Um post de um impuro
A vanguarda das esquerdas mundiais já fez a sua reentrée política. Os únicos e verdadeiros revolucionários estão de volta. Os puros e duros. E a espantar-nos, coisa que, manifestamente, não é fácil.
Quando eu esperava que a reentrée política da verdadeira esquerda fosse, ou ficasse marcada, pela discussão à volta do "Código de Bagão revisto por Vieira da Silva", ou, então, do número de desempregados, ou da precariedade, ou do preço do custo de vida, ou do SNS miserável ou mesmo sobre questões sociais, eis que os puros resolvem apontar baterias aos não puros. Qual cruzada, ei-los cavalgando sobre o que realmente está mesmo mal em Portugal e sobre um prisma que até hoje ainda ninguém se tinha lembrado. Atacando não quem está no Governo ou as suas políticas erradas, nem mesmo o Partido da oposição mais bem colocado (infelizmente para o País) para poder roubar o poder ao que estão no Governo ou os seus silêncios, mas sim um outro partido de esquerda.
Brilhante sem dúvida. Fiquei estarrecido com tanta inteligência. Logicamente que nada disto tem a ver com o facto de estarmos em ano eleitoral e de, já há muito tempo, que os puros na sua ansia de terem sempre razão terem desistido de alterar o País em que vivemos, apenas se preocupando em manter o seu quinhão do bolo.
Tentemos meter-nos, então, na cabeça do puro mor, que, de facto, é o único que manda ali alguma coisa, pois os restantes são apenas um verbo de encher com vontade de subir uns degraus na sua modesta hierarquia.
Se pensarmos como o puro mor, vamos ver que tendo já abdicado de ser Ppoder e mudar algo, o melhor que temos a fazer é não deixar que alguém venha e estrague o arranjo parlamentar que dura há anos e que lhes permite ser a 4ª força política. Para isso, há que atacar quem nos pode tirar o nosso quinhão. Então bora lá dedicar 4 páginas do pasquim dos puros a esse inimigo político atacando-o na esperança que alguém o leve, ao puro mor, a sério. Mas vamos atacá-los como? Poderia ser uma dúvida para o comum dos mortais, mas não para o puro mor, pois este arranja logo um dos puros mais puros de entre os puros para escrever algo. Mas o quê? Fácil. Pega-se em frases deslocalizadas de umas quantas entrevistas e outras tantas de documentos oficiais e públicos e vai de escrever. Mas não se julgue que esta é uma tarefa fácil. Implica décadas de estudos e de colecção de recortes. Não que aí se pensasse que se precisaria disto mas o seguro morreu de velho e por isso mais vale colecionar recortes... Afinal valeu a pena. O esforço foi recompensado. Perder tempo a pensar como se ataca a direita e o conservadorismo. Não!!!! Isso não é revolucionário. O que é revolucionário, na ideia dos puros, é acabar com o contraditório à esquerda. Por alguma razão pensadores como Trotsky tiveram de morrer.
Há, no entanto, uma coisa que me chateia neste texto. Arranjaram citações de toda a gente mas aqui do pessoal do Troll que até tem um blog anti-ele (gostaram da publicidade? É que isso anda a ficar fraco e eu gosto de ir aí ver os comentários) não teve direito a nenhuma. Eu, ainda vá que não vá que andava de fraldas em 74, textualmente, mas a Isabel e o Franco já andavam aí, pelos vistos de mão dada com o regime, pois só os puros é que não andavam. Não podiam ter arranjado uma coisinha deles? Eu acho uma desconsideração brutal, mas enfim. As coisas são para quem as pratica.
Mas este texto teve também uma coisa boa. Levou-me a ir fazer uma coisa que não faço para aí há uns 15 anos. Vou mais cedo para a festa dos puros para ouvir o discurso do puro mor. E prometo que não vou beber antes para ouvir com atenção o que dizem, embora isso me custe muito, pois depois vou ter de recuperar para chegar aos níveis de alcolémia dos outros. Esta minha presença, e de todos os que eu conseguir arranjar, vai ter uma tripla função. É que é mais uns quantos para ouvirem o purissimo, ele fica com a ideia de que tem muita gente com ele e pode ser que depois não mande mais nenhum purinho escrever coisas destas.
Etiquetas: Daniel Arruda
18Comenta Este Post
Daniel, tou a água das pedras desde que li estas quatro páginas de profunda e erudita análise do Bloco de Esquerda e dos seus dirigentes...e água das pedras não porque tão sábias palavras me tenham feito azia (só fico com azia com orelha de porco e com feijão frade, vá-se lá entender porquê), mas por causa dessa omissão de que falas.
Nem uminha, Daniel.
Será que não sabem que nós existimos? Somos assim tão insignificantes que nem uminha???
Mas uma coisa temos que reconhecer e acho lamentável que não o tenhas feito.
Entre aquele artigo pimba que o Avante publicou dum puro que não me lembro o nome, aquando do 40º aniversário do Maio de 68 e este artigo do puro de hoje há uma evolução muito significativa....compara o número de citações, por exemplo...afinal, os puros evoluem ou não evoluem?
Quando o sol não me apetece fico debaixo do chapeu mas estes puros de ideologia trapatoni deveriam ir a Fátima pedir perdão por tantas incontinencias praticadas.Afinal a China está aqui tão perto(deles)
Estão mal habituados. Sempre com palmadinhas da impren$a do Capital e coisa e tal e do tão pluralistas que são, vê-se logo a léguas o desconforto pela crítica. Oh grandes luminárias que clamam pela ignorância a que são votados para lá do meridiano da sua corte de alecrins amigos e manjeronas guerras que de tão trôpega existência se deperdiçam assim na vão glória de não alcançar.
Pimba, pasquim, puta
Daniel, vê lá se acalmas aí o teu vizinho, anónimo das 9,39h. Não que a veia poética me incomode, mas não há nada pior do que uma veia poética apimbalhada. Possivelmente são os ares do Tejo visto da outra margem...mas convém que ele se aperceba que nem sempre tenho a mesma paciência. Obrigado pela colaboração, amigo.
Anónimo, outro comentário com um final destes a quebrar a veia poética e não entra ou será apagado.Fica o aviso
Caros Trolls,
1. Para não me estar a repetir, embora o estilo do Arruda (Daniel) seja diferente do Oliveira (Daniel) vão ler o que escrevi no Arrastão (quando for publicado que está a aguardar moderação)
2. Julgava eu que citar as fontes era uma metodologia correcta, mesmo a mais correcta, quando se tratava de rebater ideias e concepções alheias. Pelos vistos os Trolls têm outra opinião. Como é óbvio mantenho a minha.
3. Tirando o "choradinho" do Daniel e da Isabel o que é que fica quanto a discussão de postulados políticos? Mas quanto a debate de ideias o Fernando Rosas dá o exemplo (acompanhado pelo Francisco Louçã e pelo Luís Fazenda).
4. 38 anos depois de Álvaro Cunhal lhe ter demonstrado (ao Fernando Rosas, entre outros), que para o PCP Revolução Democrática e Nacional não era a mesma coisa que Revolução Democrárica Nacional (com o sem hífem) insiste(m), insiste(m), insiste(m). Não percebe que um E faz toda a diferença.
5. Ou dá-lhe jeito para colocar na boca (ou nas posições) do adversário palavras que ele não usou para assim melhor o criticar. Citando o Álvaro em «Radicalismo pequeno-burguês de fachada socialista» contra tais argumentos batatas...
5. Caro Daniel, como lê o «Avante!» sabe muito bem que o PCP não esteve de férias. Não me consta que o PCP alguma vez tenha feito rentrée (para usar a sua expressão). Ou que a política tenha "metido" uns dias de folga.
6. Portanto são muito desonestas e rasteirinhas (como as do Oliveira (Daniel)) as suas perguntas sobre as posições do PCP. Ainda por cima teve azar. Escolheu precisamente questões sobre as quais o PCP em Julho e Agosto tomou posição e desenvolveu acções: Código do Trabalho, Segurança, defesa nacional, desemprego, desigualdades, etc, etc, etc. Basta ir à página de entrada do sítio na Internet: www.pcp.pt.
7. Mas é claro que os Trolls sabem disso...
8. Para terminar uma pergunta: não descortinaram os postulados teóricos do JM Jara? Precisam que lhes faça um desenho? Não perceberam, por exemplo, o significado disto: «As posições justas que o BE tem assumido contra as guerras imperialistas e pela paz, e outras, em defesa de minorias, não modificam o diagnóstico nem o prognóstico extraídos nesta radiografia sumária.»???
"O estilo psicológico dos seus líderes pauta-se pela desenvoltura autoconvencida e o auto-elogio engraçado e pedante. É como se estivessem sempre a repetir até à saciedade, «nós é que somos os bons», «nós os inteligentes». O toque professoral e o tique de predicador inscrevem-se neste esquema." (JMJ)
Há tempos levei um "raspanete" da Isabel, que no essencial, encaixei, por, independentemente da opinião que tenha de alguns dirigentes do Bloco, ter escrito algumas frases que seriam uma falta de respeito para com centenas de (quase sempre) bem intencionados militantes...
Não venho aqui dar nenhum raspanete, pois não tenho "estudos" para isso, mas sempre posso lamentar que a História do jornal "Avante", que pelos vistos não conhece (mas podia perguntar), o papel que teve na resistência, que evidentemente não viveu (mas podia perguntar como foi, mesmo sem sair do Troll), o papel que ainda tem, para milhares de pessoas militantes do PCP (por acaso não sou), não lhe mereça mais que o adjectivo de "pasquim dos puros".
Admito que a série de citações do artigo do Jara sejam assaz incómodas, exactamente por serem citações, discutíveis ou não, mas esse já não é o assunto deste comentário.
Peço desculpa pelo desabafo, mas realmente, vistos de perto, todos somos um pouco malcriados, não é?
Ah... e não vale a pena responder que só leio o Troll se quiser... pois eu sei isso... e muitas vezes, gosto.
Abraço
Só hoje abri o Troll pelo que só hoje dou aqui respostas e vou começar pelo fim.
Caro Samuel, por todo o respeito que me merece, até porque o "conheci" em tenra idade esperava que entendesse o sentido do "pasquim dos puros" pois encaixava-se no estilo que propositadadmente quis dar ao post. Poderia tratár o assunto de uma forma séria, mas não me pareceu que esse fosse o melhor caminho. Logicamente que respeito a história do "Avante" o que não invalida que o possa criticar pelo uso que lhe é dado actualmente. Podiamos usar como analogia o DN que já foi um jornal sério e que agora é um pasquim vendido a certos interesses. Não é por causa desta constatação que o jornal perde a sua história.
Quanto á última frase do eu comentário, verás que só uso esse tipo de linguagem com quem vem cá "ajavardar a barraca" o que manifestamente não é o teu caso. Adoro discutir mesmo discordando com aqueles que têm o respeito necessário para uma discussão.
Castendo, sabe tão bem ou melhor que eu que o que o Jara fez neste artigo é uma canalhice. As expressões usadas avulso, abstraídas do seu contexto estão para uma artigo de opinião ou uma tese o mesmo que uma mentira para um juiz. É crime.
Mas nem foi isso que me motivou a escrever ese texto. Infelizmente a isso uma pessoa vai-se habituando. O essencial é político e a isso não vi aqui nem em blog nenhum uma resposta de alguém do PCP. O PC escolheu conscientemente o BE como adversário e inimigo neste ano político. E isso tem diversas leituras e eu gostava de ouvir (ou ler) a sua. O PCP, e olhe que eu leio o Avante há anos, nunca ocupou 4 páginas com o Governo, muito menos em vespera de Festa do Avante e voce melhor que ninguém sabe essa importância no tempo. Se eu estiver errado diga-me. O Avante nunca dispensou 4 páginas a denunciar oas mentiras e perigos da direita. Se estiver errado diga-me. Pode-me dizer que na política as escolhas são resultado de uma situação objectiva e eu até compreendo. MAs então diga-me objectivamente o que leva o PCP a eleger o BE como inimigo.
Aguardo as suas respostas.
Anónimo das 9.39 Só uma coisa.
BEm vindo vizinho
Caro Daniel,
1. Parto do princípio que não está a gozar com a minha cara, mas lá que parece parece.
2. Como sabe o "Avante!" ocupa muito mais do que 4 páginas por edição, e são 52 por ano, no desmascaramento e combate às políticas do governo.
3. Desde o Editorial aos artigos de opinião, passando pelas notícias - que na maioria dos casos só o "Avante!" publica -, das lutas dos trabalhadores e da população, bem como da actividade na AR e as intervenções dos dirigentes, nomeadamente do Jerónimo de Sousa, mais de 20 páginas por edição. Como diria a minha mãe se fosse viva «uma comparação bem feita faz um calcanhar airoso», ou como diria o meu pai o Daniel «está a confundir o toucinho com a velocidade».
4. Estou a trabalhar de memória, mas este século não me recordo de alguma vez o "Avante!" ter publicado uma análise tão detalhada das posições de dirigentes do BE. O Daniel quer comparar 8 mil páginas de críticas à «direita dos interesses e aos interesses da direita» com meia dúzia de páginas de combate político e ideológico ao BE?
5. Insisto que o que o JM Jara fez foi uma análise politico-ideológica, a partir de posições assumidas por dirigentes do BE. Escolheu as que entendeu. Poderia ter escolhido outras, tantas são, ou o Daniel anda esquecido?
6. Aliás não percebo a sua atitude. Estamos no plano na crítica dos princípios. Essa reacção de "virgens ofendidas" não vos fica bem.
7. O Daniel recorda-se das mentiras factuais e históricas do que o Louçã disse sobre as posições do PCP em relação ao IVG? Ou do que todos à vez disseram sobre o PCP e as liberdades, e a Colômbia, e o socialismo, e os ex países socialistas, e a China, e Cuba, e a União Europeia, etc., etc, etc.
A isso chama-se luta ideológica. É isso que pretende condicionar?
8. Não confunda inimigo com adversário.
9. Sugestão final: vá ao Arrastão e leia o comentário nº 34 de um JV...
Samuel, entendo o comentário... e também o encaixo, obviamente.
Penso que depiis da resposta do daniel não tenho muito mais a acrescentar, já que o post era dele.
Apenas talvez fazer um reparo: apesar de todas as divergências o passado do Avante merece-me muito mais respeito que o do autor do texto em questão. Mas, e porque efectivamente, o PCP é meu adversário e não meu inimigo e tenho em muitos militantes e eleitores do PCP os meus aliados nas lutas que interessam, também não me parece que deva ir por aí...logo, podes sempre deixar raspanetes...eu sinto-me perfeitamente à vontade para fazer o mesmo. É eu só dou e aceito raspanete a quem respeito.
António, cheguei agora depois de um fds muito cansativo e mito duro e guardo a resposta para outro momento.
Só espero que as aspas que colocou no choradinho, signifiquem que sabe que o a "reclamação" quanto ao não tentarmos no texto em questão foi uma brincadeira.
Castendo, vamos por partes.
O Avante não faz combate ao governo em 52 páginas. O Avante faz auto promoção e quanto muito em meia dúzia delas diz que discorda do governo.
Agora vou citá-lo:
"... não me recordo de alguma vez o "Avante!" ter publicado uma análise tão detalhada das posições de dirigentes do BE.
Eu acrescentaria nem do BE nem de ninguém e muito menos de um partido de direita. O que diz a isto e recupero a mnha pergunta do comentário anterior:
"Mas então diga-me objectivamente o que leva o PCP a eleger o BE como inimigo"
Já sei que não gosta do inimigo, mas enquanto não me der uma razão objectiva e política não posso considerar este artigo de outra forma.
Em relação ás mentiras factuais que o Louçã disse a propósito da IVG, diga-me uma. Que eu de facto não me recordo.
Quanto a Cuba, china, Quando escreveu colombia deveria ter escrito FARC, socialismo diga-me onde houve as mentiras. O PCP apoia ou não estas coisas.
Por fim e para ficar claro, tinha o castendo em melhor conta que defender as posições do Jara. É que sabe tão bem como eu que se eu o quiser difamar é só tirar umas frases soltas dos seus comentários e nem sequer ter a decencia de por aspas á frente e atrás coisa que eu mais acima enste comentário fiz. Foi isso que o seu camarada Jara fez. Com o bemplácito do PCP para poder salvar o seu quinhão no bolo parlamentar e com medo de ficar para 5ª força política. A isto não se chama luta ideológica. Chama-se medo e cobardia política.
Caro Daniel Arruda,
1. A Direcção do BE pode, e deve, ter sobre o PCP a opinião que entende, goste ou não goste o PCP. O mesmo se passa com cada um dos seus (do BE) militantes, mesmo que essa opinião seja divergente da direcção
2. O PCP pode, e deve, ter sobre o BE as opiniões que achar mais pertinentes. Goste ou não o BE. O mesmo se passa com cada um dos militantes do PCP individualmente considerados.
3. No BE não sei, mas no PCP quem fala em seu nome é o Comité Central e os seus organismos executivos - Comissão Política e Secretariado. Ou quem em estes organismos delegarem. Nomeadamente o Secretário-geral, ou membros desses organismos, ou o gabinete de imprensa, por exemplo.
4. No «Avante!» os artigos assinados são da responsabilidade de quem os assina. Queiram ou não queiram os Trolls (e não só) é assim.
5. No PCP os seus militantes podem e devem ter opinião. Mas, ao contrário do que parece ser nova moda na blogosfera e em alguns órgãos de comunicação social, essas opiniões não obrigam a Direcção do PCP. Aliás como em qualquer outro Partido.
6. Na minha opinião os Trolls e o DO reagiram em relação ao artigo do JM Jara como virgens ofendidas. Podem, e devem, dizer o que entendem sobre o PCP, mas já a inversa não é verdadeira.
7. Aliás reflexo disso são as imprecisões do DA. Fui verificar antes de escrever este comentário e o Jara colocou aspas em quase todas as frases. Mais. Indica as fontes/documentos escritos.
8. Devemos ler Avantes diferentes. Falei, e mantenho, em 20 páginas de críticas ao governo, vezes 52 semanas, vezes 8 anos. Nunca falei em 52 páginas (acho que o Avante! nunca fez uma edição com tantas paginas).
9. Se lê o mesmo Avante! que eu sabe que vários estudos de crítica a actuações sectoriais do Governo (Código do Trabalho, Segurança Social, Política Agrícola, orçamento, etc,) ocuparam 4 páginas e mais, só que divididos por várias edições seguidas.
10. Como pelos vistos temos conceitos diferentes do que é «crítica ao governo» eu explicito. O que está escrito em quase todos os editoriais, artigos de opinião, relatos e reportagens de lutas dos trabalhadores e da população, actuação na Assembleia da República, intervenções do secretário-geral, posições do PCP (perto de 2 mil por ano (sabia???...) como escrevi no "Público"), comunicação social, ciência e em muitos estudos inseridos na rúbrica Temas, são uma crítica semanal e constante às actuações da «direita dos interesses e dos ineresses da direita». E ao mesmo tempo um repositório das propostas do PCP.
11. FARC - o Daniel desconhece a história da Colômbia. Sem pretensões leia aqui http://ocastendo.blogs.sapo.pt/337980.html(e pesquise pela tag respectiva)e depois conversamos. Aliás, contrariando a sua tese geral, «O PCP sabe bem que a resistência à chantagem e aos cantos de sereia do pensamento dominante tem um preço, mas sabe também que é infinitamente maior o valor da independência, da coerência revolucionária e da firmeza de princípios. Para uma força que luta por uma sociedade nova, navegar contra corrente é um dever e uma honra que, tarde ou cedo, a história acaba por reconhecer. Que o digam os patriotas das antigas colónias portuguesas e os revolucionários vietnamitas, argelinos, palestinianos ou sul-africanos, para apenas referir alguns que durante tantos anos viram a sua justa luta libertadora taxada de «terrorista». E que o digam combatentes heróicos como Mandela que por vontade dos seus povos passaram directamente das cadeias, da clandestinidade e da resistência armada para o poder.» Avante de 10 de Julho.
12. IVG: Pesquise a entrevista do FL antes do último referendo onde afirmou que a culpa de ainda não haver lei era do PCP que nada tinha feito por isso. Só depois de aparecer o BE. Por acaso apresentámos, como toda a gente sabe menos o FL, o primeiro projecto-lei em 1982. Álvaro Cunhal, José Magalhães e Maria Alda Nogueira (minha mãe) foram os redactores do articulado.
13. China, Cuba (leu o meu artigo no Avante anterior?...), ex-países socialistas e outros temas: o que eu escrevi é que o BE pode e deve ter as suas opiniões e criticar e adjectivar as do PCP. Mas pelos vistos quando se dá o inverso aqui d'el-rei.
14. Para terminar. Palavra de honra de comunista, e sem o mínimo de ironia, que só à 3ª leitura é que percebi a do medo de ficar para 5ª força política. Lamento desiludi-lo mas em 8 anos de reuniões, congressos, conferências, seminários em que participei, esse assunto nunca foi discutido. A propósito. Quer um conselho leninista? Eu dou-lho: «Análise concreta da realidade concreta.»...
Tenho de ir por partes:
1- Não entendi o ponto 1. O que isto tem a ver. Estamos a discutir uma posição da direcção do PCP a menos que queira atirar-me poeira para os olhos.
A posição do BE não está aqui em discussão porque se a há e há certamente nunca foi discutida na praça pública.
2- Igual ao ponto 1. Não entendo a sério.
3- Vamos manter a discussão séria. Você está com estes 3 1os pontos a querer dizer que isto é um artigo de opinião que só vincula seu autor e como tal não é aprovadoa pela CC ou secretariado?
Não goze comigo.
4- está mesmo a gozar comigo. Acredita mesmo nisso?
5- Comparar um jornal que é o orgão de informação oficial do Partido a um blog é brilhante. O que eu escrevo aqui não vincula o meu partido. O que eu escrevo no portal do BE vincula. Era o que faltava aparecer alguém a dizer no Avante que a IVG foi o pior que aconteceu ao país e os editores do Avante publicariam porque é uma opinião de um militante.
Você quer mesmo que eu me derreta a rir.
6- Está respondido na anterior.
7- Já percebi que numa opinião séria descontextualizar frases quer do seu contexto quer do seu tempo e situação é um exercicio sério. de facto temos consepções diferentes.
8- Quer que lhe envie um avante para casa? Ou continua a gozar comigo?
9/10- De facto há para aí uma diferença de opinião. Eu acho que o que refere aí é publicidade ás propostas do PCP (e bem feitas) e não um ataque vil como o que foi feito ao BE. Porque não foram num assunto recente como o do Código de Trabalho á procura das citações do Sócrates de há 4 anos? E porque não fizeram um artigo de 4 páginas sobre as contradições do PS. Para não falar da direita pura e dura como o PSD ou CDS.
11- Nas FARC convenceu-me. Pena que não tenham com os monges tibetanos a mesma posição Ou com os assetas, ou com os Kosovares, ou com os Bascos, ou ...
Começo a perder vontade de rir. A alucinação chega a pontos que eu acho que você acredita no que escreve.
12- De 82 a 99 foram 17 anos. O que fizeram. NADA. E olhe que na campanha do referendo tenho dúvidas para que lado trabalhavam tal era o divisionismo que o PCP fomentou no seio do SIM.
13- Uma coisa é emitir opinião e se bem se recordará aqui nestas páginas nunca fiz referencia a esse seu texto quando por diversas vezes e sempre que me apeteceu e achei necessário fiz post sobre artigos do Avante. Outra coisa é deturpar, distorcer e mentir como fez o Jara.
14- Acredito que sim.
Agora eu. Não me respondeu á sminhas perguntas do comentário anterior e pior. Reconheceu uma coisa que eu deixei implicito no meu texto. É que o Avante fala regularmente no BE. VEja no portal do BE quantas vezes falamos no PCP. Sabe porque. Porque vemos o PCP como um adversário de facto mas não o colocamos no saco errado. O nosso verdadeiro inimigo é a dierita e é essa que pretendemos combater. Porque não defendemos o conceito de locomotiva ou vanguarda das esquerdas. As vanguardas são as bases (derivação minha e livre das teses marxistas) e não uma direcção política. O PCP não coloca tudo o que não seja seu no mesmo saco e isso não pode negar. O PCP não combate a direita. Combate tudo o que não seja o PCP ou controlado por ele.
É uma tática como qualquer outra mas é cobarde não o admitir. Espero ansiosamente pelo discurso de Jerónimo na festa pois acho que ele não se vai conter se essa for a linha que ele pretende seguir.
Se queiriam fazer um favor ao PS não precisava de ser assim.
António, mudei de opinião. Desculpe o falso alarme. Responder-lhe-ei sempre que estiver em causa opiniões suas sobre o PCP, sobre o Bloco, sobre as diferenças, sobre os erros de uns e de outros. No entanto, depois de uma pesquisa sobre o que escreve (acabei de ler um artigo sobre o Raimundo Narciso e ainda estou envergonhada de como se pode chegar ali...)o seu camarada de Partido, depois de, juntando a isso ter sabido quem foi no passado o seu camarada de Partido, desculpe ~mas não me meto no assunto.
Se quando o Daniel publicou este post eu tivesse identificado o Sr. José Manuel Jara, ter-lhe-ia sugerido que o retirasse.
Digamos que, e já que você afirma (apesar de eu não acreditar) que a opinião de cada autor no Avante é da responsabilidade desse autor, então eu reservo-me o direito de não discutir artigos de opinião que apenas, segundo as suas palavras, responsabilzam esse sehor...
Deixo-lhe dois bocadinhos da tal artigo sobre o Raimundo Narciso, para lhe lembrar do que falo:
"... Narciso, algo embaraçado, mas com a fleuma que lhe vem de ter sido um operacional da Acção Revolucionária Armada (ARA), limita-se a deixar confusamente que tal seria «uma visão a posteriori». Bem se vê que ser operador não dá créditos para estratega" (lembrando aos visitantes mais novos do Troll que a ARA era o braço amado do PCP antes do 25 de Abril,fazendo pois parte da história do Partido e da resistência anti-fascista).
E mais esta:
"O memorial dos que mudam de rumo partidário e político, numa linguagem técnica, os trânsfugas"...
Digamos, ainda, que não me parece nada correcto numa discussão política trazer à baila questões de conduta pessoal, mas que os seres humanos, até os políticos e os articulistas do Avante, também são o que são/foram na vida...e não apenas o que a memória desprevenida ainda enxerga...
Fica a promessa. No seu próximo artigo do Avante e se o António prometer que se lembra que um Blog não é o orgão oficial de um Partido, eu faço um post. E aí, estarei aqui para discutir. Lealmente. Como só é possivel fazer com as pessoas que nos merecem respeito.
Caros Daniel e Isabel
Embora com dias de atraso... fiquemos pois assim.
Como disse um colega meu, com imensa graça, a propósito de uma orquestração que ambos comentávamos, "isto não é bem harmonia... é mais paz!..." :)
Haverá certamente mais "harmonia" numa ou noutra coisa que fatalmente havemos de ter que fazer juntos no futuro. Pelo menos, devíamos...
Por essas e outras é que não está no meu feitio rebentar com a mesa onde preferia sentar-me a conversar ou ajudar a minar e destruir o caminho por onde teremos que caminhar... mas isto já sou eu a divagar.
Abraço
Caro Daniel,
1. Estive para não lhe responder. Divergências ideológicas é uma coisa, mentira é outra: «De 82 a 99 foram 17 anos. O que fizeram. NADA.»??????????????
2. Vamos ao essencial se quer discutir seriamente: o Avante! tem on line as edições a partir de 1997. O Daniel escolhe 1 por ano desde o ano da fundação do BE. E depois vamos discutir página a página, artigo a artigo o que é crítica à «direita dos interesses e aos interesses da direita». E, embora a amostra não seja significativa, logo veremos a quem o Avante! dedica o seu espaço.
3. Quanto aos pontos que não percebeu estava a falar no geral. O BE tem, por exemplo, uma posição sobre a União Europeia diferente da do PCP. É normal que ambos defendam a sua posição e critiquem as outras. Ou não?...
4. Passa-lhe pela cabeça que o meu artigo no Avante! anterior sobre o bloqueio a Cuba foi a reunião do secretariado e/ou da CP?... Olhe que não, olhe que não. O Avante! não funciona assim...
5. Eu compro o Avante! e lei-o na TOTALIDADE todas as semanas online. Mas se me quiser enviar para casa basta por o nome e o código postal que está no meu blog que ele chega cá. Será o seu contributo para a luta revolucionária do PCP...
Cara Isabel,
Registo a sua posição.
Caros Trolls,
Para que não haja equívocos informo-os lealmente que o artigo da polémica vai sair na íntegra no meu blog. Os posts já estão feitos desde 6ª feira passada (portanto antes desta troca de opiniões) e irão para o ar a partir desta sexta-feira.
Ah, é verdade, o meu inimigo político continua a ser o mesmo e a minha atitude para com o BE também...
Caro Castendo, onde está a mentira.O que fizeram desde 82. E nesta campanha em que o sectarismo e o divisionismo foram evidentes só porque a táctica ganhadora, a do referendo não era a vossa. Queriam uma lei no parlamento que ficasse ao sabor e maré dos governos seguintes.
Quantas vezes já aqui citei o Avante por falalr do Bloco, quer que lhe relembre? Diga-me quantas falou o portal do meu partido no PCP?
Só uma nota final quando diz que " depois vamos discutir página a página, artigo a artigo o que é crítica à «direita dos interesses e aos interesses da direita" e depois de reler o texto do Jara fiquei convencido. É que naquele artigo o BE também é de direita. Se é assim que defimem as coisas então estamos conversados. Os únicos que não são criticados é o PCP. Os puros como bem defini no post.
Claro que não viram o seu artigo em orgão nenhum. Eles sabem quem convidam e para quê. Ou acha que eles iram correr um risco desnecessário. Tb não nasci ontem.
Vi que registou a posição da Isabel mas nem uma palavra. Sabe tão bem como ela do que estavam a falar. Já agora eu também e não foi por isso que entrámos na baixaria. Só não o esperava ver a defender com unhas e dentes algum tipo de pessoas. É que o passado não se apaga assim.
Vi e agora registo eu que sobre a posição e implicação política deste posicionamento do PC nada diz o que também é elucidadtivo. Por vezes vale mais um silencio que más palavras.
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