Precisam-se mais funcionários públicos
Os dados relativos ao emprego na Administração Pública, 737774 trabalhadores, trazem dados interessantes:
- O nº de entradas na AP mantém-se estável desde 1970 e o peso do emprego público e a antiguidade dos funcionários contrariam a tese do crescimento descontrolado da AP. Confirma o DN.
- 29% dos funcionários têm licenciatura, o dobro do sector privado. Ou seja, há qualificação na AP.
- 117 mil são precários, sendo 48,1 mil a prazo, 41,4 mil tarefeiros e 4,9 mil avençados. Ou seja, o Estado, sob a responsabilidade maioritária do PS e do PSD, é responsável pela instabilidade de 25% das pessoas que trabalham na AP.
- Embora ganhem, em média, mais do que no privado o principal escalão de remunerações está entre 501 e 750 €. Ou seja, não ganham assim tanto.
O monstro revisitado, no dizer de António Peres Metelo, é na verdade um Estado insuficiente e precário.
Os conservadores – e aqui se incluem os governantes PS – argumentam com o custo de 14,5% dos funcionários no PIB. Ora, em vez de defenderem o aumento do PIB defendem a redução dos funcionários. Quer dizer, menos auxiliares de educação nas escolas, menos gente e filas ainda mais longas nas conservatórias e nos departamentos públicos, menos médicos, enfermeiros e auxiliares nos hospitais - depois querem privatizar os hospitais por incapacidade destes e impor novos impostos como Correia de Campos…
A esquerda reconhece que os trabalhadores e a estrutura do Estado se devem adaptar às novas realidades mas, ao invés da direita, a esquerda tem que exigir mais Estado social, mais lares e centros de dia públicos, mais infantários públicos, mais serviços públicos de apoio ao ambiente, mais serviços públicos no interior do país e onde façam falta… essa é a luta pelo Estado social.
O PS mais à direita de toda a Europa vendeu-se por completo.
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O número 4 também diz outra coisa: se o principal escalão de remunerações é baixo, mas a média é alta, há um pequeno número que se abotoa com quase tudo. Ou seja, há uns poucos de administradores de empresas públicas e directores de serviços - cargos de confiança política e onde geralmente vão parar os ex-ministros e amigos, que ganham principescamente!
Claro que há excepções de alguns ministros, mas não tem havido excepções em nenhum governo.
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