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segunda-feira, maio 18, 2009

Autoeuropa

Hoje a minha entidade patronal, a Autoeuropa, esteve em grande. Assim como a Comissão de Trabalhadores (CT).
A administração ameaça com uma desocalização. Está no seu direito. A CT da empresa diz que não vê isso como uma ameaça feita sobre os trabalhadores.
A Administração ameaça com o despedimento de cerca de 1000 trabalhadores. A CT não vê isso como uma forma de pressão.
A Administração que já antes tinha ameaçado e depedido, de facto, trabalhadores (sim, que os funcionários de empresas de trabalho temporário são trabalhadores (ETT) como os outros), acusa hoje os trabalhadors de não colaborarem com os superiores interesses da empresa. A CT não se pronuncia.
.
Mas afinal o que está em causa? Será que os trabalhadores da Autoeuropa viraram estúpidos depois de anos a darem o exemplo de como se pode negociar e de criar soluções vantajosas para ambas as partes?
O problema agora é tão simples quanto isto. A empresa não quer honrar um acordo assinado há meia dúzia de meses e que previa claramente que não haveria despedimentos na AE. Aliás, no dia em que despediu os funcionários pertencentes a ETT, já o rasgou. Mas pior, a empresa a pretexto de uma crise que no sector automóvel, pelo menos na empresa em questão, é fictícia, quer agora que os seus trabalhadores trabalhem ao sábado de borla. Não lhes bastou que os trabalhadores tivessem na última negociação baixado para metade o valor deste trabalho extraordinário. Agora querem-no à borla. Como assim perguntam vocês? É simples. O código de trabalho de Vieira da Silva já prevê a anuização do horário de trabalho. A administração da Autoeuropa quer mais. Quer que dias não trabalhados este ano e no próximo, sejam trabalhados ao sábado no segundo semestre de 2010 e o ano de 2011. Ou seja quer semanas de 6 dias de trabalho pelo preço da de 5.
E a nossa vida familiar? E os nossos filhos? E o direito ao descanso? Tantas questões que se poderiam colocar que nem vale a pena. De certeza que elas vos ocorrem.
Qual a resposta da CT a isto? Negociação.
Qual a minha resposta enquanto trabalhador? É um erro.
Porque já chega. Nos últimos 8 anos temos assinado acordos que muniram a empresa de ferramentas mais que suficientes para ser competitiva em tempos de crise. A ameaça de deslocalização para a Alemanha não passa, por isso, de uma ameaça. Ou será que alguem acredita que uma fábrica com um nível salarial 3 vezes superior é competitiva com a Autoeuropa? Isto para não falar de outros factores internos ao grupo dos quais não posso falar.
Não fique com isto a ideia que me arrependo de ter defendido acordos anteriores, com excepção do último. Não, de forma alguma. Defendio-os coerentemente por achar que aquele era o caminho. Mas os caminhos têm um fim. Especialmente se for uma estrada de sentido único.
Chegou a hora dos trabalhadores da Autoeuropa dizerem que basta de serem eles a pagarem os erros de gestão do grupo. Chegou a hora de deixar de baixar a calcinha. Chegou a hora de todos assumirem o que têm de assumir.
Quanto à CT. Na minha opinião está ainda a tempo de virar agulhas e ir ao encontro dos anseios da maioria de trabalhadores. É que se isto chegar a uma votação ,temo que o medo e as pressões façam com que muitos votem favoravelmente uma coisa que, no fundo, ninguém quer. É por isso altura de quem os defende fazer esse trabalho.

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34Comenta Este Post

At 5/19/2009 11:05 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Bom texto daniel. Espero agora que tu faças também esse trabalho de consciencialização junto dos teus colegas. Não me leves a mal, mas o Chora na minha opinião não é modelo nenhum de sindicalismo combativo.

 
At 5/19/2009 2:31 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

O problema é que tipo de resposta dar.

Ontem Renault, e Opel Azambuja

Hoje Quimonda e Citroem Mangualde

Amanhã AutoEuropa?

Sindicalismo combativo , temos que ver muito bem o que é isso, conduzir os trabalhadores para becos sem saida, como o fizeram a CT e os sindicatos afectos ao PCP na Opel da Azambuja? Em que o pseudo radicalismo ,resultou num despedimento colectivo?

È lógico que na AutoEuropa a admnistração alemã está a chantagear, não se fecha uma fábrica em que se investiram mais de QUINHENTOS MILHÔES de euros.

Não se fecha uma fábrica que sempre foi das mais produtivas e rentaveis de todo o grupo.

Não se deslocaliza a produção para Alemanha para pagarem salários 3 vezes superiores.

Mas esta crise pode levar a excessos( já está a levar) da parte do capitalismo selvagem.



Não ficar de cócoras certamente, mas tambem não enveredar por atitudes sem retorno, que levem ao despedimento de boa parte dos trabalhadores, e nessa altura eles pedirão contas a quem os conduziu a essa situação.

É nestes momentos de crise, que quem é de esquerda tem de manter a cabeça fria, saber lutar, saber apontar caminhos, mas acima de tudo defender os postos de trabalho, pois neste momento essa é a grande diferença em que nos encontramos.

Aqueles que têm um posto de trabalho mesmo periclitante, e aqueles que estão no desemprego, sem soluções para o futuro.

 
At 5/19/2009 6:57 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Pois eu também acho um óptimo texto...mas também concordo que o problema é que resposta dar. Não é fácil ser-se modelo de sindicalismo combativo, nesta altua do campeonato. Tem que se repensar tudo e repensar tudo em cada momento. Quando estamos dentro duma empresa sabemos disso. Numa ORT duma empresa, sabemos isso. Estes últimos dias têm-me mostrado como é cada dia mais dificil encontrar as respostas adequadas em cada situação.
Sabemos que recuar sempre não é a solução...agora como avançar é que temos que saber.
Temos uma tarefa árdua pela frente. E quem julgar que é fácil é porque não está cá/lá dentro.

A luta pela manutenção dos postos de trabalho é a luta que o patronato quer para poder retirar direitos...todos o sabemos. Acrise é a desculpa para todos os atentados e todas as chantagens. Todos o sabemos. A questão é, não cruzando os braços, onde está a resposta?
Tempos duros estes. Se são muito mais duros quando se está no desemprego, não são fáceis quando lá se está dentro.
Ontem fizeram-me chegar de rastos...hoje estou bem pior.

 
At 5/19/2009 7:41 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Eu percebo o que quer dizer Isabel Faria , e não gostaria de estar neste momento na pele dos elementos da CT da Autoeuropa, nem das muitas autoeuropas que proliferam por este país fora.

È que se não se pode ir de recuo em recuo, até á derrota final.

Tambem não é possivel ir de avanço em avanço até cair no abismo.

A mobilização dos trabalhadores é mais que nunca necessaria, se o patronato sentir que há unidade , pode fazer uma retirada estratégia, mas se houver divisão, pois a prespectiva do desemprego é má conselheira,então é certo e sabido , que está traçado o caminho para a derrota.

E aí perderão todos.

Conseguir essa unidade, é neste momento a grande batalha, pois só ela garante alguma possibilidade de êxito.

 
At 5/19/2009 9:01 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Declaração - Intervenção nos Plenários de Abril na Autoeuropa

Domingo, 17 Maio 2009

Declaração
É do conhecimento geral que atravessamos neste momento uma crise generalizada que afecta a economia a nível mundial. E é do conhecimento geral também que esta crise tem tido impacto igualmente na actividade da Autoeuropa. No entanto, esta situação de crise não pode de forma alguma ser justificação para que seja levado a cabo contra os trabalhadores qualquer ofensiva aos seus direitos e garantias.
 
Se a crise realmente existe, também não deixa de ser verdade que o grupo VW registou, no ano 2008 em relação a 2007, um aumento de 4,5% no volume de negócios (113,8 mil milhões €) e um crescimento de 15% no lucro líquido (4,75 mil milhões €), tendo o lucro operacional subido de 6,2 mil milhões € para 6,3 mil milhões €.
 
Em relação à Autoeuropa, a VW pôs à disposição da fábrica portuguesa 541 milhões € e, mais recentemente, foi anunciado pelo governo português o chamado Plano de Apoio ao Sector Automóvel que contempla um total de 900 milhões € para atribuir às empresas do sector para que estas enfrentem as dificuldades da crise económica, através de acções de formação que podem decorrer durante um ano e que garantem os salários por inteiro aos trabalhadores. Não esquecer inclusivamente o próprio empenho de responsáveis da Autoeuropa na elaboração deste plano em conjunto com o governo.
 
Se a tudo isto juntarmos o facto de que os 5 principais administradores do grupo VW terem visto as suas remunerações anuais aumentadas de 16,5 milhões € para 45,4 milhões €, o que representa um aumento de 175% em comparação com os 5,8% que os trabalhadores da Autoeuropa terão para os próximos 2 anos, é nosso dever assumir a seguinte posição: Os trabalhadores da Autoeuropa já contribuíram muito para ultrapassar as dificuldades surgidas; As cedências que todos fizeram tiveram impacto negativo nos ganhos de cada um e impacto positivo nos ganhos da empresa;
 
As soluções para esta situação de crise estão há vista, tal como já a cima enunciado; Os lucros do grupo alcançados no passado (dos quais a Autoeuropa também contribuiu para o bolo) devem agora servir para enfrentar a crise;
 
Os trabalhadores não podem mais ser os prejudicados, pagando a factura de algo que estes não têm qualquer responsabilidade;
 
Os trabalhadores têm que resistir a qualquer ofensiva da administração.

http://www.ofaisca.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=235&Itemid=2

 
At 5/19/2009 11:42 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimos, não vou aqui cruxificar o Chora depois de várias vezes o ter defendido. A minha discordancia é apenas isso. Uma discordancia e não tem mais nenhum significado..
´Eno entanto uma qustão d efundo queos trabalhadores no seu todo vão ter de repsonder. Não chega dizer que o capitalismo é selvagem. Qual a moral de uma CT em dizer que não quer o acordo e depois se a empresa o levar a votação, esse mesmo acordo por medo dos trabalhadres for aprovado?
É esse também um dos meus medos e foi isso que eu disse em plenário.
Ali estavamos unidos mas era importante que nos mantivessems assim. Sem vacilar.
Estou como a Isabel. Não acho que seja fácil ser de uma ORT neste momento mas o meu texto é mais que uma crítica. O meu texto é para os trabalhadores da Autoeuropa perceberem que ninguém luta sozinho. Foi um levantar de consciencias. Se alguém acha que eu numa altura destas iria atacat a CT em processo negocial está enganado. Posso fazer juízos depois mas agora estou com eles. Na diferença claro, mas para unir trabalhadores e nunca para os dividir.
Por fim, não peço os radicalismos, mas se tiver de os haver terão de ser ssumidos por todos que tenham resonsabilidades. Obviamente não fugrei ás minhas.

 
At 5/20/2009 8:03 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

"Se alguém acha que eu numa altura destas iria atacat a CT em processo negocial está enganado. Posso fazer juízos depois mas agora estou com eles."

Calculo que DEPOIS de 7 de Junho...

 
At 5/20/2009 9:07 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo do faísca, Eu conhecia essa declaração e em plenário só não a apoiei porque os proponentes não quiseram levar á votação. Essa teria sido a postura correcta. Apresentar e votar.
Seria uma forma clara e inequivoca de os trabalhadores dizerem o que pensam.

 
At 5/20/2009 10:20 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

O faisca PCP, pois é PCP PCP PCP, mas quem viu como eles conduziram o processo na OPEL Azambuja e os seus resultados, tem muitas dúvidas sobre o que se pretende com esta proposta.

Afinal o que se pretende na realidade UNIR Os TRABALHADORES, ou fazer mais uma manobra unicamente com intuito partidário, e eleitoralista.

Não basta utilizar fraseologia tipo os trabalhadores têm de resistir, isso é óbvio, mas perante este ataque aos seus direitos, e á chantagem da Administração, resistir, sim , mas saber para onde se caminha.

Só a unidade , e sobretudo a luta por essa unidade, e ao mesmo tempo apontar caminhos, que possam conduzir os trabalhadores a bom porto, sem perca dos seus direitos, mas tambem sem perca de postos de trabalho.

E é este o ponto central , o que diz esta proposta do sr faisca, RESISTIR, se houver despedimentos RESISTIR, se os trabalhadores pressionados e chantageados se começarem a dividir, RESISTIR, pois, resistir é uma palavra muito bonita, mas perante a actual crise, e a possibiliidade real, de haver despedimentos, é preciso apontar outros caminhos, mas sobretudo é preciso muita inteligência,sangue frio, para que os caminhos apontados sejam mais que palavras, e neste caso RESISTIR é só uma palavra com pouco significado.

 
At 5/20/2009 10:31 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Já agora uma pergunta objectiva, porque não puseram á votação esse proposta.

Tiveram medo que os trabalhadores a recusassem.

Tiveram medo que fossem acusados de divisionista, por terem cozinhado uma proposta meramente partidaria, mesmo que os seus pressupostos fossem correctos,e que as soluções fossem quase nenhumas..... RESISTIR.....

È estranho , que o PCP demonstre que tem receio do veridicto dos trabalhadores.

Quando se tem a certeza de defender posições correctas vai-se até ao fim, e não se fica só pela atitude de a divulgar em Blogues, possivelmente no Avante, em comunicados distribuidos á porta.Era no planario de trabalhadores que deveria ser apresentada e poderia ser votada .

Assim não se faz a unidade dos trabalhadores tão necessaria neste momento.

E quem está preocupado com eleições, é quem utiliza este tipo de métodos.

 
At 5/20/2009 10:48 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo da 8.03, não percebi. O que é que se passa a 7 de Junho?
De qualquer forma há um processo a decorrer e se há coisa que nunca farei é contribuir para o objectivo da administração de desunir os trabalhadores.
Ficou claro?

 
At 5/20/2009 11:06 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo das 10.20 e das 10.31, como deves calcular é uma resposta que só um dos autores daquele texto poderá responder. Mais uma vez não vou aqui entrar em guerras com um processo negocial a correr. Todos somos poucos nesta guerra e não quero ser responsável por dividir trabalhadores.

 
At 5/20/2009 1:35 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

"não percebi. O que é que se passa a 7 de Junho?"

Coitadinho do inocente. Nem sabe o que se passa a 7 de Junho...

 
At 5/20/2009 1:52 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

“resistir é uma palavra muito bonita, mas perante a actual crise, e a possibiliidade real, de haver despedimentos, é preciso apontar outros caminhos, mas sobretudo é preciso muita inteligência,sangue frio, para que os caminhos apontados sejam mais que palavras, e neste caso RESISTIR é só uma palavra com pouco significado”

Espantoso! Para este “herói” resistir “é só uma palavra com pouco significado”!?...

Pois quando se luta, pode-se ganhar ou perder mas quando não se luta perde-se sempre. Os Choras, danieles e isabeles já perderam. Não querem lutar.

 
At 5/20/2009 2:51 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

"Sindicalismo combativo , temos que ver muito bem o que é isso, conduzir os trabalhadores para becos sem saida, como o fizeram a CT e os sindicatos afectos ao PCP na Opel da Azambuja? Em que o pseudo radicalismo ,resultou num despedimento colectivo?"

Espantoso!?...

Este não sabe o que quer nem o que fazer, só sabe caluniar quem lutou.

 
At 5/20/2009 3:29 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo da 1.52, acho que já estás a ir longe de mais por uma simples razão.
É que não dás a cara, não sabes do que falas e ainda por cima deturpas o que escrevo.
Todo o meu post é em sentido contrário ao que insinuas. Pelo que escreves deves ser militante ou simpatizante do PCP e não te habituas á ideia que eu posso ter ideias diferentes das do meu camarada Chora. E não vem daí mal ao mundo. Nem vou ser objecto de nenhum processo disciplinar no emu partido.
É este o caso. Em plenário expus o que achava. Ao contrário de camaradas teus que não foram capazes de dizer o que pensavam com medo que ficassem mal vistos perante a chefia.
Tem juízo.

 
At 5/20/2009 6:06 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Aqui do que se trata é de apontar caminhos, que sejam eficazes e sejam um travão, por um lado á chantagem da Administração, mas por outro, que os postos de trabalho sejam defendidos.

Ninguem desiste ou desistiu de lutar.

O que não se deve é conduzir os trabalhadores para becos sem saida.

E foi isso que o PCP fez na Opel da Azambuja.

Onde estão agora esses trabalhadores, não quero ser má lingua, mas certamente a CT afecta ao PCP, possivelmente resolveu facilmente o seu problema , e os outros trabalhadores..... possivelmente aguardam que acabe o subsidio de desemprego, para irem á sopa dos pobres, não deixando de agradecer, aqueles que os conduziram a essa situação.

È isso que é reciso evitar a todo o custo na AutoEuropa

E para isso acima de tudo é necessaria a unidade de todos os trabalhadores,e é essa unidade que pode conduzir a vitorias.

 
At 5/20/2009 6:29 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Noticia da RR on-line que cita uma fonte sindical (?)

Houve ruptura nas negociações da AutoEuropa

 
At 5/20/2009 8:42 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Em 18.05.2009 contactado pela Lusa a propósito da Autoeuropa garantir não estar a ponderar transferência da produção para a Alemanha, o porta-voz da Comissão de Trabalhadores, António Chora, disse que "não foi feita nenhuma ameaça", mas apenas uma apresentação que dava como exemplo que várias produções podiam ser concentradas. "Se há uma fábrica, [a da Alemanha], que tem 120 mil unidades disponíveis, esta podia eventualmente absorver a Autoeuropa. Mas este foi apenas um exemplo do que é hoje o mundo automóvel. Nunca foi uma possibilidade real. E não foi numa perspectiva de ameaça que o director-geral fez essa apresentação", disse António Chora, reafirmando o mesmo a Lurdes Ferreira do Público: “Não foi uma ameaça de deslocalização, mas uma comparação”.

Vinte e quatro horas depois o mesmíssimo António Chora tem contudo o topete de afirmar à Lurdes Ferreira do Público que vai à Alemanha, participar na reunião do Comité Europeu de trabalhadores, para se queixar duma alegada “intransigência, da imposição de uma posição desde o início das negociações” da administração da empresa.

Só pode estar a gozar com o pessoal!

 
At 5/20/2009 10:55 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

“O que não se deve é conduzir os trabalhadores para becos sem saida. E foi isso que o PCP fez na Opel da Azambuja.”

Espantoso! Está esquecido que não foi isso o que António Chora, na interpelação do BE sobre desemprego disse na AR em 22/06/06. Pelo contrário. Foi isto:

(...) “Estas empresas não estavam em falência, não tinham dificuldades de encomendas, não lhes faltavam os melhores trabalhadores, não lhes faltavam benefícios de mão estendida, não lhes faltava nada.

Estas empresas que fugiram de Portugal comportaram-se como a praga de gafanhotos que come todas as colheitas e deixa tudo deserto atrás de si. Nenhuma respondeu pela sua responsabilidade, nenhuma pagou pelo que prometeu, algumas até receberam subsídio da União Europeia para se instalarem noutro país depois de terem saído de Portugal.

Por isso, quando hoje falamos da Opel na Azambuja, que é a 59ª multinacional que ameaça sair nestes cinco anos, saibam, senhores ministros, que já não há nada que surpreenda quem trabalha - e somos a grande maioria do país.

A Opel, a General Motors, está a mentir aos trabalhadores e a todos nós.

Diz que não pode continuar com a empresa aberta porque tem prejuízos. A General Motors não tem prejuízos na fábrica da Azambuja, que é a segunda mais produtiva do grupo na Europa. É simplesmente uma chantagem.

A General Motors quer que lhe paguem 500 euros por cada carro que monte em Portugal, para corrigir com o dinheiro dos impostos de todos os portugueses os seus próprios erros de gestão e de distribuição da produção na Península Ibérica e para depois se ir embora sem apelo nem agravo. A General Motors acha que pode assinar um contrato, depois rasgá-lo e ditar as novas condições sem que ninguém mexa uma palha.

A General Motors quer tomar como reféns os 1.200 trabalhadores, mais os 800 em regime de ‘outsourcing' exclusivo para a Opel e mais os 4 mil empregos indirectos de fornecedores - 6 mil pessoas no total que ameaça de desemprego. Quer que lhe paguem um suplemento para cumprir o contrato que assinou até final de 2008.(...)”

Isto foi dito há 3 anos! Mas agora, a menos de 3 semanas do 7 de Junho diz que a culpa do encerramento da Opel foi do PCP!!!!!!! Espantoso, simplesmente espantoso! Quem os viu e quem os vê. O que esta gente faz para difamar o PCP é simplesmente espantoso! E duma total falta de nível e de ética.

http://www.bloco.org/index.php?option=com_content&task=view&id=91&Itemid=47

 
At 5/20/2009 10:58 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Camarada Arruda, sabes muito bem que alguns membros da CT apesar de dizerem que era aquela proposta a proposta da CT andam pelos corredores da AE a colocarem algumas interrogações e preocupações nos trabalhadores e a tirar alguma força aos trabalhadores para nos acompanhar nesta luta.
Obrigado pelo teu apoio no plenário.
SE TENHO QUE CEDER QUALQUER COISA SEMPRE QUE NEGOCEIO COM A ADMINISTRAÇÃO, ENTÃO NÃO QUERO NEGOCIAR MAIS!

 
At 5/21/2009 8:16 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo das 8.42, vamos ser sérios de uma vez por todas. A intransigência não tem nada a ver com as ameaças. Concordo que o Chora errou ao não levar a história da deslocalização como uma ameaça. No entanto a intransigencia tem a ver com o facto de a Administração da empresa nunca ter querido discutir as contra proposta da CT fossem elas boas ou más. Não interessa á discussão para já.
Como vez são coisas diferentes sobre temas diferentes.

 
At 5/21/2009 8:22 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo das 10.52, acho que deves responsabilizar o Chora pelas suas declarações. O que não podes dizer é que ele tem dois discursos.
Para isso é preciso que os comentários aqui colocados fossem dele. O que não são.
Parece-me bastante injusto que se culpe o Chora por declarações de outros.
E por fim um favor. E que tal se deixassem os partidos de fora disto. Essa sim é a princial causa para que o movimentos dos trabalhadores nunca se endireite. É que há sempre quem ache que tem o exclusivo dessa defesa. Os trabalhadres da AE escolheram estes e não outros para os representarem. Aceitem isso.

 
At 5/21/2009 8:26 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo das 10.58, No plenário apenas defendi o que achava justo. Como sempre fiz e em consciencia.
Mas a ser verdade o que dizes, e Não sei quem és para dizer isso (embora calcule, não é Tó), era altura de se porem as diferenças d elado e remar num só sentido. É que hoje mais que nunca a união vai ser fundamental.

 
At 5/21/2009 12:23 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

“acho que deves responsabilizar o Chora pelas suas declarações. O que não podes dizer é que ele tem dois discursos. (...) E por fim um favor. E que tal se deixassem os partidos de fora disto. Essa sim é a principal causa para que o movimentos dos trabalhadores nunca se endireite.”, diz novamente o inocente.

Vejamos, mais uma vez pelas suas próprias palavras os dois discursos do António Chora. Este escrito é de 08-Nov-2006 e está online (link no fimO:

“Os trabalhadores da Autoeuropa demonstraram, no passado mês de Outubro, que querem defender os seus empregos e garantir o seu futuro por muitos mais anos. O Presidente da marca VW, em carta enviada no passado dia 24 de Outubro, reconhece que a empresa tem agora os mecanismos que solicitava para a vinda de novos produtos, nomeadamente o sucessor do actual MPV, podendo com isto garantir não só os actuais postos de trabalho como criar cerca de 3 mil novos empregos, entre o parque industrial e a Autoeuropa.

Mas, e apesar disto, veio o PCP distribuir para a porta da empresa um pasquim denominado "O Faísca" (...), onde numa página A4 ataca o acordo, mostrando a sua faceta de pseudo defensores dos trabalhadores, esquecendo-se que os desempregados também são trabalhadores, para os quais é urgente e necessário arranjar emprego (a este respeito não fazem uma única referência), e foi aí que os jovens trabalhadores da Autoeuropa mostraram a sua solidariedade de classe, ao aprovarem o acordo que permitirá (já está a permitir) a criação de emprego na empresa, no parque, enfim, no País.

A prática do PCP todos conhecemos: é a do quanto pior melhor, tal como o provam as propostas do seu homem de mão (membro do Comité Central) na CT durante as negociações (...). Depois, também mostrou o respeito que tem pelas decisões democráticas, ao recusar assinar o acordo, para o qual a maioria dos trabalhadores mandatou a CT.

http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=1058&Itemid=67

 
At 5/22/2009 11:44 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo das 12.23, nem sei o que te dizer. Mais uma vez enganaste-te no destinatário. Este blog não é do António Chora. È meu, da Isabel e do Leal. E se te tivesses dado ao trabalho de no Troll ires á procura do que eu escrevi na altura verias que mandaste mais um tiro ao lado.
É triste quando tu queres usar a situação de trabalhadores em dificuldades em proveito próprio e partidário. Isso mostra a tua indole.
Mas as tuas atitudes ficam para ti. E para quem as lê e julga. Como deves calular este post foi lido e comentado na Autoeuropa, porque ao contrário de ti anónimo eu na empresa dou a cara e as pessoas sabem quem sou. E a minha opinião é ouvida (nem sempre seguida mas democracia é mesmo assim). Como deves calcular o teu (e de outros anónimos) aproveitamento partidário da situação não ficou nada bem a quem luta diariamente para ganhar o seu pão.
Beijos e abraços.

 
At 5/22/2009 1:19 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

"Este blog não é do António Chora." Não tarda vem jurar que nem conhece António Chora nenhum...

 
At 5/22/2009 5:32 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo, conheço e bem mas a minha opinião não é a opinião dele. Cada um pensa com a sua cabeça e não estamos sujeitos a directivas para termos a mesma opinião. Entendeste ou queres que o meu filho te faça um desenho.
Mas deixa estar. Eu compreendo que isto par ati é difícil de compreender. Como não pensas e só papaqueias o que outros decidiram por ti...

 
At 5/22/2009 7:18 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

O inocente vem agora com a rábula do pide bom e do pide mau. essa já está muito batida.

 
At 5/23/2009 9:59 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Bem visto essa dos pides, mas bons ou maus, pides são pides. E amarelos são amarelos.

 
At 5/23/2009 12:32 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Os dosi últimos comentários são elucidativos. Dispensam qualquer comentário meu. Eles falam por si.
Estou que nem posso de tanto rir, ou melhor, estaria, se não fosse tão triste ver como há quem a fim de objectivos partidários divide a luta dos trabalhadores em vez da unir.
Elucidatívo sem dúvida. Por isso é que depois de terem ganho a CT uma vez nunca mais o fizeram. É que foi a única CT demitida por trabalhadores em plenário por terem aceite sem contrapartidas a jornada de 10 Horas de trabalho diárias sem compensação nenhuma.
O famoso flex-time.
Grande exemplo esse.

 
At 5/23/2009 12:34 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Já agora e por falalr em amarelos. O sindicato da Caixa Geral de Depósitos fundado á margem do sindicato dos bancários e patocimnado pelo PCP é o que. Laranja??????? ou será que é verde???? Ou rosa?????
Não é AMARELO!!!!!!!!!!!

 
At 5/23/2009 2:16 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Essa dos pides e dos amarelos é uma grande verdade.

 
At 6/18/2009 7:07 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Bem Daniel,deixo-te aqui um desafio. Acho que te lembras bem do que disseste no plenário antes da votação. Seguindo a tua optica do "..querem despedir, despeçam...", agora que o vencedor foi o "Não", desafio-te a ires dar o teu nome em substituição de um dos 250. Caso essa situação não seja aceite pelos RH, peço-te que quando começarem a mandar o pessoal para casa em layoff, que tenhas a ombridade de seres o primeiro para ficar nessa situação.

Sem mais, Obrigado

Madeira

 

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