Vazia
Até aproveito para sair com amigos ou com colegas com quem, habitualmente, não tenho tempo de sair. A horas malucas, como as sete ou oito da noite, a nossa hora de jantar.
Até já marquei sessões de cinema, escolhi filmes, marquei jantares, aceitei, sem, sequer, hesitar, reuniões e pensei em ir ao sempre adiado ginásio saber preços e condições. Sempre me ocupa umas noites. Princípios de noite. Ou fins-de-tarde.
Voltei a sentir ontem à noite aquela parva sensação de um dia, há anos, aquando do descolamento da retina, quando a porta do bloco operatório se fechou. Eu até posso falar com dezenas de pessoas,mesmo de amigos, da anestesia, da viagem, do recobro, do autocarro, da recuperação ou das quedas na neve...mas não consigo partilhá-lo. As únicas alturas em que questiono algumas opções, são alturas como estas. Quando não posso partilhar a cirurgia oftamológica dos Capuchos ou as curvas dos Pirinéus. Depois passa.
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Mas o pior mesmo é o peso da casa vazia. E nem penso que tenha isqueiro para acender a lareira.
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Parece que ao longe se vê o mar. Mas como é que eu posso ver o mar através das paredes ou das janelas da minha casa vazia?
Parece que ao longe se vê o mar. Mas como é que eu posso ver o mar através das paredes ou das janelas da minha casa vazia?
Etiquetas: Isabel Faria
1Comenta Este Post
Isabel , só vai escrever quando o rapaz chegar a casa?
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