Sorry, Mr. Cohen
Cohen vai voltar no final deste mês. Não vou ao Pavilhão Atlântico. Depois de muito pensar, está decidido. Quando no ano passado o fui ver sabia que ia custar muito mas sabia que tinha que ir. Acho que agora iria custar bem menos, mas, por outro lado, tenho a certeza que perderia alguma da magia. Daquela magia que alimentei durante anos e que me foi mostrando o sabor amargo e doce da sobrevivência. A tudo. Até a mim própria.
Talvez se ele voltar ainda outra vez... Agora não! Não ouso quebrar o encantamento de há um ano. Possivelmente é uma teoria estúpida esta: sempre achei que os filmes originais são sempre melhores que as reprises. Ir rever Leonard Cohen, agora, seria uma reprise do meu filme de há ano...sei que a protagonista não seria exactamente a mesma (houve coisas que mudaram num ano, oh, se houve... e que bom que foi mudarem), mas soar-me-ia sempre a traição...faltaria a Lua Cheia de há um ano em Algés. Faltaria o doce sabor do reencontro. Talvez me tivesse habituado um pouco às ausências, é certo...Mas, sei lá se iria encontrar defeitos. Na voz. Na pose. No fato escuro. Nas luzes...
Nã...tá decidido. O meu Cohen, para já, é o do Passeio Marítimo de Algés de há ano. Quem sabe se se um dia...
Mr. Cohen, sorry. Mas por agora prefiro ouvi-lo, baixinho, em casa. Em boa companhia.
Talvez se ele voltar ainda outra vez... Agora não! Não ouso quebrar o encantamento de há um ano. Possivelmente é uma teoria estúpida esta: sempre achei que os filmes originais são sempre melhores que as reprises. Ir rever Leonard Cohen, agora, seria uma reprise do meu filme de há ano...sei que a protagonista não seria exactamente a mesma (houve coisas que mudaram num ano, oh, se houve... e que bom que foi mudarem), mas soar-me-ia sempre a traição...faltaria a Lua Cheia de há um ano em Algés. Faltaria o doce sabor do reencontro. Talvez me tivesse habituado um pouco às ausências, é certo...Mas, sei lá se iria encontrar defeitos. Na voz. Na pose. No fato escuro. Nas luzes...
Nã...tá decidido. O meu Cohen, para já, é o do Passeio Marítimo de Algés de há ano. Quem sabe se se um dia...
Mr. Cohen, sorry. Mas por agora prefiro ouvi-lo, baixinho, em casa. Em boa companhia.
Etiquetas: Isabel Faria
Publicado por Isabel Faria às 7:16 da tarde
3 Comentários
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Boicote ao concerto do "Mr Cohen", que vai tocar a israel, junte-se a esta campanha internacional de apoio a palestina.
Caro anónimo, não farei.Não vou por razões pessoais, mas não por boicote.
Lamento que Leonard Cohen toque em Israel. Assinei a petição em que lhe era manifestada a tristeza por o ver actuar em Israel. Sempre estarei do lado do povo palestiniano na luta pela sua terra e contra Israel na sua agressão e opressão, mas não apelarei ao boicote ao concerto de L. Cohen.
Direi até que poderia explicá-lo por razões políticas, mas as pessoais bastam-me.
Uma delas, a mais pessoal e a mais simples, é que não acredito em homens perfeitos.
Nutro um enorme respeito pela música e pela carreira de Leonard Cohen. Cresci (e crescer, tantas vezes dói) com a sua voz rouca e a suas palavras e a sua música.
Mesmo que o homem, cometa erros. isso não altera em nada a história dele. Nem a minha.
Ficaria a respeitá-lo bem mais como ser humano se ele se recusasse a ir a Israel? Seguramente.
Mas mesmo indo, ele continuará sempre a ser o "meu Cohen". Humano, logo passível de cometer erros. E nas suas músicas e nas suas palavras, as que me fizeram, algumas vezes fui buscar força para...olhe, para convictamente continuar a lutar pela justiça, pela liberdade e contra a agressão.
Digamos que o "redimo" assim.
O Leonard Cohen é de familias de religião judaica, mas isso é um pormenor, no grande artista que ele é ( talvez diga melhor, foi).
Esta questão de boicotes a artistas, que querem actuar em Israel, ou melhor este tipo de boicotes, julgo que não é a forma mais eficaz , de combate ás injustiças, venham elas de onde vierem.
Ninguem apelou ao boicote dos concertos nos USA , ou dos artista americanos, quer durante a invasão do Vietname, ou na agressão ao Iraque.
Não só isso seria incorrecto, pois muitos artista americanos, opuseram-se a essas guerras, como muitos americanos protestaram contra elas.
O mesmo se passa em relação a Israel, muitos israelistas estão na primeira fila do movimento de apoio ao povo palestino, e na na condenação dos massacres sionistas.
Pode-se exigir ao Cohen que seja coerente com o seu passado , e tome posição contra o que o exercito de Israel faz nos territórios cupados, agora boicotar um concerto dele , só porque ele actua tambem em Israel , acho que não conduz a nada.
E têm sido muitos os artistas, inclusive portugueses a actuarem em Israel, e nunca ouvi ninguem apelar em Portugal, ao boicote aos seus espactaculos.
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