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sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Um detective para cada filho??

Ainda há notícias que me conseguem supreender.
Claro que desde o 1º dia nos apetecia estar sempre com eles. É o medo que se engasguem a mamar. Passamos noites e verificar se respiram. Qualquer febre é meningite. E cada pausa na respiração, sindroma da morte súbita. O que dariamos para ter sempre um médico, uma enfermeira, um serviço de urgências inteiro ali à mão, para nos acalmar as paranóias e explicar a borbulha na barriga...
Depois começam a andar e é o medo se vão cair, se partem a cabeça, se fogem para a rua, se vem um carro, uma mota, uma bicicleta ou um triciclo, ou uma carroça, qualquer coisa pode ser causadora de um drama...antes disso sabemos lá se podem cair da cama ou chocar com uma mesa enquanto gatinham...ou meter a mão na tomada da electricidade (claro que temos os coisitos a tapar, mas quem sabe do que eles são capazes aos oito ou nove meses), ou engolir um berlinde, e se não houver berlindes a gente imagina que eles podem até engolir uma bola de futebol...sabe-se lá do que são capazes...O que dariamos para ter sempre ali à mão um alarme que tocasse cada vez que se aproximam dum inimigo, seja um berlinde ou um cabo de vassoura...
Depois vem a escola e são os desconhecidos, o caminho, as notas, os outros putos, o terem que ficar sozinhos em casa...O que dariamos para podermos voltar a sentarmo-nos na carteira ao lado...ou ter dinheiro para pagar a uma ama que os levasse, trouxesse e esperasse no banco pelos intervalos...
Depois vem o secundário. Porra, normalmente fica mais longe...e já se tem que apanhar o autocarro...e eles têm 9 ou 10 e há lá putos enormeeessss com 15 ou 16...e a droga...e os raptos...e as ruas que se têm que atravessar...e as namoradas que os podem muito bem magoar, são umas megeras as namoradas...aqui a gente já pensou uma ou duas vezes num polícia privado. (Mas é em estados de loucura episódica, carago).
Por esta altura começam a sair à noite...vêm mais tarde...a noite é perigosa...sabe-se lá o que fazem...o que bebem...o que fumam...
Ok, todos, mas mesmo todos, passamos por coisas assim, mas isto é doença, é atentado à liberdade e , sobretudo, uma enorme incapacidade de crescer com eles.

Eu, que mãe galinha me sonfesso, entro em pânico quando o tlm não responde...ou a bateria acaba...ou...
Cum caraças, mas entro em pânico...às vezes até recorro a um Unisedilzeco , just in case sempre guardado na mala...mas daí a tornar-me polícia do meu filho, ou a pagar polícias para vigiar o meu filho, vai a distância entre o amor e a propriedade.
O que impedirá alguns pais, mesmo os mais galinhas como eu, a, saudavelmente, mesmo se com recaídas como eu, conseguir entender que eles não nos pertencem. São, apenas, os nossos filhos!
E que não somos nem polícias nem Anjos da Guarda. Somos, apenas, os seus pais.

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At 2/27/2009 9:46 da manhã, Blogger cereja escreveu...

Olha Isabel, nem de propósito ontem também deixei um post lá em casa focando o que é 'educação'.
Nesse ponto somos mesmo muito diferentes. claro que, como tu sabes, o meu rapaz é a luz dos meus olhos, a coisa mais importante da minha vida, mas o que para mim foi difícil foi conceb~e-lo. Depois de já o ter dentro de mim, foi sempre a andar e não achava que nada de mal lhe pudesse acontecer!
Vinha do Jardim Escola sozinho com 4/5 anos, sempre andou sozinho, e quando começou a sair á noite só fiquei á espera dele a primeira vez (com o telemóvel à cabeceira, just in case).
Isto de ter detectives ultrapassa-me por completo. É o maior atestado que passam a si mesmo de que foram uns péssimos educadores e não souberam conhecer os filhos que têm nem que os filhos confiassem neles.
Coitaditos. Metem de facto dó.

 
At 2/27/2009 4:19 da tarde, Blogger Sin escreveu...

Não posso falar como mãe, porque não o sou. Provavelmente serei uma mãe galinha, apesar de muito me queixar da que tenho cá em casa! Mas enquanto filha «quase adulta» que ainda vive debaixo das saias da mãe... custa-me imenso perceber o quão se preocupa comigo. Porque uma parte dessa preocupação pode ser explicada pelo amor que me tem, mas a outra parte é devida à falta de confiança que tem em mim. E isso dói. Conheci muita gente estouvada, e em certas ocasiões até fui uma, mas a norma é ser uma pessoa perfeitamente normativa, que sai, vai ao cinema, come um bolo quente, bebe um copo uma x por outra, diverte-se com os amigos até às tantas de x em qd mas é tudo. Às x pergunta-me do que tanto falo com os meus amigos, que parece que o assunto nunca acaba, mas é mesmo assim, há sempre coisas interessantes do que se falar e tanta coisa para conhecer em cada um deles que «perderia» horas a fio. Eu sei que há muitas coisas más que nos podem acontecer, mas a maior parte das vezes não acontece absolutamente nada. A liberdade é um bem precioso, e acho que o papel dos pais passa por nos ajudar a saber doseá-la, não a sufocar-nos. Mas é apenas a visão duma filha, que ainda não sabe o que é ser mãe.

 
At 2/27/2009 6:13 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Émiéle, tinhas-me falado nele...mas só o li depois.
Eu sei que somos diferentes. Eu sou, mesmo, demasiado mãe galinha. Não que isso me tenha impedido de fazer a minha vida e de permitir que o JP faça a dele...mas lá que estes medos todos e mais uns milhares fizeram/fazem parte da minha vida, desde que le nasceu, lá isso fazem!
E nota que ele também sempre fez isso tudo sozinho...o problema não está aí. Ele sempre fez tudo sozinho...e eu sempre morri de medo!
Claro que com o tempo foi abrandando...mas não estou curada, não tenho ilusões.
Agora os pais que precisam de detectives para controlar não os seus filhos, mas os seus medos, metem mesmo dó.

 
At 2/27/2009 6:18 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Sin, não te conheço nem conheço a tua mãe.
Mas posso assegurar-te que, no meu caso, tenho absoluta confiança no meu filho...e que isso não impede o medo. A confiança nele e o crescimento de ambos, ensinou-me a controlálo, não a vencê-lo.
Ainda há uma ou duas semanas, ele saiu para ir ao cinema foi a uma sessão a seguir á prevista e eu não sabiae...ok, nem te conto a vergonha.LOL
Obviamente só lhe contei bem mais tarde...e desatámos a rir os dois.
Mas nada me garante que me tivesse servido de emenda!!

 
At 2/28/2009 12:00 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Ao fazer isso os pais não estão a controlar os filhos. Estão é a passar um atestado de incapacidade a eles enquanto pais.
Eu teria vergonha de fazer uma coisa dessas.

 
At 2/28/2009 12:22 da tarde, Blogger Sin escreveu...

Acho que consigo perceber... Mas nem sempre é fácil sairmos da nossa pele, pormo-nos na pele dos pais e percebermos porque agem como agem e dizem as coisas que dizem. O ideal seria ambos conseguirem fazer essa descentração, porque só assim se podem compreender. Mas é um ideal, e é pouco frequente conseguirmos fazer isso, não é? Quando chego a casa mais tarde que o previsto devia antes por-me no lugar da minha mãe e avisá-la que vou chegar mais tarde; quando chego a casa e ela está acordada à minha espera com cara de poucos amigos ela também devia pôr-se no meu lugar e tentar lembrar-se de quando fazia exactamente o mesmo. Sim, pq não acredito que não tenham feito noitadas com os amigos e namorado e tenham deixado os vossos pais preocupados sem notícias lol são coisas naturais. Quando estamos entretidos com os amigos por vezes esquecemo-nos que podem estar preocupados connosco. Não fazemos por mal, simplesmente estamos distraídos e varre-se-nos da cabeça que vocês, pais, podem estar à beira dum ataque de nervos.
Mas acho que é a ordem natural das coisas. É uma questão de sempre e que acredito que vá durar para sempre ;)

 

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