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terça-feira, abril 14, 2009

Ainda Lisboa...

O Daniel já escreveu ali em baixo a sua opinião sobre a apresentação ontem por um grupo de cidadãos de Esquerda, de uma proposta para a formalização de uma candidatura unitária de Esquerda à CML. Até porque a posição que o Daniel manifesta não é, exactamente, a minha, venho acrescentar uns pontos.

Naquele grupo de pessoas estão pessoas que eu respeito muito. Outras que nem tanto. E outras que não respeito. A questão a discutir não será pois, nunca, as intenções. Tenho a certeza que muitas daquelas pessoas querem para a minha cidade, exactamente, o mesmo que eu. Tenho a certeza que outras não querem. Até porque não é possível querer uma coisa para a cidade e o seu contrário para o País e há pessoas que, tenho a certeza, votarão PS nas próximas Legislativas. Estão no seu direito...mas por isso é que estas questões se têm que fazer em torno de programas e não em torno de papões.

O papão da vitória da Direita só é um papão se a Esquerda, mesmo dividida, não souber apresentar aos lisboetas um programa claro de Esquerda, de ruptura com o que foi a vereação de Santana e Carmona...mas também em ruptura com o que foi, ou, principalmente, não foi, a vereação de António Costa.
E, tal como escrevi na altura do Acordo de Lisboa, António Costa, que os próprios promotores da iniciativa declararam que poderia encabeçar a lista unitária, não é um militante do PS de uma freguesia recôndida do nosso país. António Costa foi o nº2 do Governo PS e foi o responsável pela Moção com que Sócrates se apresentou no recente Congresso do PS.
Convem recordar que António Costa se encarregou de, no Congresso, deixar bem claro quem era o seu inimigo principal. A memória deve ser cultivada sob pena de, anestesiada, servir para tudo, menos para aquilo que é suposto servir - neste caso, para muitos dos mentores da iniciativa, para a salvaguarda dos interesses de Lisboa.

A discordância em relação ao post do Daniel: sempre afirmei que nunca aceitaria fazer coligações pré ou pós eleitorais, em Lisboa, com a CDU. A CDU, em Lisboa ( e não só em Lisboa, mas é de Lisboa que estou a falar) há muito que escolheu os seus aliados. Nas Freguesias de Lisboa foi com o PSD que se coligou. Na CML, a maioria das vezes, foi com a Direita que votou. Na questão dos trabalhadores a recibos verdes, por exemplo, todos sabemos de que lado esteve. E a CDU não esteve do outro lado da barricada, por estar à Esquerda da Vereação do PS...esteve do outro lado da barricada porque sempre colocou os seus interesses partidários à frente dos interesses dos munícipes. E esteve do outro lado da barricada porque nos lugares onde detém o executivo não difere em nada das gestões do PS ou da Direita. Nem trata os seus trabalhadores nem os seus municipes de forma diferente da que tratam o PS ou a Direita.

Na recente Convenção do meu Partido foi aprovada uma estratégia eleitoral para as eleições autárquicas. Não a subscrevi inteiramente. A Moção que subscrevi tinha propostas alternativas e apresentava caminhos diferentes. Em Lisboa, não. Em Lisboa, a Moção que defendi falava num caminho que teriamos que fazer e que coincidia com o caminho que acabou por sair da Convenção. E esse caminho não passa nem por entendimentos com o PS de Sócrates, nem com entendimentos com quem se alia à Direita. Passa por um programa claro de Esquerda.

À Esquerda e a Lisboa servem um programa claro que devolva Lisboa aos Lisboetas e que a torne mais segura, mais justa, mais humana, mais ecológica, longe dos interesses comerciais e imobiliários. A Lisboa interessa um programa igual ao que interessa ao País. Em Lisboa, a Esquerda derrotará Santana com o mesmo programa que no País derrotará Sócrates. Sendo Esquerda coerente, combativa e socialista. E, para isso, apenas, precisa de ter como aliados os intresses dos munícipes, princípios inegociáveis e muito, muito trabalho.

Na medida das minhas possibilidades, como lisboeta de adopção, é para esse caminho que arregaço as mangas. Os papões, nem como sobremesa. Deixaram de me assustar quando deixei de acreditar no Pai Natal...já lá vão uns anitos.

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7Comenta Este Post

At 4/14/2009 10:42 da tarde, Blogger josé palmeiro escreveu...

Isabel, não voto em Lisboa!
Voto, contudo, na tua "luta", pela verdade e pela clareza, pelas pessoas e por tudo o que reivindicas, de uma forma bastante clara. Que bom sabermos que existimos, que existem pessoas que, têm "memória" e que a relembram a par e passo.
Até á derrota de "todas" as direitas!!!

 
At 4/15/2009 1:05 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Mas que grande confusão vai nessa cabeça. Unir-se com quem? Com ninguém, claro. O pc assim, o ps assado, o psd cozido. Bom então estão aqui só para dividir. E quer pessoas que pensem como você em tudo. Se discordarem aqui ou ali estão tramadas. Que grande sarilho vai arranjar com esse seu pensamento retrógrado. Já estamos no século xxi minha senhora, não estamos na idade da revolução industrial. E todos os comunismos e esquerdismos já foram experimentados. Sempre pior que o capitalismo com todos os seus defeitos. Pior mas muito pior. Os esquerdalhos como você têm os dias contados. Olhe para o mundo e são uma excassa minoria. Até porque a maioria diz-se de esquerda para ver se come alguma coisa. Quando a abocanharem acaba-se o esquerdismo. Parece que não conhece as pessoas. Aliás eu costumo passar por aqui para me rir um pouco.

 
At 4/15/2009 7:47 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

José, que pena não viveres cá...tinhamos muitas calçadas ingremes para descer e para subir...porque a campanha que se aproxima vai ser dura!!

 
At 4/15/2009 7:49 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Caro/a anónimo/a, ainda bem que o/a fazemos rir. Sugeria-lhe era que alterasse um bocadinho esses termos. São foleiros e soam um bocado mal: esquerdalhos, abocanhar...
E não se preocupe com os meus sarilhos...afinal, já tenho idade suficiente para me safar com eles. Guarde essa preocupação para os seus sarilhos.E talvez ler qualquer coisita, de quando em vez...quem sabe...

Ah e volte sempre. Os momentos de humor são sempre..."excassos"!!

 
At 4/15/2009 1:01 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

As unidades ou alianças fazem-se com programas , e com pessoas que cumprem compromissos.

Ser de esquerda é acima de tudo falar verdade.

E não fazer promessas, durante as campanhas, que depois não haverá intenção de cumprir.

O PS , o PSD, o CDS, e até o PCP, são useiros e vezeiros nessa tactica.

Espero que o BE não queira ser mais do mesmo.

É isso que desacredita a politica e os politicos, e que faz aumentar a abstenção.

Dito isto , o que se pode neste momento perguntar é quem irá apresentar o Bloco aos Lisboetas, um cidadão ou cidadã que sejam mobilizadores, e que possam representar para muitos eleitores de Lisboa uma alternativa, aos tachistas e incompetentes que sempre se juntaram á volta dos PSD e CDS, que se demarquem claramente de Antonio Costa, e da visão que acabou por defender para Lisboa, e que não aceitem partidos, que a troco de lugares, façam alianças com PSD e CDS como o faz frequentemente o PCP.
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Falar verdade, defender propostas razoaveis, mas cumpri-las, demarcar-se claramente da direita, denunciar Santanas e CA,é o caminho certo para um partido que quer ser alternativa, e será essa a única via, para conquistar eleitores venham eles de onde vierem.

 
At 4/15/2009 1:38 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Caro/a Anónimo/a, acho que escrevemos a mesma coisa, não?

Eu, pelo menos, concordo com o seu comentário e subscrevo-o...penso que se deverá passar o mesmo consigo em relação ao meu post...
Ainda bem, porque há, efectivamente, muito a fazer!

 
At 4/15/2009 6:17 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Então o Jeronimo de Sousa dá agora entrevistas a uma revista da IURD,

E para cumulo para dizer mal do BE...

 

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