei (tirando a parte de ter que limpar a boca às mãos...). O resto foste tu que colocaste e eu reitero que é um erro fazer generalizações.
Que, neste último comentário, voltas a fazer...como dizemos que curtimos Viena...como acrescentamos que nos nossos casos concretos não contactámos com nenhum racismo em Viena, diferente do que encontrámos em Paris, em Madrid, em Londres ou em Lisboa, tu acrescentas e concluis que vendemos uma imagem cor de rosa da Europa.

Afinal, lamento é que, porque se começou a falar na Àustria, nos tenhamos esquecido que a Quinta da Fonte fica ao pé de Loures...mas isso sou eu que não dou relevo às mortes a atravessar Gibraltar ou aos Bairros de Lata, das cidades europeias.

 
At 7/17/2008 11:41 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Vasmos lá fazer as pazes.

Chocolate de S. Tomé já felizmente existe em muitas lojas de Lisboa,assim como em lojas de comercio justo, e feiras em que esses produtos são tambem vendidos ,e não só, já há supermercados que os têm, e o preço não é assim tão diferente, e sabes que estas a comer produto genuino e não Nestle Lindt, e outras marca muito famosas, mas que de verdadeiro cacau têm pouco e aditivos têm muitos.

Abriu agora na baixa um genuino café vienense, é na rua entre a Bertrand e a Igreja dos Martires ao fundo, Rua Anchieta n 3

Tem refeições mas podes matar saudades só da sachertorte.. e do café de que tanto gostastes.

 
At 7/17/2008 11:53 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Ok, assim seja. Estou de fárias, à espera de 2ª feira para ir para a praia (que isto a crise obriga a reduzir a dita) e não me apetece brigar com ninguém, nestes dias. Diagamos que entrei numa fase de boa vontade, muita tolerância, paciência aos molhes e, quem sabe, ainda acabo num mosteiro budista qualquer...com um daqueles vestidos cor de laranja com umas rachas.

Amanhã vou à procura do café vienense (ah, mas nota: eu DETESTEI a comida austriaca..aliás, quando não fui obrigada a comer no hotel, nas refeições nos intervalos das reuniões, comia num rsetuarante italiano em frente ou comia hamburgers num café manhoso ao pé da Embaixada de Portugal...curti mesmo foi o café e os Mozarts...), se me prometeres que tem guardanapos, e vou à procura do chocolate de S.Tomé, se me prometeres que depois resisto e não começo a comer daquilo desalmadamene, que eu ainda ando a fazer dieta (ok, agora já é só dia sim, dia não.).

 

Enviar um comentário

<< Home