Grande debate ontem na TVI 24
Ontem na TVI24 deu um "debate" entre o director do jornal i, a Constança Sá e Cunha e um outro personagem que desconheço a origem ou o nome. Polítologo segundo o que consegui perceber.
O tema eram as legislativas e a conversa gerou em torno de duas questões. A questão da governabilidade em caso de minoria absoluta e a importancia do voto no PCP e no BE (esquisito é o CDS ficar de fora destas contas, talvez por ser um aliado natural quer do PS quer do PSD).
Acreditem que nunca ouvi tanta barbaridade junta. A começar logo pela ideia de que se os dois partidos de esquerda em Portugal terem mais de 15% (somados claro) o país fica um caos. Que com isso ficariamos na cauda da Europa. Os comentários pelo menos tiveram um condão positivo. O de se ver que todos os comentadores já perceberam que nenhum dos dois parece estar disponível para alianças com o PS o que já é um avanço pois até há pouco tempo havia a ideia de que era possível trazer a esquerda parlamentar para o arco governamental do sistema. E ficou claro também o medo que há de que a esquerda parlamentar pode pela 1ª vez assumir-se como alternativa de governo fora do sistema. Daí o medo que o PCP ou/e o BE, sem terem de mudar a sua matriz, poderem fazer parte de uma solução para o país.
Nunca vi o destilar de tanto ódio. O director do jornal até foi ao ponto de dizer que está na hora de os portugueses preceberem que o voto no PCP ou no BE é um voto contra o país e que contribuiria para o fim do mesmo. Outra coisa positiva foi que no afã de arranjarem cenários para as eleições legislativas que se avizinham e para soluções no cenário mais que previsível de maioria absoluta contribuiram para cerca de 45 minutos de campanha eleitoral pró PCP e BE. Quem ouviu aquilo e tinha dúvidas da utilidade do voto nestas forças (sim que em Portugal discute-se a utilidade do voto, seja lá isso o que fôr) ficou convencido. A única forma de garantir que o país não vai continuar na mesma depois das eleições é votar nas forças á esquerda do PS. Porque é esse o medo do sistema e todos sabemos que o sistema só gosta do que não presta para Portugal.
Recomendo vivamente á TVI que repita isto todas as semanas até ás eleições.
Etiquetas: Daniel Arruda
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Aqueles 21% das Europeias não conseguem ser digeridos, pelo Bloco Central e seus apoiantes. O mal é que a direcção do PCP, parece mais precupada em fazer campanha contra o BE, do que tentar pontes , que conduzam á construção de uma alternativa de esquerda.
O artigo do João Teixeira Lopes foi atacado, muito mais pela forma do que pelo fundo , há grandes diferenças entre o PCP e o BE, mas na Assembleia da Republica muitas das propostas, quer do BE quer do PCP, foram votadas em conjunto pelos dois partidos.
O Rosas já avançou claramente com a ideia , de que terá que haver uma convergência á esquerda, que tem forçasamente que incluir o PCP, resposta , NADA.
È por isso que a possivel alternativa de esquerda ainda tem um longo caminho a percorrer....
Concordo contigo mas pela minha parte hei-de trilhar este caminho de bater na tecla da convergencia das duas forças de esquerda. Por muito que eu também saiba que isso só será possível se o PCP mudar a postura que tem norteado a sua posição pública. Mas a sério que acredito qu o PCP vai compreender que só com essa convergencia é que se pode ter um governo de esquerda em Portugal nos tempos mais próximos. Ou isso continuamos a levar com governos PS ou PSD.
eles têm medo. muito medo. 21% sempre é obra!
Mas há coisas para rir, o Expresso publica uma pseudo analise, sobre as semelhanças e as diferenças entre o Bloco e o PCP, para alem da falta de rigor do artigo, e da incapacidade de mostrar, o que realmente separa os dois partidos, e aquilo em que ambos estão de acordo, o cómico são os comentários, há um que justifica as grandes diferenças entre o PCP e e o Bloco, porque o PCP enche o Pavilhão Atlantico , coisa que diz este comentador, o BE nunca o conseguirá fazer.....
Olha se o Tony Carreira cria um partido, ele que consegue encher o Pavilhão Atlantico em dias seguidos...
Realmente assim nem vale pena discutir ....
António Galamba, esse é de facto o ponto e a verdade é que o sistema não está a saber lidar com isso.
Anónimo, amanhã vai saír um artigo meu na imprensa regional que também publicarei aqui que fala um pouco disso. Há quem não saiba ou queira saber a diferença entre proposta e propaganda. A quatão do atlantico é também isso. Ninguém refere o que Jerónimo disse nesse dia e se disse alguams alarvidades. Apenas que se encheu o pavilhão.
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