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quinta-feira, outubro 02, 2008

Pequena resposta para tão grande ataque

Ontem a CGTP marcou uma jornada de luta. Houve sectores que paralizaram. Sectores que se manifestaram. Plenários em algumas empresas. Mais uma vez os números de adesões entre Governo e Central Sindical não condizem..tudo normal.
Tudo, não.
Há anos fez-se uma Greve Geral contra o Código do Bagão. As alterações aprovadas, na generalidade, ao Código do Bagão, tornam o Código Vieira da Silva, incmpreensíveis para o próprio Bagão...durante a discussão pública e a aprovação deste Código de Trabalho, o que se prepara para nos pôr a trabalhar 60 horas semanais,ao gosto e à mercê exclusivos das "necessidades" das entidades patronais, não houve uma manifestação nacional na rua...não há a convocação duma greve geral.
Eete post não pretende ser, apenas ou fundamentalmente, uma critica à CGTP. É, sobretudo, o reconhecimento duma realidade: os trabalhadores portugueses estão a permitir que se volte ao Sec. XIX, sem encontrarem empenho, força, motivação e mobilização para combater o regresso, que parece imparável, ao passado. E nisso. como trabalhadora, seria injusto apontar, apenas, o dedo. Também o sinto apontado a mim.

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6Comenta Este Post

At 10/02/2008 12:40 da tarde, Blogger Tiago R. escreveu...

Estou completamente de acordo consigo.
(que estranho... Não estou nada habituado a isto... lol)

 
At 10/02/2008 4:39 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Tiago, alguma vez tinha que acontecer!!! LOL
Estou a brincar também. Se quisermos pensar bem, creio que chegaremos a duas conclusões:
Que seguramente estaremos muito mais vezes em acordo que em desacordo...e que os desacordos não são monstros feios e de orelhas cabeludas, mas sim formas saudáveis de procura de caminhos novos para criar novos mundos.

Mas reconheço que é estranho!!!! :))

 
At 10/02/2008 10:13 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

até hoje era apenas leitora, não gosto de escrever. mas hoje estou a teclar, enfim todos temos a nossa opinião e por muito que vá ser atacada aqui vai...
Está provado que a greve tem os dias contados, tem de ser pensadas novas formas de luta os plenarios ou uns minutos de silencio por causa de qualquer coisa mas no local de trabalho e durante o horário de expediente, enfim qualquer coisa mas por favor greves de 3 dias...
Nunca fiz greve, respeito quem o faz mas paremos para pensar.
Esta greve dos barcos do barreiro,por exemplo, afecta quem ? afecta as pessoas que usam os tranportes publicos que moram longe do local de trabalho. A maioria se chegar atrasada ve as horas/minutos descontadas no seu magro ordenado, que nestes dias tiveram de se levantar ainda mais cedo para apanhar um comboio Fertagus que não aumentou a oferta mas aceiou tranportar (não deve ter sido de borla!?!) os utentes. Estas pessoas ao fim de tres dias não pensam nos motivos da greve, apenas pensam em si.
Quem ve, como eu, aumentar o nº de utentes na Fertagus e da Carris nalgumas carreiras, também ao fim de 3 dias está farto, perde qualidade, perde tempo, já não nos lembramos dos motivos, por muito justos que sejam, da greve ... apenas olhamos o relogio e pensamos no filho(s) à porta da escola a nossa espera ( a auxiliar também tem a sua vida), do jantar que não está feito...
Já nem refiro os dias que não são pagos ao grevistas, do combustivel que não é gasto, nos €€€ dos passes que já foram pagos....
AA

 
At 10/02/2008 10:45 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

AA, antes de mais bem vinda e ainda bem que decidiu começar.Vai ver que mais dia menos dia se torna um vicio...eu dizia o mesmo. LOL

Não vai ser atacada, pelo menos por mim.Já muitas vezes aqui escrevi posts com as mesmas preocupações que as suas. Cada dia é mais complicado fazer um dia de greve, a casa para pagar, os empréstimos, a vida que não pára de aumentar. E depois um dia a menos no salário, chega ao fim do mês e é um drama. Concordo também consigo que se banalizaram, e isto parece algo contraditório, mas aacba por não ser, pois são poucos os sectores, mas nalguns deles dizia, foi banalizado o conceito de greve...se eu lhe dissesse os pré-avisos de greve que tenho do meu sindicato e que ninguém cumpre...
E claro que o Governo consegue acabar por meter trabalhadores contra trabalhadores. E as empresas também. Ao não assegurar transportes alternativos suficientes, por exemplo, as empresas têm lucros com as greves, poupando o dinheiro dos vencimentos e sabem que vão colocar os utentes contra os trabalhadores.
Por isso, eu também acho que temos que encontrar outras formas. Por isso acho bem mais importante trazer 200.000 trabalhadores para a rua numa data que seja escolhida estrategicamente e não por calendários partidários do que fazer greves de três dias, por mais que ache que os trabalhadores tenham todo o direito a fazê-las.

Por isso também acho que uma greve só faria sentido e só faria danos se fosse uma greve geral...e essa tinha que conseguir entrar nas empresas privadas. Não é fácil.
As propostas que você faz também sabe que não são fácais de realizar. A precariedade faz com que hoje os trabalhadores tenham receio de parar para ir à casa de banho quanto mais de parar para fazr cinco minutos de silêncio...há que encontrar formas novas, concordo.Há que levar o nosso movimento sindical a incentivar novas formas de luta e a aceitar debater alguns assuntos tabus, fundos de greve, por exemplo, para os casos em que os trabalhadores achem que só a greve pode ser a solução...mas não se possam dar ao luxo de a fazer.
Agora temos mesmo todos é que parar para pensar. E o cruzar dos braços não pode ser a solução. O que aí vem e aquilo em que já hoje se tornaram as nossas empresas e serviços não nos pode permitir que nos alheemos nem que nos voltemos contra os outros trabalhadores...
Mas numa coisa concordo inteiramente consigo, greves de três dias não lembram a ninguém. E relembro-lhe que foi por essas e por outras que hoje a Carris não é capaz de fazer uma greve...foram muitos anos de autismo completo dos dirigentes sindicais. Em relação aos trabalhadores da empresa e em relação aos trabalhadores da cidade.
Se me perguntar a solução, não sei. Mas o que sei e o que procurava transmitir no post é que qualquer que ela seja não pode ser o nosso regresso passivo ao trabalho sem horários e que não nos deixa tempo para os nossos filhos...porque com o código de trabalho que aí vem, não passamos apenas a não poder ir buscar os nosssos filhos quando há greves...passamos a não poder ir buscá-los cada vez que a nossa entidade patronal entender que precisa que trabalhemos mais três ou quatro horas por dia.

Hi, meu Deus, que comentário grandalhão...desculpe e obrigado se tiver paciência para ler todo!!!

 
At 10/04/2008 5:45 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

:))
AA

 
At 10/11/2008 3:22 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Isabel, também vivo do trabalho e fico estupefacto com a sonolência e a apatia total dos portugueses. A lei já foi votada, o que falta são medidas regulamentares ou seja alterações a vários códigos (pois a lei é dispersa) para tornar realidade concreta o que já foi cozinhado e decidido mesmo antes do verão. Coitada da CGTP ! onde buscar força, quando não há sangue na guelra ? não há uma campanha de informação para informar o cidadão sobre alterações essencias sobre a matéria : quem sabe que haverá horarios concentrados de 12horas sem horas extra ? quem sabe que os recibos verde se calhar vão perder 5% no salario ( que teoricamente deveriam ser suportados pelas empresas ) ? etc. etc. A Isabel tem imemsa razão em dizer que novas formas de luta devem ser encontadas mas fundamentalmente a questão é : vai dar o seu contributo ? ( acho que está a dar...) Existem muitas formas antigas que já demonstraram a sua eficiência : por exemplo as petições, a desobediência civil , a liberdade de imprensa ( aqui temos um grave problema), etc. etc., mandar um sinal clarissímo ao PS que perderá o NOSSO voto se avançar com este novo código do trabalho

 

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