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domingo, julho 20, 2008

Thank you, friend

.................. Foto de Pawel Dmochowski
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Às 21.00 h em ponto subiu ao palco com os seus músicos e as suas cantoras, ao som de Dance me to the end of love. Depois foram mais de duas horas e meia de partilha e de entrega totais.

Não sei se o que nos fica na memória são as nossas canções de sempre que ele faz questão em nos continuar a oferecer como uma dádiva. Se a voz que, contrariamente ao que alguns criticos escreveram, continua a mesma de sempre. Mesmo quando fala a sua voz é a mesma de sempre. Se o número de vezes que apresenta os músicos e o coro - Sharon Robinson e as Webb Sisters (será sempre, para mim, um mistério saber onde é que Cohen encontra as mulheres que fazem os seus coros, porque são sempre as vozes que ele tinha que encontrar para estar, com ele, ali). Se a forma como se dirige ao público "Good evening, friends", "Thank you, friends". Se a forma terna, sentida, como nos diz da felicidade que temos em poder estar ali juntos, quando há tanta gente no mundo a viver momentos de escuridão total. Se a forma humilde como agradece à sua banda e às suas cantoras o previlégio que tem em cantar com eles. Se o ter do meu lado direito um miúdo da idade do meu filho e do meu lado esquerdo um casal com quase a idade dos meus pais e todos cantarem os seus poemas, como se tivessem também eles, sido feitos com eles. Se a imagem sóbria do palco, a que o preto que vestem em vez de tornar fria, torna quente e aconchegante. Se os encores todos - creio que foram sete, feitos com uma entrega total, como se fosse impossível dali sair. Dali sairmos. Se aquele final único, em que em palco, todos, músicos, cantoras e o poeta/cantor, à capela, se despedem do público, cantando, I Tried to Leave You.
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Não sei qual dos ses me ficará deste concerto que nunca esquecerei. Sei que me fica a certeza que não poderia não ter lá estado. Allelujah.
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(por qualquer razão que desconheço a câmara fotográfica não funcionou. Não sei a razão, mas entendo a sua teimosia: ela sabe que há momentos que não precisam de ficar guardados em outro lugar que não dentro de nós, para ficarem para sempre, dentro de nós, guardados).

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4Comenta Este Post

At 7/20/2008 12:27 da tarde, Blogger Fernando Vasconcelos escreveu...

Ainda bem que o concerto correu bem. Confesso que gosto muito de Leonard Cohen mas não tive oportunidade de ir ver. Poemas fantásticos como diz.
Saudações musicais.

 
At 7/20/2008 12:52 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Fernando, só não se sente demasiado mal por não ter podido ir...porque não esteve lá.
A sério. Foram quase três horas que, tenho a certeza, que ninguém que tenha passado por Algés vai esquecer.
Pensar que, ainda por cima, esta será a última oportunidade de os viver, ainda os torna mais intensos.
Durante aquelas horas, é como se tudo o resto, por momentos, desaparecesse. Mas não por alienação como tantas vezes acontece...por uma enorme vontade de viver que transparece daquele homem de 74 anos, pela ternura que transparece dos seus poemas, pelo sentido de humor que nos contagia,pela voz que está mais forte e mais doce que nunca (engraçado que em Cohen, não são adjectivos incompatíveis, pelo contrário).
Dá para ver que ainda estou em extase, não dá???

E que tal aproveitar umas férias para ir a uma das cidades por onde Cohen ainda vai passar até ao Inverno? Aposto uma pipa de dinheiro que não se iria arrepender. È que esta é a sua última tournée, Fernando...

 
At 7/20/2008 1:28 da tarde, Blogger Fernando Vasconcelos escreveu...

Pois sabe Isabel, eu até iria, eu até iria, mas quando se tem um filho e algumas (muitas) despesas sabe que o dinheiro não dá para tudo ... Mas não se engane, a minha alma está devidamente mortificada pela ausência da música e dos poemas :-) ... Será mais um que fica na galeria dos que não ouvi ao vivo. A sorte é que está na boa companhia de Brel, Brassens, Regina, ...

 
At 7/20/2008 1:42 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Fernando, quem eu lesse o meu comentário, iria pensar que ando a nadar em dinheiro e que não tive que reduzir as férias a uma semana e pouco e gozá-las mais perto de Lisboa que nunca...mas sei lá, nisto de crises eu sou um cadinho egoísta. Já que tenho uma, não me custa nada que os outros não a partilhem comigo...
Mas pronto, fique lá com a alma mortificada, quando chegar a hora de votar não se esqueça de culpar o Sócrates por ter colocado o Cohen em tão boas companhias (também partilho a sua desgraça em relação e tão ilustres companhias...e ao facto de nunca as ter visto ao vivo)e espero ter contribuído para a sua mortificação de Domingo (eu sei que sou má, mas o que é que se pode fazer...não ha ninguém perfeito LOL).

 

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