Até já camarada
Não era amigo dela, conhecia-a. Participamos em muitas coisas juntos e talvez por não a conhecer assim tão bem, como uma relação de amizade pressupoe lembro-me de coisas tão fúteis como o facto de nunca a ter visto chateada ou aborrecida com nada. Lembro-me sempre de uma cara bem disposta, sempre com um sorriso e pronta a dizer algo acertado. Lembro-me do empenho que dedicava ás causas em que acreditava. Lembro-me da sua simplicidade que se traduzia em tudo o que fazia.
Costuma-se dizer que só desaparece quem faz falta e apesar de ser uma injustiça para muitos dos que têm uma vida longa adapta-se perfeitamente á Paula Tavares. Jovem que já tanto contributo tinha dado á sociedade e com muito mais para dar vai fazer falta. Pela sua lucidez e empenho na defesa das causas em que acreditava, especialmente a ecologista.
Não posso deixar de escrever uma palavra para os amigos António e Manuela. Não imagino como vocês se sentem hoje. Depois de uma conversa com a Isabel estive a ver o vídeo do comício de ontem, e lá estavam vocês com o mesmo empenho sem saberem da tragédia que se tinha abatido sobre vocês. Era essa alegria que tinham transmitido á vossa filha. Não consigo ter palavras de conforto numa altura destas porque tudo me soa a falso ou a pouco. Força.
Até já Paula, a malta vai-se vendo por aí.
Etiquetas: Daniel Arruda
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Cruzámo-nos muitas vezes. As última creio que durante as Europeias.
E hoje, ao ver o video de que falas, pouco tempo depois de ter lido a notícia, não consegui não sentir o que descreves. Como num minuto, a nossa vida, tudo o que construímos se esvai numa curva qualquer de uma estrada qualquer.
Os lugares comuns são a única forma de conseguirmos contornar o medo. Não faz qualquer sentido que se parta assim.
E até os lugares comuns acabam por soar a falso.
Fica, pois a memória. Eessa certeza de que falas: a gente vê-se.
É revoltante.
Força para a Manuela resistir à mais dura provação a que uma mãe tem que resistir.
Até já Paula
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