Em Lobo Antunes...
Gosto do António Lobo Antunes. Desde sempre, que me lembre. Também desde sempre preferi as suas crónicas aos seus livros. Talvez por preguiça, sei lá. Lembro-me que numa altura em que ele deixou de escrever crónicas para a Visão, eu deixei de comprar a Visão só para não sentir a falta dele e delas.
Em cada crónica do Lobo Antunes estamos nós. Estou eu. Às vezes isso emociona. Outras assusta. Outras dói. Outras tudo junto. Como esta. Mas estou lá sempre. E não o digo por me sentir importante. Digo-o para lhe agradecer que ele me faça sentir importante, ao ponto de escrever cada uma e todas as suas crónicas sobre mim.
Aqui fica um link para a desta semana. Aquilo tudo, com excepção, talvez, e nem ateia convicta o ouso afirmar convictamente, daquela parte em que ele evoca os momentos de harmonia entre ele e o vizinho lá de cima, aquilo tudo, dizia eu, somos nós a escrever as nosssas perdas. Naquilo tudo vislumbro e relembro os meus ralhetes. E custam comó caraças.
E, apesar do vizinho lá de cima não me conhecer e isso me dar uma certa segurança, ouso terminar como António Lobo Antunes termina: ousa lá (mesmo que não existas ou, melhor, porque não existes, ainda menos te dou esse direito) meter-te comigo ou com algum dos meus e vais ver a sorte que te espera.
E, tal como ele diz, e ele diz por mim, como faz sempre nas suas crónicas, isto é mais que uma ordem, é uma ameaça!
Em cada crónica do Lobo Antunes estamos nós. Estou eu. Às vezes isso emociona. Outras assusta. Outras dói. Outras tudo junto. Como esta. Mas estou lá sempre. E não o digo por me sentir importante. Digo-o para lhe agradecer que ele me faça sentir importante, ao ponto de escrever cada uma e todas as suas crónicas sobre mim.
Aqui fica um link para a desta semana. Aquilo tudo, com excepção, talvez, e nem ateia convicta o ouso afirmar convictamente, daquela parte em que ele evoca os momentos de harmonia entre ele e o vizinho lá de cima, aquilo tudo, dizia eu, somos nós a escrever as nosssas perdas. Naquilo tudo vislumbro e relembro os meus ralhetes. E custam comó caraças.
E, apesar do vizinho lá de cima não me conhecer e isso me dar uma certa segurança, ouso terminar como António Lobo Antunes termina: ousa lá (mesmo que não existas ou, melhor, porque não existes, ainda menos te dou esse direito) meter-te comigo ou com algum dos meus e vais ver a sorte que te espera.
E, tal como ele diz, e ele diz por mim, como faz sempre nas suas crónicas, isto é mais que uma ordem, é uma ameaça!
Etiquetas: Isabel Faria
7Comenta Este Post
As crónicas de Lobo Antunes, que sou um leitor viciado, fez me pensar o porque desta ordem de partidas, e porra, como sempre fico com os olhos ligeiramente húmidos,
Ora aí está uma diferença entre nós. Eu não gosto particularmente do Lobo Antunes. Já deixei há muito tempo de ler as suas crónicas na Visão e dos seus livros acho que nunca passei das tentativas de dois deles que estão lá em casa por a minha mulher gostar muito de o ler.
No entanto devo confessar que deste texto até gosto.
Pode ser que ele faça mais 3 ou 4 assim para eu o voltar a ler.
Não conheço quase nada dele, mas escreve muito bem, e tive o prazer de me cruzar com ele na clínica psiquiátrica onde estagiei. É um Senhor!
Daniel, ele faz todos assim...às vezes somos nós que não os vemos assim. Porque há uma ou duas que não "encaixam" naquilo que, em dado momento estamos disponíveis e depois acabamos por perder o hábito. Vai por mim. Tenta para a semana...vais ver que se torna, como diz o Fura-fura, mais que um hábito, um vício!
Fura-Fura, somos dois. Hoje logo de manhã, naquela meia-horita livre para navegar, que costumo ter entre o hábito de me levantar para poder ter o prazer de tomar o pequeno-almoço com o meu filho e a hora de me começar a arranjar para o "sacríficio", li aquela crónica...bateu forte!
Sin, começa pelas crónicas. Há um livro editado que são as crónicas. Creio que tenho lá em casa...
Devo-te dizer que durante muitos anos, preferi o Lobo Antunes escritor ao Lobo Antunes, ser humano.Achava-o arrogante e isso irritava-me.
Com a idade ficou muito menos arrogante. Hoje já gosto tanto dele como escritor como como ser-humano...:))
Sempre gostei mais das cronicas do que dos livros.
Lembro o Jorge Luis Borges , os seus romances nunca me entusiasmaram, mas aqueles pequenos contos, são INULTRAPASSAVEIS.
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