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quinta-feira, março 13, 2008

Notas sobre cobardia

Quando me iniciei nesta coisa dos Blogs, como comentadora e como participante do Afixe, assinava Isabel ou Isabel Sousa.
Com o tempo e, porque fui trazendo para o Troll partes da minha vida que me acrescentariam, necessariamente, o Faria, optei por assumir a minha identidade. Hoje, quem vem ao Troll, sabe quem é a Isabel Faria.
Conhece o que penso. Conhece as taras. Os gostos. Muitas das dúvidas e algumas das angústias. Conhece a minha família. Conhece a minha casa. A cara.
Quando me ofende sabe exactamente quem está a ofender. Quando discute, de uma forma honesta e franca comigo, também sabe exactamente com quem está a discutir.
Foi e é uma opção. Pela qual sou a única responsável. Mas que me permite fazer comparações e gostar de "me ver". Que também me condiciona em muito do que escrevo, pois no que escrevo, acabaria por colocar outros rostos e outros nomes e acabaria por sujeitar pessoas a quem quero muito, a muitas coisas. Algumas, chatas. Outras tantas, duras.
Do tempo em que escrevi como Isabel ou Isabel Sousa, não tenho nenhum comentário ou nenhum post que hoje não reescrevesse, tendo nome e tendo cara. Os que hoje não escrevo, porque optei pelo nome e pela cara, faço-o, mais do que por opção, por absoluta incapacidade e por razoável receio de expôr pessoas e sentimentos por e de pessoas, que não tenho o direito de expôr.
Mas nunca agredi, caluniei, difamei, acusei, sob a capa do anonimato. Nunca usei o anonimato como cobardia. Enquanto optei por ele, foi, apenas, porque surgira naturalmente. Da forma natural, como acabei, por dele, me afastar.
Durante alguns meses tivemos por aqui pelo Troll, alguns anónimos puros, duros e cobardes. Daqueles que usam o anonimato, não como escolha legítima, mas como forma de, impunemente, verterem veneno, inventarem mentiras e exorcisarem ódios e fantasmas.
Chateei-me com eles, mas raramente me entristeceram. Afinal, o que daquelas pessoas, sem nome e sem cara, se mostrava, só podia ser parte de pessoas que não mereciam a minha tristeza. Apenas o meu desprezo e alguma vergonha. Fico sempre algo envergonhada quando me vejo perante a cobardia.
Agora, de vez em quando, aparecem outros. Que, pelos seus comentários, se assumem como meus camaradas de Partido. Que usam os mesmo métodos e vertem o mesmo desprezo pela sua própria dignidade.
Que me julgam atingir com as suas acusações e com as suas agressões.
E o problema é que, neste caso, há tristeza. Custa-me, custar de doer, responder a camaradas de Partido que não têm coragem de, frontal e fraternalmente, mesmo que se de uma forma dura, me criticarem.
Custa-me imaginar que poderei estar num Plenário ou numa reunião, que, por muitas diferenças que possa haver, é um plenário e uma reunião do MEU Partido, e que, quem sabe, o camarada do lado, seja alguém que me acusou, na véspera, impune e cobardemente, de lançar boatos, de fazer campanhas, de querer prejudicar o BE, de ser sectária, de fazer fretes a não sei quem.
Podem entender este post como uma vitimização. Digamos, para resumir a coisa, que me estou borrifando para isso.
Para mim é, apenas, uma forma de reconhecer que lidava muito melhor com a Margarida. Podia-me apetecer bater-lhe...mas nunca lhe dava importância suficiente para me desencantar.
...
Nota: Nada tenho contra o anonimato. Tenho amigos, amigas, pessoas que respeito, que escrevem em Blogs e que optaram por o manter. Respeito totalmente a sua escolha, tão legítima e natural, como foi a minha.
Este post não era, pois, sob anonimato. Ers sobre cobardia.Como escrevi no título.
...

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14Comenta Este Post

At 3/13/2008 10:38 da tarde, Blogger cicuta escreveu...

Compreendo perfeitamente, estou numa fase de grande hesitação sobre a questão do anonimato. Quanto aos vermes da caixa de comentários eles sempre aparecem, mas quanto a canalhas, nem sempre são anónimos pois para integrarem um governo é necessário dar o nome completo, mesmo que se faça um grande esforço para não ser conhecido pelo apelido.

 
At 3/13/2008 11:48 da tarde, Blogger Fernando escreveu...

estou contigo, Isabel. O problema não é o anonimato é mesmo a cobardia. Discordando de ti muitas vezes não é preciso fazer nenhum esforço para ver um exemplo de uma mulher de convicções e de ideais, uma lutadora, uma mulher sensível e verdadeiramente preocupada com o bem comum. Bastou-me ler-te pela primeira vez para conquistares um admirador sincero. Um beijo e não te deixes abater.

 
At 3/14/2008 8:24 da manhã, Blogger cereja escreveu...

Só hoje li este teu post, e nem sei bem o que te diga, amiga. Que entendo?
Há uma verticalidade que ou se tem ou não, não se consegue ensinar. Estava a ler-te a a relembrar um amigo meu que é um ignorante destes meandros da blogosfera. De vez em quando deixa uns comentários, com alguma trapalhice, porque se engana, troca acentos, não dá espaços, e costuma assinar com duas iniciais (aliás que correspondem ao seu nome). Uma vez, ainda mais inexperiente do que é hoje, quis deixar um comentário que era uma crítica - e nem sequer era coisa grave - e vi que estava a escrever o nome completo. Estranhei. Chemei-lhe a atenção, e no tom de quem me dizia uma evidência, respondeu: «Então?... Estou a criticar tenho de dizer quem fala». E era uma coisinha de nada. Mas são valores.
Eu uso um nick. De facto sinto-me melhor com isso, mesmo que o meu nome seja desconhecido. Durante estes anos (e já lá vão alguns) em que passeio pela net, aconteceu-me duas vezes ou talvez três, discordar de algo que se disse e me irritou. Optei por mandar um email (e aí sim, estou identificada e sujeita a resposta) ao autor do blog. Mas isto sou eu.
Entendo o teu desgosto, contudo sabes bem que a razão está inteiramente do teu lado. Mas é evidente que se no interior de um grupo que deveria ter ideais comuns (e aqui tanto serve para um partido como para um grupo de escuteiros) existe quem apunhale pelas costas, a dor é bem maior do que se a tal facada viesse de quem não nos importa.
Claro que este teu texto nunca seria lido como uma vitimização - mas achas que não te conhecemos?...
Não és nem nunca serás uma vítima, mesmo que se deite peçonha para cima, és uma mulher muito digna, corajosa, e felizmente idealista. É que é bom ser-se idealista. Sinal de juventude e de liberdade.

 
At 3/14/2008 11:05 da manhã, Blogger Leal Franco escreveu...

No sábado passado regalei-me na manif dos professores conversando com gente que não via há que tempos. Em particular falei com um velho camarada que estava preso quando do 25 de Abril, e que esteve ligado à luta armada antes daquela data. Dizia ele: " agente tinha medo de ser preso, da tortura, etc. mas quando avançavamos para uma acção isso desaparecia: era o ideal forte que nos animava. Agora onde estão os ideais? Esta gente quer é dinheiro. Por isso é que tanta gente se vende tão facilmente"
Dentro de algumas organizações como na nossa, há, infelizmente, gente assim: à procura de posições, boas, de carreira, etc. Por isso não afirmar-se dignamente e recorrem, como qualquer vulgar cobarde, ao anonimato, à calúnia, à farsa que serve os seus interesses emsquinhos.
Isabel, nem toda a gente tem a tua postura de dignidade, honestidade e presença, como sabes.
É por isso que eu digo que entre nós homens e mulheres, são poucos aqueles que merecem o título de seres humanos inteiros. Grande parte, infelizmente, são cães (sem ofensa para os cães - note-se.

 
At 3/15/2008 12:52 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Há uma grande diferença entre criticar , aquilo com que não se concorda, de forma cordial mas frontal...

E o tal veneno , cicuta, cães raivosos e outros epitetos que por aqui vi usados.

Em suma na Net, ao correr do teclado, SOMOS TODOS ANONIMOS, quem sabe quem está deste lado, ou então se todos soubessemos, este blogue seria meramente uma roda de amigos, a opinar, o que felizmente não me parece que seja.

O problema da Isabel Faria , é que ultimamente lida mal com o contraditorio, entendo, ninguem gosta de ver as suas opiniões postas em causa, sobretudo quando acha que tem a razão do seu lado.

O mal é que a Isabel ultimamente , tem defendido posições ,que muitas vezes estão longe daquilo que defendia há uns anos.

E poderá haver comentadores que não entendem.

Mas a verdade,é que ninguem tem certezas absolutas, e o que poderemos desejar é que não se cometam erros de palmatoria, nem sejamos injustos na avaliação que fazemos das pessoas, só porque pontualmente não concordemos com elas.

Isto é tão verdade para certos comentadores anónimos ,como para a Isabel Faria.

 
At 3/15/2008 1:43 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Cicuta, traz dissabores. Mas não voltaria atrás.

 
At 3/15/2008 1:51 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Fernando, quando divergimos - e, tens razão, tem acontecido muitas vezes, carago :)),até podemos gritar (também é possivel gritar nas teclas, e nós somos a prova provadinha disso),mas tenho a certeza que quando relemos os gritos(sim, os gritos lêem-se) nenhum de nós se envergonhará deles, na altura ou, depois, quando eles passam.
E obrigado pelo beijo. E pelo resto.

 
At 3/15/2008 1:53 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Disseste o o que eu precivasa de ouvir,amiga. Apesar de não saberes o que dizer...
Ou de como se sabe sempre o que dizer quando se nasce com a tal coisa de que falas e que não se aprende na escola.

 
At 3/15/2008 1:56 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Leal, um aparte: cada vezue falas da manif dos professores...eu tenho mais pena de não ter ido à manif dos professores!!!
Quanto ao resto que escreves.
Sou um se humano cheio de defeitos.
Mas, sinceramente, a vida e talvez a idade encarregarm-se de deixar de ter vergonha em reconhecer que também tenho algumas qualidades.LOL

 
At 3/15/2008 2:01 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

"Em suma na Net, ao correr do teclado, SOMOS TODOS ANONIMOS", desculpa lá, mas usando uma expressão popular, todos anónimos o tanas!!!!
Eu, da próxima vez que encontrar o Sá Fernandes pedir-lhe-ei desculpa por uma notícia e um post me terem induzido em erro.
Um anónimo quaqluer que ali em baixo me acusou de ter criado um boato e me acusou de uma cruzada vergonhosa contra a Direcção do Bloco, possívelmente cruzar-se-á comigo milhares de vezes e não lhe passará pela cabeça pedir-me desculpa pela acusação injusta e mentirosa que fez.

Eu lidar mal com o contraditório? deves ter razão. Sou uma sectária do caraças. Qualquer pessoa que me conheça minimamente tem essa ideia de mim. basta perguntares.

 
At 3/15/2008 4:15 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Não conheço a Isabel Faria, por isso limito-me a analisar aquilo que escreve e a forma como por vezes reage a certos comentários, e só isso.

Tambem li por aqui que há pessoas que só procuram carreira , etc etc etc, se isso é critica politica , então digamos que para essas pessoas o debate resume-se a isto, se estás de acordo comigo, és uma pessoa de principios ,se discordas és um oportunista á procura de tacho.

Digamos que é elucidativo da maneira de pensar, de certas pessoas de esquerda que julgam terem toda a VERDADE,esperemos que a realidade não lhes seja madrasta.

No entanto se entende que o anonimato na net, é esse monstro que escreveu, porque não passar a só aceitar comentarios assinados,e depois de aprovados pelos autores do TROLL.

Há outros blogues que seguem esse caminho.

 
At 3/15/2008 10:49 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Anónimo das 4.15, apesar de o Leal Franco não ter dito exactamente o que tu dizes que ele disse...continua a haver a "pequenina" diferença de, quando se escreve com um nome (verdadeiro) e se faz acusações, se poder pedir contas pelas acusações injustas ou erradas que se façam. Apenas, essa "peqienina diferença...

Quanto ao teu último comentário. Não vale a pena ires por aí e tu sabes isso. O meu post não era contra o anonimato era contra a cobardia. E se nem perante os cobardes acho que se deve fazer censura (aconteceu aqui muito poucas vezes e conhceces as razões concretas que nos fez tomar essa opção), muito menos se faria perante anónimos.

As acções ficam sempre com quem as pratica. Há gente que opta pela cobardia. Problema deles, a mim apenas me envergoha, como disse.
Outros, optam pelo anonimato, apenas, por opção, respeito-os totalemente como escrevi.
Há quem como contava a Èmièle àcerca daquele amigo, ache que se for para fazer acusações (não se trata de criticas e não vale a pensa fazeres de conta que não vês a diferença) se deve assinar, têm a minha admiração.
Há outros que pensam que o mais lógico é, apesar de ficarem sujeitos a uma série de chatices, dar-se nome e cara. Respeito a sua opção.Que foi a nossa aqui no Troll.
Se há quem opte pela censura e não coloque comentários de anónimos, estou completamente em desacordo. Ou quem publique comentários a dizer que se concorda com o post, que somos os maiores, que subscrevem tudo direitinho...prefiro olhar para o meu umbigo e, conforme a balança, ficar entusiasmada ou desesperada!!

 
At 3/15/2008 1:13 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

ISabel, o que se aprende aqui. Tu lidas mal com a critica !!!!!!!!
Desconhecia. E que defendes coisas que não defendias antes. Desculpa mas como só te conheço há 5 anos não posso opinar. Mas neste periodo tenho de reconhecer que tens sido coerente.

 
At 3/15/2008 6:32 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Daniel, aliás é porque lidamos mal com a critica ( eu e nós os três) que toda a gente, amigos, inimigos, adversários, e assins-assins sabem quem somos, onde nos encontrar e como nos dar um aperto de mão de cumprimento ou um tabefe de reprovação...

Quanto ao resto é por me conheceres mesmo há pouquinho tempo (já se passaram cinco anos??? my god!!) e o nosso anónimo há muito mais tempo que tu. Ele tem razão,mais ou menos naquela altura em que tu ainda andavas de triciclo eu não votava, por exemplo, porque achava que as eleições eram burguesas e só lá se ia com uma Revolução...que acreditava piamente que se faria no dia a segir. Só não sabia bem a hora.
O teu problema é que não me conhecias nessa altura e o nosso caro anónimo deve ter andado comigo no liceu!!

 

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