Uma guerra desaproveitada
A ordem dos médicos tem os seus lobbys com a indústria farmaceutica com os chamados produtos de marca. A ordem dos farmaceutícos há muito que se sabe que também tem os seus lobbys e que defende a indústria dos genéricos. Já se sabe que os farmaceuticos quando vamos comprar um produto sem receita médica também não nos tentam vender o genérico. Já alguém que entrou com intenção de comprar um simples Brufen foi aletrtado para o facto de haver genéricos mais baratos?
Serve por isso esta introdução para dizer que não há anjos neste processo. Há interesses.
No entanto neste processo há um facto político relevante. É que o nosso Governo não quis ou não soube aproveitar esta disputa de interesses para defender a população. O comum cidadão como eu quer lá saber se os médicos são a favor ou se as farmácias são contra. O que o comum cidadão quer é serviço e no caso das doenças curas de preferencia ao melhor preço. O que um cidadão comum e reformado quer é que a sua reforma seja capaz de comprar todos os medicamentos que precisa. O cidadão comum e desempregado quer poder tratar das viroses dos filhos de preferencia sem ter de abdicar de uma refeição por isso.
A esse cidadão comum o Governo e a Minístra Ana Jorge deram um claro sinal. Estamos a borrifar-nos para vocês. Estamos em ano eleitoral. Já temos uma frente de conflito aberta com os enfermeiros e não queremos abrir outra com os médicos. Para o ano logo se vê.
A esse cidadão comum o Governo e a Minístra Ana Jorge deram ainda outro sinal. Em época de crise onde o dinheiro faz falta o estado dá-se ao luxo de desbaratar 120 milhões de Euros em nome de uma estabilidade eleitoral.
A esse cidadão comum o Governo e a Minístra Ana Jorge deram ainda mais outro sinal. É que o cidadão comum não é mais que um numero ou uma estatística sem valor.
Etiquetas: Daniel Arruda
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Claro que há interesses. Mas no presente caso eles são bem mais vastos.
1º - sobre medicamentos os médicos têm uma cadeira semestral ao longo do seu curso de medicina. A partir daí estão dependentes dos delegados de propaganda médica.
2º - Sobre medicamentos os farmacêuticos são a classe que sabe o que é preciso saber sobre o assunto.
Por isso como deveria ser seria: o médico fazia o diagnóstico e determinava o tipo de cura medicamentosa, e, depois, o farmacêutico escolhia o medicamento apropriado.
Está demonstrada a total dependência dos médicos perante os grandes grupos farmacêuticos já para não falar das viagens de turismo e "formação".
Se existe um sítio onde existe claro corporativismo do piorio é nos médicos.
O resto é floclore
São vastos é um facto, mas ressalta deste caso a inaptidão de um Governo e de uma minístra para defender os interesses da sua população.
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