Corridas no Estoril
Ontem foi dia de carros. Um dia feliz para todos so amantes da velocidade. Não por causa da vitória de Tiago Monteiro, porque isso poderá ser um facto normal se tivermos e conta que estamos a falar de um piloto com grandes capacidades ao volante de um carro competitivo. Estou a falar da chegada, ou melhor, regresso, das grandes corridas ao Autódromo do Estoril (eu recuso-me a chamar-lhe Autódromo Fernanda Pires da Silva por razões que devem ser óbvias para todos).
Para os amantes da velocidade poucas são as hipóteses de vermos grandes corridas por cá. Elas vão rareando. Por causa das nossas burocracias, porque não completamos obras a tempo e, acima de tudo, porque há incompetência nas nossas organizações. Ontem, apesar da felicidade de poder ir assistir às corridas, elas ficaram mais que patentes.
Não se admite que um circuito de corridas ainda tenha as escapatórias no estado em que estão as do Estoril. Os organizadores do Moto GP já estão fartos de alertar para isso. Mas mesmo fora da pista. Onde já se viu que não exista um ecrã sequer no Autódromo de modo a que todos possamos assistir á corrida toda? Em 1991 fui ver o GP de Formula Um, ao Hungaroring em Budapeste e isso já existia. Estamos em 2008. Onde é que já se viu que mesmo sem os ecrãns, o sistema de som só funcione na bancada A e B (as da recta da meta)? Isto para não falar da degradação dos espaços envolventes da pista. Nem no Qatar a envolvente é tão sem cor e árida, que com o vento que ontem estava parecia que estavámos no meio de uma tempestade de areia.
Mas nem só de condições técnicas se fala quando falamos do Estoril. Fala-se também de logística. Eu estive no Paddock (descansem, foi burguês mas não foi na zona VIP), sítio de excelência para as corridas e a alimentação disponível resumia-se a cachorros quentes e uns pães com chouriço de produção industrial. Mas se a diversidade da oferta era pouca os locais de venda resumiam-se a dois pequenos stands onde, entre corridas, a espera chegava a ser de 20 minutos, ou mais.
Mas enfim, salvaram-se as corridas. O barulho, a adrenalina, o cheiro ao combustível e a pneu. Foi um grande dia com o senão de eu ter apanhado um escaldão nos braços como já não me lembro de apanhar há muito tempo.
Mas valeu a pena.
Etiquetas: Daniel Arruda
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