Mais um processo eleitoral
Realizou-se na 6ª Feira mais um acto eleitoral na empresa onde trabalho, que é, para quem ainda não sabe, a Autoeuropa. O que me deixou feliz, não apenas pelo acto em si, mas porque foi o dia em que, ao fim de 10 anos, deixei de ocupar cargos nas ORT's. Nem sequer condeno quem os ocupa mais tempo, porque há casos e casos. Porque há sítios onde, manifestamente, não há assim tantas pessoas capazes de ocupar as ORT's. Felizmente e, na minha modesta opinião, não é o caso da Autoeuropa e se eu defendo a limitação de mandatos para tanta coisa, acho que é hora de saír e dar o lugar a ideias novas. Pode ser que daqui a uns anos volte. Mais revigorado e com mais ideias. E tanto assim é que, nestas eleições, se apresentou uma lista de 14 elementos onde só 3 são repetentes e que transitam da anterior Comissão de Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho, orgão que foi a votos neste sufrágio. Assistiu-se, por isso, na lista que eu apoiei a uma verdadeira renovação. Mas mais feliz fiquei por esta lista poder ser plural, a ponto de representar os 3 sindicatos que existem na Autoeuropa e ainda ser suficientemente abrangente para poder albergar pessoas que políticamente não pertencem nem estão conotadas com nenhum partido político. Felizmente que os trabalhadores da Autoeuropa entenderam isso e deram a esta lista uma vitória sem contestação, dando 5 dos sete mandatos em disputa a esta lista. Os outros dois foram por uma lista patrocinada pelo PCP, onde os seus militantes e simpatizantes não eram a maioria mas sim a totalidade, sob a sempre simpática capa da CGTP.
Mas não se pense que este processo eleitoral foi fácil. Nada disso, pois os obstáculos criados pelo Sindicato afecto à CGTP foram tantos, a ponto de termos de recorrer ao malfadado código de trabalho para podemos convocar eleições. Com todos os perigos e ratoeiras que daí advêm, atingindo o ponto alto com a velada ameaça de impugnação por parte das pessoas afectas à lista B. Nunca pensei ver pessoas de esquerda a tentarem boicotar um processo eleitoral democrático por causa dos prazos e outras coisas previstos no Código de Trabalho, contra o qual todos juntos até fizemos uma Greve Geral.
Mas enfim, a verdade veio ao de cima e os trabalhadores souberam separar o trigo do joio dando mais uma vez o seu voto àqueles que, de facto nos últimos anos os têm defendido. E de forma clara mais uma vez.
Etiquetas: Daniel Arruda
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é muito triste que nem uma comissão de saúde, higiene e segurança, escape ao apetite da partidarização e controlo.
Foi de facto triste e o decoro não me deixa dizer mais pois não quero ser parecido quanto mais igual nas práticas.
Ai Fernando, se há um lugar onde o PC não muda é mesmo dentro das empresas. Por muito qe ma bata pela necessiade de convergência nas lutas, tenho que reconhecer que há métodos, tiques, sectarismos que cansam.
Daniel, concordo com a tua opção pela renovação. Infelizmente não a posso levar à prátca em "casa". E bem precisava neste momento complicado. De sangue e força nova.
Isabel, mas foi isso que eu disse no meu post. Há sítios onde não é possível, mas defendo que nos que é, como foi o meu caso, se deve fazer, a bem do movimento sindical e das ORT's e acima de tudo a bem dos trabalhadores.
Eu sei que foi o que disseste, daniel...apenas lamentei não poder para já fazer o mesmo. Porque efectivamente, às vezes, estou cansada.
O artigo de 08/09/08, de Daniel Arruda, do assunto “Mais um processo eleitoral”.
Ao ler o artigo, ao contrário do que o autor escreveu na minha humilde opinião, ele é infeliz.
Não pretendendo entrar em todas as palavras descritas no texto, chego a uma conclusão que o autor estava a necessitar de finalizar o cargo com melhor felicidade e com conhecimentos e não só com ideias traumatizantes.
Fico feliz que uns dos meus princípios eram que as Comissões de Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho, fossem o máximo independente da política e outros interesses para os trabalhadores, segundo o autor do artigo nestas eleições aconteceu.
Mas encontro no meio do texto, como descrevo a seguir “ Os outros dois foram por uma lista patrocinada pelo PCP, onde os seus militantes e simpatizantes não eram a maioria mas sim a totalidade”. Considerando uma inverdade bastante grave atingindo pessoalmente uma pessoa eleita totalmente independente, que merece correcção e respeito.
Respondo pelos meus actos e digo que sou sindicalizado há 10 anos tendo o acto sido encaminhado pelo representante dos trabalhadores da Autoeuropa e nunca participei em reuniões ou órgãos de qualquer sindicato, limitando-me a descontar sempre a mensalidade no recibo de ordenado e a votar para os órgãos sindicais que também incluem pessoas apoiantes da lista vencedora no qual tenho votado sempre que possível. Faltando nalgumas votações por situações adversas que não valem a justificação mas que são compreensíveis.
Segundo: em relação a militante partidário, transmito que nunca fui militante ou participei em reuniões ou órgãos de qualquer partido nacional.
Com estas justificações que podem ser comprovadas, concluímos que não será fácil de encontrar pessoa eleita mais independente em relação a sindicatos e partidos.
Peço desculpa, somente agora a correcção mas desconhecia o blog do autor, no que dizia respeito à minha pessoa .
Luis Prata
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