Consumismo
Ontem foi notícia nos telejornais. O crédito ao consumo nunca esteve tão mal parado como agora , dadas as centenas ou milhares de casos de pessoas que não o conseguem pagar.
Hoje, ao abrir o DN, deparo-me com esta notícia. "Portugueses gastaram quase mil euros por segundo no Natal" e pergunto-me: O que estará mal na sociedade em que vivemos? Uma sociedade onde se consome mais do que o que se tem para mostrar aos outros que somos o que não somos ou melhor, que gostariamos de ser. Onde o meu telemóvel tem que ser melhor que o do vizinho, mesmo que não saibamos o que fazer dele. Onde é preciso ter um I-pod para se ser aceite na escola nalguns grupos de amigos. Onde a popularidade se mede pelo número de coisas "fixes" que se tem.
Confesso que me assusto. Não pelo facto de caminharmos para o abismo, mas pelo facto de não encontrar nesta sociedade quem queira remar contra a maré.
Etiquetas: Daniel Arruda
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É definitivamente a sociedade do ter, Daniel. O Ser passou à história. E, tontos e alegres, vamos assobiando para o lado.
Sociedade do Ter como a Isabel escreveu,... e de preferência ter mais que o vizinho, mais e melhor! Como tenho um trabalho precário fiquei-me pelo que tenho a certeza que não me vai faltar, face às despesas certas...
Foi pouco..., mas de boa vontade...
É todo um modo de pensar que tem de ser «reciclado». E eu sou das que aprecia o Natal e as prendas, mas é mesmo pelo significado, e as que dou são pequeninas mesmo!
Uma amiga blogger, a Teacher, escreveu ainda antes do natal que tinha prevenido todos que este ano não aceitava presentes comprados. Devia começar a fazer-se uma campanha nesse sentido... Não aos presentes comprados!
Mas o complicado é a força das campanhas tipo «leve agora e pague depois». Uma autêntica lavagem ao cérebro!!!!!!! Porque o «pague depois» é como se estuvesse em letras mesmo pequenininhas.
~Eu corrigiria a Isabel: em ver de sociedade do ter é cada vez mais uma sociedade do imaginar que se tem, pois cada vez as pessoas não conseguem ter de facto, alguma coisa~. Primeiro não se têm a si próprias pois há muito tempo que se "alugaram" a quem melhor lhes paga e por isso não dispõem de si. Aqueles que não se conseguiram "alugar" colocam-se desesperadamente "à venda" de modo que a coisa não parece ter saída saudável.
Como perspectiva de ano novo não se vislumbra nada de bom.
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