É isto que nos governa
Nota: Este post foi publicado no dia 23 mas como acho a discussão interessante resolvi voltar a coloca-lo mais visível de modo a que a discussão ainda possa ser mais participada.
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A JS já veio publicamente discordar da disciplina de voto do PS na votação sobre os contratos de casamento de pessoas do mesmo sexo. No Domingo foi a vez de Marcelo Rebelo de Sousa critícar esta opção no PSD. Hoje junta-se lhe Pacheco Pereira que é também como no caso do Prof. Marcelo pessoa próxima da liderança de Manuela Ferreira Leite.
Ficam por isso, e o debate ainda nem começou, duas perguntas no ar. Se no interior dos partidos as cisões são evidentes porque não se aceita discutir esta questão e em vez disso optar pelo totalitarismo da disciplina de voto para castrar quem pensa diferente? E fica a pergunta se calhar mais importante. Se esta gente nem no interior do seu partido consegue dialogar como é que o povo português pode alguma vez esperar que eles ao serem governo dialoguem com o povo?
É que no fundo o PS e o PSD são iguaizinhos. Conservadores nos costumes, ultra liberais na Economia e anti democráticos na sua essência.
Etiquetas: Daniel Arruda
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"Se esta gente nem no interior do seu partido consegue dialogar como é que o povo português pode alguma vez esperar que eles ao serem governo dialoguem com o povo?" Então não queres diálogo? Para que serve a democracia para ti?
Aqui se mostram os tiques autoritários do Dr Daniel Não Oliveira, que n quer ver os políticos em diálogo com o povo.
Como esperar? O que queres fazer? Sem esperar?
"É que no fundo o PS e o PSD são iguaizinhos. Conservadores nos costumes, ultra liberais na Economia e anti democráticos na sua essência."
Caro Daniel Arruda, onde constava que as distritais não reuniam era no BE, não era em nenhum partido do chamado centro.
Caro Daniel se a sua maior preocupação é os casamentos homosexuais, então a sua causa tambem foi modificada, e não me considero conservador mas sim um progressista.
Declaração de voto: sou contra os casamentos homosexuais.
Daniel Geraldes, vejo duas coisas no seu comentário, a 1ª é que sabe da vida do meu partido coisas que eu não sei e que fugiu ao essencial da questão. Numa questão em que os partidos estão divididos a solução é não discutir e obrigar os deputados a votar por decreto.
Já agora não é a minha maior preocupação que registo com agrado que você não é nem conservador nem progressista. É apenas alguém que acha que o outro não pode celebrar um contrato só porque você acha que não é normal e isso na minha terra chama-se intolerante.
Ah ainda bem que acha o PS de centro porque de facto de esquerda tem muito pouco
Daniel, para quem passa algumas vezes pelo Troll, essa da maior preocupação do Daiel (ou de alguém neste Blog) ser a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo é um pouco forçada, não?
A principal preocupaçao da FER é o casamento gay, isso ja me tinha apercebido.
Muito bem dito Daniel.
Claro para quem quer ver.
ISabel, deixa estar. O armeniozinho é feliz assim e a nossa principal preocupação é o bem estar deles não é?
Leal, obrigado
Caros, Isabel e Daniel Arruda,
não é a questão de passar muitas ou poucas vezes pelo blog, qualquer bloquista que se preze, traz consigo sempre a bandeira da defesa dos casamentos homosexuais e um dia que estas bandeiras fracturantes acabem o BE entra em vias de extinção porque já não existe mais nicho de mercado, e isso de me considerar intolerante por não ser a favor dos casamentos homosexuais é perigoso e quase preconceituoso, não sou a favor dos casamentos homosexuais por varios motivos,
1º não podemos tratar por igual aquilo que é diferente, e queira ou não reconhecer, os casamentos gays são diferentes.
2º se abrir-mos o precedente dos casamentos gays, tambem teremos de dar oportunidade aos casamentos poligamicos e ja sem falar do seguinte passo que será a questão da adopção por casais gays.
3º acho que deve existir um diploma que confira algum reconhecimento a estas relações, mas so isso.
4º a matriz de sociedade europeia baseia-se na matriz judaica ou cristã, e eu espero que a bem da sociedade esta filosofia permaneça e não seja trocada por um liberalismo absurdo e bacoco que não acredita em nada, que é o tal liberalismo da libertinagem.
P.S. quando falo em liberalismo falo em valores morais, unica e exclusivamente.
E em relação ao seu partido não reunir, não estou a inventar nada, simplesmente o vi numa reportagem quando foi o vosso ultimo congresso, um militante a queixar-se.
Caro Daniel Geraldes, vou ter a veleidade de responder ponto a ponto:
1- Um casamento é um contrato e não uma questão cultural. Não se pode proibir duas pessoas de celebrarem um contrato se não o quiserem. Seja ele de casamento ou de outra coisa qualquer.
2- Fala de uma coisa gira. Onde está escrito ou provado científicamente que o ser humano é monogamico? Tal como não foi ainda nunca provado que geneticamente o ser humano tenha de ser heterosexual. Já agora em que estudos se baseia para dizer que uma criança adoptada por um casal homosexual não é bem tratada. Prefere-as nas casas de gaiato ou outras instituições?
3- Respondido no ponto um. O casamento é um contrato e como tal é esse o reconhecimento que o casamento deve ter.
4- Gosto dessa da matriz judaica cristã. Como me explica então que a matriz defende o casamento para toda a vida e a cessação do contrato de casamento (vulgo divorcio) é aceite. Mais como explica que na matriz judaico cristã onde o casamento defende que é para toda a vida se aceite contratos pré nupciais que regulem aquilo que na matriz até nem é bem aceite.
Já reparou que falo sempre em contratos e nunca em culturas ou matrizes. É isso que um estado laico e de direito deve defender. A lei e a legalidade. O que você, e quero crer inadevertidamente defende, é que toda a gente pode celebrar contratos menos os homosexuais. E isso é discriminação.
Por outo lado mais ao fim confunde propositadamente "liberalismo da libertinagem". Se acha que amor pode ser considerado libertinagem estamos conversados. A menos que não aceite que um homem ame outro homem ou que uma mulher possa amar outra mulher. E se for o caso isso é discriminação.
Já viu que aquilo que defende ofende a constituição da República Portuguesa em que ninguém pode ser discriminado por questões de sexualidade, raça ou credo. Só o facto de trazer á conversa a matriz judaico-cristã para defenir leis da república é só por si discriminatório. Os muçulmanos que tanto condena certamente é que fazem isso. Quer ser igual a eles?
Caro Daniel Geraldes, tome um conselho de amigo, reveja a argumentação. Você pode dizer o que quer mas não entre por aí. Diga que é contra porque não concorda que os homosexais são pessoas iguais a si. É feio, mas é muito mais honesto.
Caro Daniel Arruda,
Gosto da sua semântica e colocou frases propositadamente que não reflectem aquilo que eu disse, mas como ideologicamente,e convictamente, estamos em campos opostos não vou tentar convencer o Daniel, nem o Daniel me vai convencer a mim. E o que eu quero com isto é a discussão, não me considerando em nada intolerante por ser contra os casamentos homosexuais.
Caro Daniel Arruda,
O casamento é, efectivamente um contrato. É o próprio Código Civil que o diz.
Mas atenção! Como em todos os contratos tipificados na nossa lei civil, o contrato de casamento tem de obedecer a determinadas regras!
Assim sendo, e já que faz alusão ao carácter contratual do casamento deixe que lhe diga o seguinte: conhece certamente o conceito de arrendamento e de aluguer. Ora, o primeiro diz respeito a coisas imóveis e o segundo a coisas móveis. Não se chama arrendamento ao aluguer de uma bicicleta nem aluguer ao arrendamento de um apartamento.
O mesmo se passa com o casamento. Se procurar na história, vai certamente chegar à conclusão, que antes de ser um contrato, o casamento é mais do que qualquer outra coisa um instituto.
E é um instituto que se caracteriza, fundamentalmente, por permitir a união entre um homem e uma mulher.
Desafio o Daniel Arruda, ou qualquer outro partidário desta aberração histórica e jurídica a encontrar qualquer referência que inclua a união de pessoas do mesmo sexo, com sendo reconhecida pela sociedade. Estou certo que não existe!
Mas voltando à "vaca fria".
A Constituição da República Portuguesa - que pelos vistos agora serve como argumento em favor da causa - diz que se deve tratar de forma igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente. É um dos mais prodigiosos brocardos do Direito.
Parece-me ser razoável aceitar que existem diferenças óbvias entre os casamentos entre pessoas de sexo diferente e as uniões entre pessoas do mesmo sexo. Honestamente, nem consigo conceber que não se reconheça esta diferença!
Assim sendo, e de acordo com o brocardo que referi supra, não se pode tratar de forma igual o que é, claramente diferente.
Mais, actualmente a lei já reconhece, com amplos direitos, as uniões entre pessoas do mesmo sexo. Chama-se a este diploma, a lei das uniões de facto.
Dir-me-á o Daniel Arruda que a lei das uniões de facto não reconhece direitos sucessórios às partes. É verdade.
No entanto, estou disposto a conceder nesse ponto. Altere-se a lei das uniões de factos e o Código Civil, e concedam-se direito aos unidos de factos de fazerem parte da linha sucessória.
Agora meus amigos. Permitir o casamento de pessoas do mesmo sexo é perverter toda uma realidade jurídica, sociológica e histórica, e é até, a meu ver, inconstitucional por violar um dos mais elementares princípios de direito: o princípio da igualdade.
Se eventualmente a alteração à lei da união de facto não vos parecer suficiente, então crie-se outro qualquer instituto jurídico que se ocupe de regular a união de pessoas do mesmo sexo. Por favor não lhe chamem é casamento!
Finalmente. Quanto ao PS não me pronuncio, mas devo dizer-lhe que o PSD é profundamente democrático. A prova do que digo é que se discute sem pudor nem limitação da liberdade pessoal de cada um. A existência de regras não é necessariamente igual a ditadura!
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
PS: Uma outra discussão neste blog ficou por terminar por culpa minha. Agora já é tarde para a ela voltar. No entanto, se voltar a surgir a oportunidade não deixarei de dar o meu contributo
Caro Daniel, a falta de argumentos é uma coisa chata não é?
Felipe, bem vindo de volta. Deixe-me começar pelo fim. Diz que "A prova do que digo é que se discute sem pudor nem limitação da liberdade pessoal de cada um." Até posso estar de acordo, mas na bancada obriga-se a votar como Manuela Leite quer. Isso é o quê?
Quanto ao resto e resumido, todo o seu comentário assenta na base da tradição e moral. Sob capa de legalidades claro. Você até aceita que se amplie as uniões de facto para as equiparar ao casamento mas não aceita o casamento. Não o compreendo. É a palavra que o incomoda? Ou é a instituição casamento que está em causa.
Mas gostava que me explicase uma coisa. Porque é que o amor e o casamento entre pessoas do mesmo sexo é diferente de pessoas de sexo diferente. Não entendo. Não me diga que partilha a ideia de que o casamento existe para rocriar e que o resto é contra natura.
Já agora acha diferente quando dois homens se beijam e quando um homem e uma mulher se beijam? Ou acha diferente quando duas mulheres se acariciam do que se for homem e mulher.
É que se assenta o penssamento na diferença tem de saber explicar onde está a diferença.
a vossa pretensao é q alguem seja maluco e leia tudo isso q voces escrevem?
comentarios tao gigantes jamais sao lidos eu n leio.
so este do daniel geraldes pq é para chatear o Dr. Daniel
Viva
O Daniel Arruda tem sentido de humor, agora diz que não ter argumentos é uma coisa engraçada, mas já que insiste até lhe digo, que ser homosexual não me choca em nada, cada um sabe aquilo que aprecia, mas querer á força a união sob a forma de contratos, como tão leviamente lhe chama, dos homosexuais é mesma coisa que querer juntar cães e gatos, isto não acontece porque é contra natura, mas se quiser utilizar argumentos como "o casamento é para a procriação" ou fazer ligeiros acrescentos como " prefere colocar as crianças na Casa do Gaiato" e acho sublime não ter colocado Casa Pia, isto porque na sua magnanime argumentação de liberal tem de lhe colocar semântica sob o risco de não se autoconvencer senão for assim.
Para mim não é , nem nunca será uma questão de tolerância ou intolerância o casamento dos homosexuais, é meramente e digo-lhe um questão de genero, sociologica e de valores culturais, mas a sua semântica para quem não tem opinião formada sobre o tema, ou que não tem uma base politico filosofica, funciona na perfeição.
Cumprimentos,
Caro Dniel, diz que:
"... é mesma coisa que querer juntar cães e gatos, isto não acontece porque é contra natura,..."
Permita-me descordar. Sabe que em mais de 80% das raças animais existe a homosexualidade. No mamíferos então é quase 100%. Os golfinhos chegam a constituir família e os Gorilas idem.
Essa do contra natura é fabulosa. Qual natura pergunto eu? A que existe ou a que os valores que nos quiseram e estão a impingir determinam.
Depois dos valores, da cultura judaico cristã, agora a da natureza das coisas. Confesse Daniel. Ainda não acertou num argumento que seja válido.
Lol então o Daniel Arruda, esta-me a querer dizer que todos os animais são homosexuais, é que eu como mamifero nunca tive qualquer relação homosexual e não me parece que venha a ter, lol, essa sua teoria foi bastante engraçada.
Filipe e Daniel, desculpe responder aos dois em conjunto, mas creio que as vossas opiniões são semelhantes e se baseiam em dados similares.
Não é para poupar trabalho...apenas para não me repetir.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é diferente em quê? Um contrato civil assinado por duas pessoas (é, obviamente desse que falamos) é diferente se for assinado por duas pessoas de sexo deiferente ou do mesmo sexo em quê?
Porque não se destina à prociação? Mas o casamente legal entre duas pessoas de 60 ou de oitenta anos, também não. Proibe-se? Ou em que um dos membros do casal é estéril...ou em que ambos podem, mas, como adultos, conscientemente, optam por não ter filhos...ou...ou...
Nos pressupostos?
Em que é que são diferentes nos pressupostos? Há duas pessoas que querem legalizar uma relação entre elas, seja porque motivos forem, juridicos, culturais...em que é que é diferente se forem de sexos diferentes ou do mesmo sexo?
O que é é que é diferente, afinal?
E o que tem o casamento entre duas pessoas (duas) a ver com a poligamia? Alguma vez, alguém, algum homem pretendeu legalizar uma relação polígama em Portugal? Para quê comparar o imcomparável como vocês dizem?
O Daniel afirma que a matriz da sociedade europeia se baseia na matriz da civilização cristã. A dos países árabes na matriz muçulmana, você defenderia a poligamia se vivesse na Arábia Saudita ou no Paquistão?
POrque é que eu, não sendo critã, tenho que aceitar viver sob os canones da vossa matriz? Repito, no entanto, que do que se trata é de contratos civis, feitos em estados constitucionalmente laicos como é Portugal. Não estou a defender que o Padre da minha Paróquia case dois gays...estou a defender que o Estado do meu País lhes dê as mesmas hipóteses legais que me dá a mim. Porqie eles são perante o Estado portugês iguais a mim.
Pagam os mesmos impostos que eu, se cometerem um crime têm a mesma pena que eu. São em todas circuntâncias perante o Estado iguais a mim, pporque é que o Estado não tem que ser em todas as circunstâncias que os tratar da forma que me trata a mim?
O Filipe alega que os contratos têm que obedecer a determinadas regras. Como todos os outros contratos, evidentemente.
Agora que não se lhes possa mudar as regras, se for essa a vontade maioritária do legislador é que não entendo.
Jà que fala noutros contratos, e que a meu ver bem, neste ponto, coloca a questão onde e apenas onde ela se deve situar, na questão juridica.
Um contrato de trabalho feito hoje, à luz do Código de Trabalho, tem as mesma regras que um feito á luz da Legislação de 79? Ou da anterior ao 25 de Abril?
Ou para não sairmos do contrato casamento, as regras do casamento de hoje são iguais às regras do contrato casamento de quando o divórcio era proibido? Ou de quando estava vedado aos casamentos religiosos?
Hà regras mutáveis e outras não?
Volto à pergunta inicial: porque tem que ser diferente?
Aproveitando a deixa da Isabel, responderei também no mesmo comentário aos dois (leia-se naturalmente Daniel Arruda e Isabel)
Em primeiro lugar, quero aqui dizer que gosto de vir ao Trol Urbano. Apesar de estar, politicamente, nos antípodas nos autores, o respeito que estes demonstram na discussão política apraz-me muito.
Em segundo lugar, e entrando directamente no objecto do post:
A questão que está em discussão neste tema é apenas e só jurídica: Deve-se, ou não, alterar a lei para permitir a união de casais do mesmo sexo?
O Daniel Arruda pergunta: "Porque é que o amor e o casamento entre pessoas do mesmo sexo é diferente de pessoas de sexo diferente." O amor não pode, nem deve ser objecto de qualquer lei e como é obvio, a actual lei não proibe a união de pessoas do mesmo sexo. Nem poderia, porque isso atentaria contra os mais elementares direitos pessoais.
O Daniel arruda pergunta ainda: "Já agora acha diferente quando dois homens se beijam e quando um homem e uma mulher se beijam? Ou acha diferente quando duas mulheres se acariciam do que se for homem e mulher."
Existe uma diferença óbvia de género. Ou o Daniel Arruda não entende isso?
Mas mais uma vez. A questão não é relevante. O Estado e a Lei não se devem pronunciar sobre estas questões, uma vez que são do foro interno de cada indivíduo.
A Isabel diz: "O Filipe alega que os contratos têm que obedecer a determinadas regras. Como todos os outros contratos, evidentemente.
Agora que não se lhes possa mudar as regras, se for essa a vontade maioritária do legislador é que não entendo."
Como é óbvio, todas as regras jurídicas podem ser alteradas e é o que efectivamente acontece.
No entanto, o que aqui está em causa não é a mera alteração das regras de um determinado contrato. O que aqui está em causa é a alteração da natureza desse contrato que é o casamento.
É que analisar juridicamente uma norma sem atender aos elementos históricos e teológicos que estiveram na sua origem, é perigoso e potencialmente criador de desordem e anarquia.
Voltando à questão inicial: Deve-se, ou não, alterar a lei para permitir a união de casais do mesmo sexo?
Para respondermos devemos atender à seguinte questão: existe algum motivo para alterar a lei do casamento nestes termos?
A resposta, no meu entender, é negativa e cabe aos partidários da resposta positiva fazer a apologia da tese e demonstrar a sua necessidade.
O casamento é um instituto histórico bem anterior à religião que deste se veio apropriar - e no caso do catolicismo, tornar sacramento.
Faz parte da natureza jurídica, histórica e sociológica do casamento a união - única e exclusivamente - de pessoas de sexo diferente.
Alterar esta regra - que define o conceito de casamento - é alterar toda a natureza do instituto e acabar com ele. É que serem pessoas de sexo diferente é elemento essencial e caracterizar do conceito de casamento.
Em resumo: já expliquei jurídica e historicamente - no meu primeiro comentário - porque é que é uma aberração este projecto para alterar a lei do casamento.
Julgo que neste segundo comentário terei explicado porque é que é diferente a união de pessoas do mesmo sexo e a união de pessoas de sexo diferente.
Finalmente: estou em parte de acordo com a Isabel. De facto, grande parte da questão aqui é de Direito, mas o Direito não existe isolado. Tem de ser conjugado com a história e com a antropologia.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
PS: Estou certo que ainda voltarei a este post!
"A resposta, no meu entender, é negativa e cabe aos partidários da resposta positiva fazer a apologia da tese e demonstrar a sua necessidade."
Filipe, eu vou-lhe confessar uma coisa. Eu não vejo nenhuma necessidade na instituição casamento. Aliás, vou entrar aqui num detalhe pessoal e dizer-lhe isto. Há muitos anos casei-me. A única razão prque o fiz foi porque me convenci que assim, conseguiria dar a alguém (ao meu, então companheiro, depois marido) uma nova razão para por aqui (por este lado, pela vida, quero dizer) continuar. Fui derrotada em toda a linha. Ele partiu.
O casamento não me srviu rigorasamente para mais nada.
A seguir tive um filho lindo que adoro, que me dá alegrias, que se tornou num Homem com H enorme, que entrou agora para a Faculdade, que passou de um puto de olhos verdes lindos para um homem de alma enorme linda, sem ter em nenhum momento voltado a sentir a necessidade da instituição casamento. Fora dessa instituição. Em nenhum momento a hipótese se me voltou a colocar porque dela nunca senti necessidade.
A minha única defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo é, pois, a que escrevi num post logo aí em cima.
A instituição casamento não tem na sua origem antropológica ou histórica a finalidade de ser usada para tentar agarrar alguém que se ama, à vida...eu usei-a, apenas, para isso. Falhei.
Não aceito que eu, você, o Estado, o legislador, a história, qualquer teologia tenha o direito de me dar um direito a mim, que não dá a qualquer outra pessoa. A minha defesa é pois, apenas essa. Quem sou eu, o Estado, você ou a história para tratar de forma diferente o que é igual? O direito a cada um de nós amar quem quer. Fazer dessa amor o que quer. Usar uma istituição com o fim último que entender e por razões que entender.
Alterar a regra da procriação, introduzindo nela a procriação in vitro, por exemplo, criou anarquia e desordem? Quantos milénios antes da instituição casamento, um homem e uma mulher precisavam de ter relações sexuais para assegurar a continuação da espécie? E só os que as tinham a podiam assegurar? E os que eram estéreis não podiam aspirar a ser pais?
Quantas crianças felizes existem hoje fruto de gravidezes fora dos parâmetros históricos, culturais, teológicos da procriação?
E quantas existem fora da instituição casamento? Não terá isto a ver com uma conquista inviolável da nossa civiização que é a liberdade individual e o direito à diferença? Não estão estes direitos consignados, hoje, na Lei, contrariando o que foi a Lei, a história e a civilização durante milénios?
Vivemos, apesar disso, em desordem e anarquia?
PS: Espero que continue a gostar de vir ao Troll. Nós gostamos de o ter cá, mesmo quando (ou sobretudo quando?) nos proporciona discussões mais ou menos acaloradas. Afinal, a vida a preto e branco não me dá mesmo nenhum gozo. E se só falasse com quem pensa como eu, acho que me iria sentir muito triste.
Bem vindo, portanto, quem vier por bem.
Isabel,
Quem me ler ou ouvir falar sobre esta temática há-de pensar que eu sou um enorme defensor de que todos os apaixonados se devam casar e ter filhos, mas quero assegurar-lhe que a celebração deste contrato não está nas minhas coagitações pessoais e que o considero absolutamente desnecessário.
Quando duas pessoas - independentemente do sexo - gostam uma da outra, não devem preocupar-se com a celebração de contratos para garantir o que quer que seja.
Seja como for, o que nos separa é simples: a Isabel e os partidarios da alteração da lei consideram que a união entre pessoas de sexo diferente é igual à união entre pessoas do mesmo sexo.
Uma vez que existe uma obvia diferença de género, eu acho que estas duas uniões são diferentes.
Se são diferentes - e são tão diferentes como uma caneca é diferente de um copo - então não podem ser tratadas da mesma forma.
De resto, eu sou liberalista. Cada um, desde que respeite os outros e a lei, deve fazer o que bem entender.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
Desculpem só agora voltar a esta discussão mas até vou tentar passar o post para cima par aver se a discussão continua pois parece-me útil.
Daniel geraldes, o que eu disse é que a homosexualidade existe em quase todas as raças de animais, não disse que todos eram homosexuais.
Caro Filipe, parece-me por esta discussão que se poderia chegar a um consenso se a classe política o quiser e se a posição dos partidários do não ao casamento homosexual pensarem como você.
Abule-se a instituição casamento das nossas leis e qeuipara-se as uniões de facto aos casamentos nos direitos dos seus elementos. Quem se quisesse de facto casar ficaria com o religioso se assim o entendesse sendo que isso não teria qualquer valor legal como aliás agora já não tem.
Assim Homosexuais e Heterosexuais ficariam em pé de igualdade sem qualquer tipo de discriminação.
Parece-me que estamos todos a falar do mesmo. Achamos todos aqui no trol e o Filipe incluido, que os direitos das uniões de facto devem ser aumentados para que efectivamente as pessoas tenham os mesmos direitos. Eu acho que enquanto não tiverem o mesmo nome são actos discriminatórios. Abule-se o nome dado que pelos vistos a instituição casamento não é assim tão importante fora do meio religioso que se mantinha para quem quisesse assim como outras multiplas cerimónias se mantêm nas mais diersas religiões. Assim tipo batismo que não tendo qualquer valor legal não deixa de se fazer.
O que me diz?
Caro Daniel Arruda,
Em primeiro lugar, quero sauda-lo por ter conseguido - não sei como se faz, mas gostava de saber - puchar o post novamente para cima.
Em segundo lugar, e porque o respeito a si e porque respeito o Troll Urbano, permita-me ponderar na sua proposta e tomar uma posição mais tarde.
Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes
Olhe Filipe somos dois a não saber como raio o Daniel puxou o post cá para cima.Acho que o vamos ter que convencer a ceder-nos a informação. Se você lhe disser que é do Benfica, deve ajudar...
Daniel fzieste bem...eu é que neste momento, cansada e depois de um dia de loucos, falar sobre casamentos tornaria qualquer casamento num pesadelo, o que acabaria por dar uma contruição à tua proposta do último parágrafo! LOL
Mas acho uma óptima ideia que se continue e discussão ou que se a retome em qualquer outro lugar.
Eu prometo voltar amanhã quando estiver menos coitadinha.
Não é difícil. Aldraba-se o sistema. O post original foi colocado um "suponhamos" dia 23-09-2008 ás 15.30 e eu vou á data e digo que o sistema é parvo mudo a data á mão e digo que ele foi colocado no dia 29-09-2008 ás 19.30. Assim ele assume essa data e passa cá para a cima na ordem horária que eu lhe indiquei.
Caro@ amig@s,
Dia 10 de Outubro discute-se na Assembleia da República a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Dia 10 de Outubro é dia de ir ao parlamento. É dia de encher as galerias para, no momento em que se confirme o chumbo dos projectos-lei do BE e dos Verdes, quem assiste se levante e se deixe ficar de costas voltadas para a assembleia que discrimina parte dos cidadãos que representa. Se não estamos na agenda política da maioria dos deputados, então eles não estão na nossa; se acham que não é oportuno fazer cumprir o imperativo constitucional da igualdade, então nós dizemos que não nos é oportuno reconhecê-los como nossos representantes. Em silêncio, sem cartazes e sem bandeiras, de costas voltadas e tão indiferentes a eles como eles a nós.
A sessão plenária que discutirá a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo inicia-se às 10 horas da manhã. Fica a proposta para quem estiver em Lisboa e quiser segui-la. Se não for o teu caso, passa a palavra a quem seja.
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