Escolhas com preço
Ontem à noite, depois de uma semana de reclusão, decidi vencer a inércia e a apatia e sair.
Aconteceu, no entanto, uma coisa estranha...a conversa não recaía sobre o Sócrates, o Costa, o Bloco, o Código de Trabalho ou as eleições americanas...falava-se de outras coisas da vida. Do lançamento de um livro de um amigo, que eu nem sabia que escrevia, quanto mais que lançara um livro. De uma viagem à India da C., que eu nem sabia que tinha ido ao Porto, quanto mais à India...E eu não sabia do que falavam, nem sabia que dizer.
...
Quando voltei, dizia-me o amigo que me trouxe a casa..."ainda te lembras que há mais vida para além do Bloco, da tua família, da CT da empresa? Ainda te lembras que há vida nas noites que passávamos a ouvir música, a beber, a fumar um charro, a dizer parvoíces...sempre vens para baixo, no fim-de-semana???"
"Não posso, a sério...tenho cá o meu filho e reunião da Mesa Nacional...Vou no outro ter convosco...Ah, espera no outro tenho que ir..."
Só ouvi o barulho do carro a arrancar.
Etiquetas: Isabel Faria
Publicado por Isabel Faria às 10:36 da manhã
5 Comentários
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Nem sei que te dizer Isabel.
Está aí tudo.
Claro que são opções, e o nosso tempo não pode dar para tudo, mas também penso que era importante fazeres de vez em quando umas «férias» da CT da empresa, e do Bloco, e dessas coisas todas...
É que às tantas esquecemo-nos que de facto há mais vida para além dessa, por mais importante que seja.
Aplaudo muito o teu amigo, e olha que acho que é mesmo amigo!
Pois é Émièle...e o problema é que depois há momentos em que é mesmo necessário lembrar que há mais vida...e até parece que lhe perdemos jeito.
E muitas vezes nem é uma questão de tempo. È de disponibilidade emocional, mesmo. Os amigos com quem tive na Sexta Feira, e,sobretudo, o amigo que me deixou a falar sozinha...é daqueles que tem tido uma paciência para as minhas faltas de tempo...que eu não sei se teria para alguém. E eu sinto que não lhe dou o valor que ele merece, sobretudo, que não dou o valor que merece a sua amizade de vinte anos (posso dizer isto que le detesta Blogs...não passa por aqui nem morto!!!LOL).
Serei breve.
Quando vens aos Açores?
O resto, a Emiéle já disse.
José, os Açores t~em um outro problema...muito maior que a minha falta de tempo...só se vai aos Açores de avião...e...pois...o avião e eu somos algo incompatíveis.
Não se se te lembras que há dois anos fui para Paris sozinha no Sud...para não ter que ir de avião.
Não se pode ir para os Açores de comboio e eu tento mesmo pensar nas palavras da Èmièle, na amargura sentida e justa do meu amigo...e no teu convite???
vim cá ler-te por aí abaixo e deixar-te um beijinho. :)
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