Yes, you must
Não me vou alongar aqui no Troll sobre as eleições americanas. Todos os que normalmente nos lêem sabem que defendi que Obama seria o melhor presidente dos EUA nesta corrida. E defendi-o desde o início. Não que ache, como também já escrevi que Obama seja de esquerda, quanto muito é, numa frase simpática de um colega meu, menos capitalista que os outros. Também não acho que com Obama se assista a uma revolução nos states. Mas era, de facto, o único candidato que representava uma mudança, e ainda por cima acho que para melhor. Alguém que defendeu durante a campanha a retirada das tropas do Iraque, a criação de um serviço público de saúde, alterações na taxação fiscal para maior justiça ou um ensino mais igualitário não é uma garantia mas pode ser, e era-o ,neste cenário, pelo menos merecedor da nossa confiança condicional.
Mas esta vitória de Obama teve contornos históricos. Pela margem com que a alcançou superando em muito as espectativas e as sondagens. Foi o Presidente eleito com maior número absoluto de votos de sempre na história dos EUA. Pelo conforto com que passeou nos super estados como por exemplo Ohio, Virginia e Florida. McCain só ganhou onde Obama nunca teve hipótese e mesmo nesses nunca folgou muito. Pela confiança que o povo americano lhe deu. Nunca uma vitória foi tão festejada nas ruas.
Obama não venceu o preconceito da cor de pele. Obama correu com todos os preconceitos e venceu aquela que eu julgava ser os verdadeiros EUA. Aquela mentalidade tacanha e conservadora.
Ontem o lema de campanha morreu. O "Yes we can" (acreditem que ainda vai ser objecto de estudos pela forma como a mensagem passou) já era. Nem a tentativa de fazer passar o "Yes, we did it" pegou. Depois desta vitória categórica, clara e convincente o povo americano exige-lhe o novo lema "Yes, you must".
Mais ainda porque os Democratas aumentaram a sua influência Câmara dos Representantes e ganharam o Senado com pelo menos 54 senadores (à hora que deixei de ver as notícias não parecia possível chegar aos 60 senadores).
Até dia 20 de Janeiro continua o sofrimento embora tenha a esperança que depois desta derrota Bush não cometa mais nenhuma loucura. A partir daí vamos ver no que dá.
Etiquetas: Daniel Arruda
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