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segunda-feira, julho 20, 2009

Valeu a pena!!

Eu e o JP acabámos de chegar de uma viagem ao passado. Aos nossos primeiros dias juntos e sozinhos em "Lisboa", que, na altura, era Oeiras..
Visitámos a Praceta. Olhámos a varanda onde o JP jogava à bola. Vimos a árvore onde estão as "campas" dos dois peixinhos que morreram, segundo deduzimos mais tarde, com excesso de comida (my god...santa ignorância em piscicultura!), comemos no mesmo snack bar onde, às vezes, raras vezes que os tempos ainda eram mais complicados que hoje para se poder comer fora, iamos ao Sábado de manhã e, sobretudo, voltámos ao Castelinho.
E este post é como que um agradecimento emocionado àquelas pessoas que fazem na vida e da vida aquilo que, efectivamente, querem e gostam. O Zé é o dono do Castelinho. Há 15 anos, quando o JP veio viver para Oeiras comigo, corri Oeiras, Paço de Arcos, Sto. Amaro, em busca de um infantário. Não tinhamos carro e tinha que ser no caminho da Estação. De qualquer estação. Tinha que abrir cedo que eu entrava às 8.00 da manhã em Lisboa. E tinha que deixar o JP antes de apanhar o combóio. Tinha que o conseguir pagar...
Conheci o Zé e o Castelinho através de um amigo comum. E o Castelinho foi a primeira outra casa do JP, em Lisboa.
Passaram mais de 13 anos desde que o JP deixou o infantário. Hoje fomos lá. Na entrada o Zé olhou o meu filho, perguntei-lhe "sabe quem é'" e a resposta veio pronta, emocionada, com aquele prazer genuíno que só as pessoas que sabem gostar muito de meninos e meninas, de pessoas, podem ter. O Zé reconheceu de imediato o JP, lembrou o nome, lembrou de onde somos "há uns tempos passei à vossa terra e lembrei-me de vocês", disse com a sua voz meiga e segura que fazia com que eu perdesse todos os medos quando tinha que deixar o JP, manhã cedo, para só voltar, algumas vezes já o Sol dormia.
Impressionou-se com o tamanho. A um menino que passava, o seu filho, apresentou-nos, disse "um dia vais ser assim" (confesso que foi a parte em que quase deixei cair as armas todas...é uma sensação boa (não tem nada de orgulho é boa de gratificante, apenas isso), ouvir alguém dizer que um dia o seu próprio filho...vai ser como o nosso filho e ouvi-lo dizer com a certeza que isso é um bom "projecto".
Lembrava as birras todas (era um puto birrento o meu filho...ok, um puto demasiado birrento!). Quando teve que ir a nossa casa para o conseguirmos vestir para ir para a escolinha, os outros putos à espera dentro da carrinha. Quando fez uma birra porque não queria meter o cinto na carrinha para ir para a natação, ou depois para sair da piscina...quando ficava horas soizinho na mesa minúscula da cantina, enquanto já todos os outros meninos dormiam a sesta ou brincavam. Vai ver que um dia isto vai passar, dizia o Zé. Passou.
"Mãe é impressionante como ele me conheceu...devem ter passado tantos meninos, entretanto!". É. É impressionante. E dá-me a certeza que muito daquilo em que o meu filho se tornou deve às pessoas que foi encontrando na vida.
Por mim, fico com a certeza que apesar de muitas asneiras...fiz mesmo algumas boas escolhas na vida. O Castelinho foi a escolha certa para que o meu filho começasse a aprender a voar sozinho.
Se algum dia o Zé vir isto, o nosso muito obrigado. Por ter ajudado o meu filho a aprender a voar e pela emoção de hoje.

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