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quarta-feira, março 04, 2009

Sindicalismo e um bom texto do Chora

Apesar de ser meu camarada de Partido muitas vezes discordei de António Chora, especialmente no que à relação com os sindicatos diz respeito. Nunca, no entanto, em quantidade para o deixar de respeitar e confiar-lhe com o meu voto a condução da CT da empresa onde trabalho. Porque as vezes que discordei dele foram sempre muito menos que as que concordei. Porventura porque fazemos o mesmo diagnóstico, aplicamos, no entanto, são receitas diferentes para resolver esse "problema" que são actualmente os sindicatos em Portugal. Eu, em relação à CGTP e UGT, sou muito pouco reformista. Não acredito que naquelas duas estruturas haja reforma possível. Até porque acho que os sindicatos em Portugal deixaram de fazer parte da solução para passarem a ser um problema. Até porque acho que cada vez menos pessoas se revêem nos sindicatos, basta ver os níveis de sindicalização neste país. Até porque acho que cada vez mais os trabalhadores ultrapassam os sindicatos em alta velocidade, e à esquerda, para reinvidicarem os seus direitos, como aconteceu no caso dos professores, onde uma luta justa foi travada pelos coorporativismos até ao momento em que a classe tratou de ser ela a conduzir o problema obrigando os sindicatos a agir. Até porque os sindicatos deixaram de ser sindicatos para passarem a ser apendíces de partidos políticos. Porque os sindicatos parecem neste momento a mais fina nobreza de Portugal. Financeiramente arruínada e sem o mínimo de projecto sem ser a superficialidade dos actos.
Deixo já aqui de barato que espero que os "puros" discordem de mim. Nem me chateia. Há algumas poucas coisas na vida que eu não questiono e acreditem que não é Deus, Patria e Família. Até as minhas convicções são constantemente questiondas por mim mesmo para continuarem a ser convicções. Neste caso dos sindicatos já nem me questiono. Apenas observo e reforço as minhas ideias.

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6Comenta Este Post

At 3/05/2009 11:05 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Este artigo já serviu para o PCP fazer um ataque cerrado ao Antonio Chora, acusando-o de querer destruir os sindicatos.

Até o Vitor Dias no Tempo da Cerejas se associou á procissão. Afinal o Chora limita-se a constactar uma realidade, os sindicatos têm cada vez menos peso, os numero de sindicalizados diminuiu drasticamente, o PCP controla cada vez mais a CGTP, que se limita a seguir a instruções da Soeiro, talvez por isso Carvalho da Silva, já não seja figura popular para aquelas bandas.

Quanto á UGT para alem de ter um peso muito relativo, é controlada pelo PS e pelo PSD.

É mais necessaria uma alternativa , que mobilize os trabalhadores de forma independente, sindicatos que tenham como objectivo principal a defesa dos interesses dos trabalhadores, ( já agora tambem dos desempregados e precarios), e não se limitem a serem correias de transmissão das tacticas dos partidos.

 
At 3/05/2009 4:15 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo, em 1º lugar era preciso que houvesse vontade de pessoas que como eu, e pelos vistos tu, se sentasem para discutir o que "se quer da CGTP", "que sindicalismo se quer", "qual o rumo que isto deve tomar" para depois se poder criar algo verdadeiramente basista onde como diz o marxismo a verdadeira vanguarda da classe sejam as massas de trabalhadores e não meia dúzia de ilumuinados.
Mas concordo que é precisa uma alternativa a esta CGTP e UGT.
Agora acusem-me de ser amarelo se quiserem.

 
At 3/05/2009 5:58 da tarde, Blogger Leal Franco escreveu...

Boa posta Daniel
Concordo inteiramente contigo. Parece que ninguém está interessado em discutir que tipo de sindicalismo é que queremos. Temos sempre que optar por aqueles que existem e, infelizmente pouco adiantem. Mas a discussão não pode ficar-se pelo sindicalismo.
Interessa, sobretudo, discutir que tipo de sociedade é que nós queremos viver, com que regras, com que direitos, com que deveres, para fazer o quê, com quem e porquê. Temos que discutir e muito

 
At 3/05/2009 10:54 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Este texto do Chora, que tive oportunidade de ler no Esquerda-net, levou-me a escrever três textos que publiquei no meu abrasivo com o título comum de Por um sindicalismo de classe! (I, II e Conclusão).
Aí escrevo que esta crise, para além de ser a crise do capital, é a crise do trabalho e do sindicalismo em particular, porque só foi possível graças ao enfraquecimento do movimento sindical. Um movimento sindical em crise profunda, como o demonstra a forma perfeitamente inconsequente como tem reagido e continua a reagir às consequências da crise, e que tem nesta crise a última oportunidade para se regenerar. Da sua capacidade de regeneração e de mobilização dos trabalhadores dependerá o iniciar ou adiar da transformação social. Uma transformação que terá forçosamente de passar por uma política de valorização da força do trabalho.
Termino com a referência a algumas bandeiras que já deveriam ter sido erguidas contra a crise:
— Luta pela nacionalização da banca como via para a regeneração e desenvolvimento do tecido empresarial
— Luta pela manutenção e criação de novos postos de trabalho
— Luta pela formação dos trabalhadores
— Luta por medidas de apoio social a todos os desempregados
— Luta pelo aumento generalizado dos salários.
Resta saber até que ponto os sindicatos estarão dispostos a fazer desta crise um ponto de partida. É que, se isso não acontecer, o melhor que os trabalhadores têm a fazer é decretar rapidamente a sua morte cerebral. E recomeçar a viver.

 
At 3/06/2009 6:12 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Leal, como sabes é uma luta que ambos travamos á muito tempo.

Abrasivo, ainda não tive hipotese de ler os teus textos mas os tópicos que deixas são um bom ponto de partida e concordo inteiramente com parte da tua conclusão "Resta saber até que ponto os sindicatos estarão dispostos a fazer desta crise um ponto de partida." Esse é um ponto fundamenal, tal como o foi dos sindicatos que fizerama viragem no pós segunda guerra mundial especialmente nos países devastados pela guerra.

 
At 3/10/2009 1:23 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Daniel, com este texto vejo que afinal não discordas assim tanto do António Chora...

O texto é banal e foca em mais do mesmo. Por um lado vem a direita (e nesta categoria inclui António Chora) dizer que os sindicatos estão demasiado à esquerda.

E não tentes convencer que não foi isto que o Chora disse. António Chora não disse, como tentaste passar nessa tua explicação disfarçada de reflexão, que os sindicatos são muitas vezes ultrapassados pelos trabalhadores em termos de reivindações. António Chora disse que os trabalhadores - e os sindicatos que os representam - se agarram demasiado aos postos de trabalho.

Depois, vens dizer que "isso serviu de desculpa para um ataque cerrado do PCP". E então, estavam à espera de quê? O PCP sempre afirmou: não há democracia sem sindicatos. Se o PCP vê um partido que supostamente está ao seu lado no espectro político fazer afirmações deste tipo, é claro que se indigna.

E eu também me indigno. É de conhecimento geral que os militantes do BE fazem muito pouco em termos laborais. Escrevem bem para os jornais, falam bem para as televisões, mas não ganham as confiança dos trabalhadores, pelo menos não tão bem como os activistas do PCP. Mas é intolerável este tipo de campanha do anti-sindical que o BE tem vindo a adoptar. O problema de Portugal é ter baixos níveis de sindicalismo? Não nego que seja um problema. Mas o mais fantástico, o mais extraordinário é que o BE ainda faz por isso.

 

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