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segunda-feira, maio 25, 2009

Dias de livro de caixa

Há dois ou três dias, numa conversa entre amigos, assim mais ou menos na mesma fase (!!), questionávamo-nos se o que custava mais seria as certezas que se perderam ou as que se adquiriram. Entre as que se perderam falávamos na Revolução ao virar da esquina...entre as que se adquiriram, a que, possivelmente, já não teremos tempo para chegar à esquina...
Seja por umas ou por outras, seja porque devo ter qualquer costela de contabilista e tenha um livro de caixa mental ou emocional que teima em me meter à frente dos olhos ou da alma, uma folha de Excel (dantes era um livro com uma capa rija, assim para o cinzento ou castanho, mas as paranóias também evoluem), com uma coluna de deve e haver e uma coisa a dizer saldo, confesso que nem sempre têm sido fáceis estes últimos dias. Pelo que me lembro já foi assim há dez anos e depois passou. Amen.
Até porque, desta vez, existem, na tal coluna do haver, umas certezas que não existiam, então. Umas certezas com algumas dúvidas alvoraçadas a voarem feitas malucas, mas, ainda assim, certezas. Uma praia deserta, quando chegar o calor e o vento passar, por exemplo.
Na coluna do haver está escrito Adraga. Mas, bem mais que num livro de capa rija, numa folha Excel pode-se alterar o nome, sem deixar mossa. As dúvidas alvoraçadas e feitas malucas, não são, pois, tão graves assim. Alterar-se-á, se necessário, o nome. Mas a praia deserta continuará, teimosamente à espera, na coluna do haver. Apesar de as praias terem areia.

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