Onde pára a inspiração?
Não eram já novidade estas intenções. Há tempo que o Governo apresentava a Dinamarca e a "flexisegurança" como um modelo a seguir.
Este post não pretende de nehuma forma entrar na discussão da questão. Apenas deixar três perguntas e duas notas:
1 - Com que meios é que o Governo português vai conseguir melhorar a protecção em caso de Desemprego, tornando-os semelhantes aos da Dinamarca?
2 -Como é que em Portugal um trabalhador pode renunciar a um aumento salarial, durante um certo período de tempo, tendo em conta os salários que aqui se praticam e a constante perda de poder de compra?
3 - «Ao demonstrar maior capacidade de adaptação interna aos objectivos da empresa, o trabalhador em causa fica com o direito a um maior nível de segurança e protecção social» - esta frase com a nova Lei de bases da Segurança Social, é para rir ou para chorar?
Nota: Na Dinamarca é possivel despedir um trabalhador sem justa causa e mesmo sem justificação. É um princípio de mais de um Século que deu à entidade empregadora a perrogativa exclusiva da contratação e do despedimento. Quando deu aos Sindicatos a perrogativa de gerir e de definir as bases da Protecção Social.
Nota pessoal: tenho uma amiga que há muitos anos vive em Portugal. Há poucos meses o pai faleceu e agora tem a mãe acamada. Ela está na Dinamarca. Recebe da Segurança Social um determinado valor para estar em casa a tratar da mãe. Tem enfermeiras que vão a casa quatro vezes por dia. Pagas pela Segurança Social. Tem as fraldas da mãe pagas pela Segurança Social. Há uns meses teve que se deslocar a Lisboa para tratar de assuntos relacionados com a sua resiência aqui . A mãe ficou em casa. As enfermeiras iam de manhã dar-lhe o pequeno-almoço e fazer a higiene. Depois o almoço. Ao meio da tarde fazer-lhe a higiene, de novo, e dar o lanche. Dar-lhe o jantar. E depois deitá-la. Isto porque ela preferiu ficar em casa. Senão poderia ter ido para um Centro que fica no fundo da rua. E pagas muito por isso?, perguntei. Não. Claro que não pago nada. É a reforma da minha mãe e os anos que descontou que pagam.
O que é que a notícia diz? Que Sócrates acha que o modelo de flexibilidade laboral dinamarquês devia servir de inspiração ao português, não é? Presume-se que o resto também o inspira.
Este post não pretende de nehuma forma entrar na discussão da questão. Apenas deixar três perguntas e duas notas:
1 - Com que meios é que o Governo português vai conseguir melhorar a protecção em caso de Desemprego, tornando-os semelhantes aos da Dinamarca?
2 -Como é que em Portugal um trabalhador pode renunciar a um aumento salarial, durante um certo período de tempo, tendo em conta os salários que aqui se praticam e a constante perda de poder de compra?
3 - «Ao demonstrar maior capacidade de adaptação interna aos objectivos da empresa, o trabalhador em causa fica com o direito a um maior nível de segurança e protecção social» - esta frase com a nova Lei de bases da Segurança Social, é para rir ou para chorar?
Nota: Na Dinamarca é possivel despedir um trabalhador sem justa causa e mesmo sem justificação. É um princípio de mais de um Século que deu à entidade empregadora a perrogativa exclusiva da contratação e do despedimento. Quando deu aos Sindicatos a perrogativa de gerir e de definir as bases da Protecção Social.
Nota pessoal: tenho uma amiga que há muitos anos vive em Portugal. Há poucos meses o pai faleceu e agora tem a mãe acamada. Ela está na Dinamarca. Recebe da Segurança Social um determinado valor para estar em casa a tratar da mãe. Tem enfermeiras que vão a casa quatro vezes por dia. Pagas pela Segurança Social. Tem as fraldas da mãe pagas pela Segurança Social. Há uns meses teve que se deslocar a Lisboa para tratar de assuntos relacionados com a sua resiência aqui . A mãe ficou em casa. As enfermeiras iam de manhã dar-lhe o pequeno-almoço e fazer a higiene. Depois o almoço. Ao meio da tarde fazer-lhe a higiene, de novo, e dar o lanche. Dar-lhe o jantar. E depois deitá-la. Isto porque ela preferiu ficar em casa. Senão poderia ter ido para um Centro que fica no fundo da rua. E pagas muito por isso?, perguntei. Não. Claro que não pago nada. É a reforma da minha mãe e os anos que descontou que pagam.
O que é que a notícia diz? Que Sócrates acha que o modelo de flexibilidade laboral dinamarquês devia servir de inspiração ao português, não é? Presume-se que o resto também o inspira.
Etiquetas: Isabel Faria
1Comenta Este Post
Custa-me acreditar que este post está aqui desde ontem, sem comentários!!!!
Claro que tenho a minha parte de culpa, mas ontem quase não abri a net a não ser para escrever, e ver num minuto quem tinha visitado o Pópulo. E assim se explica que hoje tenha lá «repetido» este tema...
Contudo é um caso onde nunca é demais «repetir» o que dizes aqui. A minha metáfora de lá é que está a planear abrir uma janela num sítio onde ainda não existe a parede. Não estará mal que se copie ( e as coisas melhores, o que até isso não me parece que seja o caso) mas então que se comece pelo princípio.
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