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segunda-feira, março 02, 2009

Nino Vieira


Amilcar Cabral sonhava, antes de ser assassinado em Conacri, que quando a Guiné se libertasse do jugo do colonialismo, o seu povo tornaria possível "fazer as águas do Geba voltarem ao Oceano Atlântico".
A história recente da Guiné Bissau tem sido um acumular de tentativas, feitas contra o povo e contra o legado daqueles que deram a vida pela libertação, de impedir que as águas do Geba voltem ao Atlântico.

O assassinato de hoje de Nino Vieira é apenas a confirmação de que o Atlântico, do sonho de Amilcar Cabral, continua longe para o povo mártir da Guiné.
Um assassinato merece-me sempre repugnância. Apesar de tudo há graus na repugnância. E o assassinato que mais me repugna na Guiné Bissau foi o do legado de Amilcar Cabral. E nesse colaborou Nino Vieira.
Nada garante que quem assassinou agora Nino Vieira, não tivesse colaborado no assassinato ideológico do PAIGC e de Amilcar Cabral. Assim, ainda não deve ser agora que as águas do Geba voltam ao Atlantico.

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5Comenta Este Post

At 3/02/2009 3:19 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Isabel, obrigado por escreveres tu o post pois eu não teria sido assim tão diplomático.
Teria-lhe chamado assassíno, facinora, ditador e mais uma série de adjectivos.
No entanto numa coisa concordo contigo. Não me parece que as motivações de quem o matou sejam mais nobres que ele.
Tenho pena do povo da Guiné.

 
At 3/02/2009 11:21 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Daniel, eu também lhe poderia ter chamado esses nomes todos...mas, efectivamente, mais do que chamar nomes a Nino Vieira, a análise que se tem que fazer é como a Guiné Bissau aqui chegou...e essa era uma análise que não cabia num post à pressa feito aproveitando a hora de almoço...daí a explicação da diplomacia!

 
At 3/02/2009 11:41 da tarde, Blogger FURA FURA escreveu...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 3/02/2009 11:44 da tarde, Blogger FURA FURA escreveu...

Amílcar Cabral foi um dos grandes políticos do século XX, que foi assassinado pela Pide, com o apoio do Exercito Português, essa foi a realidade triste que o regime fascista nos delegou, não só eliminou um homem brilhante como perpetuou a guerra colonial.
Nino Vieira antigo guerrilheiro que combateu na mata o exercito colonial português, ao lado de Amílcar Cabral, deve ser relembrado pelos anti-fascistas por esse motivo. Como politico e Presidente da Guiné-Bissau, deixou muito a desejar.
Dizer que Nino Vieira esteve implicado no assassinato de Amílcar Cabral, é no mínimo o branqueamento dos verdadeiros assassinos.

 
At 3/03/2009 9:18 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Fura-Fura, ou não me entendeste...ou me expressei mal.
Obviamente não afirmei que Nino Vieira tinha colaborado no assassinato de Amilcar cabral.
O que afirmei é que Nino Vieira e todos aqueles que contribuiram para que a Guiné Bissau se tivesse tornado naquilo que é hoje, "assassinaram o legado de Amilcar Cabral e colaboraram no assassinato ideológico de Amilcar Cabral e do PAICG". Não é a mesma coisa.
Não estou a branquear ninguém. Estou a afirmar que os que sucederam a Amilcar Cabral, mesmo os que com eles reistiram ao colonioalismo, não são merecedores da sua luta, das suas ideias nem do seu exemplo.
E nisso Nino Vieira ou quem agora o assasssinou não devem ter responsabilidades muito diferentes. Ou terão?

 

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