A tolerância de ponto
O Governo de Sócrates começou por meter trabalhadores contra trabalhadores. Preparando um ataque aos direitos, a que teimou em convencer-nos tratar-se de previlégios. O aumento dos descontos para a ADSE, a aprovação do quadro de supranumerários, a que pomposamente chamou “situação de mobilidade especial”, a tentativa de isolamento, primeiro, e de balização por baixo, a seguir, têm sido as políticas deste Governo para com os funcionários públicos.
Depois, há uma semana, hipocritamente deu-lhes tolerância de ponto, para ontem, dia a seguir ao Natal. Vá, tomem lá um rebuçado e vejam lá se se calam. Para poderem estar com a família. Nos outros dias todos do ano, quando se cria um clima de suspeição em relação aos funcionários públicos. Quando se tenta acabar-se-lhes com direitos. Quando se preparam despedimentos e “mobilidades”, os funcionários públicos não têm família. O Governo preocupa-se com a família dos funcionários públicos, uma vez no ano.
E, por melhor que saiba aos funcionários públicos, um dia a mais com as sua familias, creio que os Sindicatos deveriam ousar criticar estas medidas demagógicas e hipócritas. Ficava-lhes bem e dava-lhes ainda mais credibilidade para discutir as outras. E depois, cinicamente, o Governo acaba por conseguir mais uma vez isolar os funcionários públicos. Ontem, quando os trabalhadores das empresas privadas tomavam o transporte para os locais de trabalho, por algum momento se devem ter lembrado dos “previligiados”. Que até podem ficar em casa no dia a seguir ao Natal. Basta ter estado a trabalhar para saber isso. E ouvir o que se vai dizendo...Uma coisa há que reconhecer: este Governo tem o curso completo da manipulação.
Depois, há uma semana, hipocritamente deu-lhes tolerância de ponto, para ontem, dia a seguir ao Natal. Vá, tomem lá um rebuçado e vejam lá se se calam. Para poderem estar com a família. Nos outros dias todos do ano, quando se cria um clima de suspeição em relação aos funcionários públicos. Quando se tenta acabar-se-lhes com direitos. Quando se preparam despedimentos e “mobilidades”, os funcionários públicos não têm família. O Governo preocupa-se com a família dos funcionários públicos, uma vez no ano.
E, por melhor que saiba aos funcionários públicos, um dia a mais com as sua familias, creio que os Sindicatos deveriam ousar criticar estas medidas demagógicas e hipócritas. Ficava-lhes bem e dava-lhes ainda mais credibilidade para discutir as outras. E depois, cinicamente, o Governo acaba por conseguir mais uma vez isolar os funcionários públicos. Ontem, quando os trabalhadores das empresas privadas tomavam o transporte para os locais de trabalho, por algum momento se devem ter lembrado dos “previligiados”. Que até podem ficar em casa no dia a seguir ao Natal. Basta ter estado a trabalhar para saber isso. E ouvir o que se vai dizendo...Uma coisa há que reconhecer: este Governo tem o curso completo da manipulação.
Etiquetas: Isabel Faria
Publicado por Isabel Faria às 12:49 da tarde
17 Comentários
17Comenta Este Post
Devo dizer que discordo das tolerancias de ponto. Acho-as uma fantochada ou como diz a Isabel um rebuçado que se dá para calar algumas vozes.
O país nada lucra com isso, os trabalhadores também não.
Mas que o Sócrates a sabe toda disso não há dúvidas.
Não vejo qual o problema. É um dia que aumenta ou diminui a produtividade? Nos anos onde o feriado (Natal ou Primeiro do Ano) cai num dimingo a nossa produção aumenta muito??? Só podem estar a brincar.
E de resto, como puderam ver, ontem também o comércio esteve fechado. Eu fui à Baixa para comprar uma coisitas e voltei para trás. Vão agora embirrar com os comerciantes? O certo é que casa onde não já pão todos ralham e ninguém tem razão.
Por acaso não ouvi críticas, mas faz-me impressão que as houvesse. A Câmara do Porto vai mostrar muito mais trabalho do que as outras do resto do país...? E, de facto, quem tem a família na província e quer estar junto dela, seria completamente impossível ter o jantar de Natal em família.
Aliás, essa tolerância pelo menos na manhã seguinte ao Natal existe em muitos países que temos a veleidade de querer seguir como modelo.
Èmiéle, não entendesteo meu post. Eu não vejo problema na tolerãncia de ponto. Vejo é problema na demagogia que é, retirar direitos sob a desculpa que são previlégios, despedir sob a capa que se reorganizam serviços, sem que nenhum levantamento s´rio tenha sido feito sobre o pessoal desses serviços: E depois dar-se um rebuçado, sob o pretexto que o Governo se preocupa com a familia. E no resto dos dias do ano, alguma vez se preocupou?
Quanto aos feriados calharem num Sábado ou Domingo. Sempre achei que se deveria dar o dia útil a seguir. Mas a toda a gente. Como acontece em França, por exemplo.Sempre que o Feriado é num fim-de-semana, não se trabalha no dia útil a seguir.
Não sou em principio contra as tolerâncias de ponto. Sou em principio contra a hipocrisia. Que neste caso existiu.
Que confusão de mal entendidos. É que eu estava a responder ao Daniel e não ao teu post! :D
Evidente que é um rebuçado. E que não lhes custa nada. Quando houve dúvida, ainda a semana passada, eu 'adivinhei' logo que ia haver - para já porque há sempre e seria um grande barulho não haver (lembram-se do Cavaco e do Carnaval...?) e por outro porque não custa nada. Ainda se poupa em energia e nessas coisas. Só que não sei se sendo o rebuçado tão pequenino, tão pequenino, em relação a tudo o que está a desaparecer, se essa jogada tem algum efeito.
Que de resto esse 'feriado' fosse para toda a gente também não tenho a menor dúvida que o devia ser. A verdade é que se não comprei o que queria ontem não me fez uma mossa por aí além...
O país está anestesiado durante esta semana. É mais racional fechar do que estar aberto para nada produzir.
Não vejo que senido terá festejar o 1.º de Maio no dia 3, ou o 25 de Abril a 26...
Sócrates vai conseguindo isso porque somos um país de invejosos e mesquinhos. Até não à muito aqui era possível ler ataques cerrados a outros partidos de esquerda... Há quem se divirta com isso, e Sócrates vai seguindo à vontade.
Enfim, cantanto e rindo...
Explicito, entendeste mal o que eu disse ou eu não fui clara. Também não vejo nenhuma lógica em comemorar o 25 de Abril a 26. Quando ha anos estive em França, lembro-me de o 14 de Julho ter calhado num Domingo...no Domingo omemorou-se o 14 de Julho...na Segunda Feira, nao se trabalhou (funcionários públicos e privados) porque o feriado tinha sido a um Domingo Confesso que não sei se ainda é assim. Mas era disto que falava.
Quanto aos nossos ataques a outros Partidos de Esquerda, presumo que falas no PCP, já que pelo teu comentário nao me parece que fales no PS...basta procurares com um pouco de tempo o número de vezes que criticámos o PCP no Troll e que criticámos o Governo de Sócrates, para reparares que não é por aí...de qualquer forma, por mim, cada vez que o PCP se comportar como um Partido conservador, retrógrado, sectário,dogmático, autista terá aqui ou lá fora a minha oposição. Se até o meu Partido tem,se até no meu Partido não calo divergências nem silencio diferenças, porque não haveria de o fazer em relação a Partidos em que não milito? Não me parece que venha mal ao Mundo de haver divergências...afinal a gente fez o 25 de Abril para poder não falar a uma só voz, não foi?
emiéle, não se trata de produtividade. O meu problema com as tolerancias de ponto são várias, mas poderiamos começar por esta. Um funcionário público não católico pode trocar esta tolerancia de ponto por outra numa data em que ele queira estar com a família? Quanto ao comercio no Almada Fórum havia lojas abertas no dia 25. Será justo?Não seria mais óbvio fazer cumprir o feriado do 1º de Maio em que a maioria da população tem de ir trabalhar?
MAs como há rebuçados ninguém fala do que deve. Com medo de perder a benesse.
À pessoa que assina Daniel Arruda, para difamar o Daniel Arruda...continuarei a apagar os comentários, assim que os vir. Quando me cansar, volto a fazer a previsualização dos comentários...é dificil ser mais teimoso que eu. Sobretudo quando a teimosia do outro lado se confunde com imbecilidade.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Que se saiba, o PS deixou de ser de esquerda faz tempo. Basta ouvir as prelecções dos seus governantes no púlpito parlamentar na forma soez como se referem aos partidos de Esquerda, com a mesma argumentária do PP.
E aqui é esse tipo de argumentária que é utilizado contra o PCP. Faz-me confusão, reconheço. Mas tal deverá ter como base a disputa pela mesma eleitoral. Isso não poderá ser feito com ideias, elevação? Se o PCP está moribundo, porquê tamanha agressividade, e tanta ternura com a governação?
Sobre a sua democraticidade interna, cabe aos militantes comunistas determinarem como deverá o seu partido funcionar. Eu tenho uma opinião - não concordo - mas como cada um é livre de se filiar onde entender, sujeitar-se-à às suas regras.
Sinto estranheza por não teres ido mais longe. No BE, que se saiba, o Louçã foi líder sem sequer ter sido sujeito a uma votação. Coerente?
Neste momento, custe a quem custar, o PCP é único que faz oposição. O BE eclipsou-se, e cai no erro das mesmas "causas" de sempre: aborto, droga e adopção por casais homossexuais. É tudo importante, mas cansa ao não surgir uma ideia nova. E antes de tudo isso, as pessoas querem ver os seus problemas resolvidos. Querem comer, ter uma casa, roupa e um emprego que as possa dignificar. E o BE parece não ir muito mais além das causas "fracturantes"...
Carvalho da Silva é caricaturado por estas bandas. O modelo é o Proença?! Um Proença que assina tudo desde que lhe resolvam os problemas pessoais (recordar o que se passou com o Bagão)?
Leio mais dedicação no combate ao PCP, usando a mesma argumentária do PP, que no desmontar das ilusões socratinas. E assim, Sócrates ri à gargalhada...
Explícito, vamos por partes.
Nunca disse que o PCP estava moribundo. A sua forma autista e sectária de estar na vida politica, creio que está, sim. E como te disse, direi sempre isso, quando vier ao caso. Volto a pedir-te que contes o posts que fizemos sobre o PC e sobre o Governo de Sócrates. Verás que estás errado.
Em relação ao Bloco então nem se fala...vê quantas vezes a Direcção do BE fala no PCP (já agora experimenta fazer o exercício contrário e terás surpresas de quem "bate" em quem).
Sobre a sua democraticidade interna, claro que cabe aos seus militantes discuti~la. Mas porque é que não hei-de ter uma opinião? E manifestá-la?
Sobre a tua posição sobre a oposição, claro que não concordo com ela. E mais uma vez te convido a tentar saber quais as iniciativas parlamentares do Bloco, por exemplo. A não ser que a Lei das Finanças Locais, o Orçamento, os contratos a prazo, as OPAS, a Saúde, as listas de espera nos hospitais, a Reforma da Segurança Social,o trabalho precário... sejam causas fracturantes , só podes estar a falar por apenas te basearaes naquilo que a CS acha conveniente vender...mas não acredito que sejas tão ingénuo. Por isso, e porque também não penso que o faças por má fé, só pode ser por distração.
Não sei quando viste o Carvalho da Silva "caricturado" no Troll. Viste-lhe criticas, caricaturas não. A CGTP , o estado do sindicalismo, as Direcções Sindicais também tâm sido criticadas, Mas porque não o haveriamos de fazer? Infelizmente o estado actual do Movimento Sindical, as constantes dessindicalizações, a dificuldade em atrair jovens trabalhadores, a desmobilização, acabam por confirmar esse estado. Não é preciso o Troll.
Quanto ao Proença, damos-lhe tanta importância que raramente o trazemos à baila. A não ser para denunciar aqueles acordos sociais que a UGT faz, com o Governo e o Patronato...mas quem é Proença no movimento dos trabalhadores? que papel poderá ter na defesa dos seus interesses? Vale a pena citá-lo? Ele existe, enquanto alternativa à politica do Governo e aos interesses do patronato?
Só uma informação: Francisco Louçã, foi eleito Coordenador do Bloco de Esquerda na última Convenção, realizada há quase dois anos.
À pessoa que continua a assinar Daniel Arruda: eu continuarei a apagar os comentários sempre que souber que alguém está a usurpar à identidade de alguém.
Só um último comentário.
Explícito, és tão triste
Isabel, Obrigado. Felizmente conheces a minha forma de escrever.
Cara Isabel,
Mas o que concretamente apresentou o BE sobre a Lei das Finanças Locais, o Orçamento, os contratos a prazo, as OPAS, a Saúde, as listas de espera nos hospitais, a Reforma da Segurança Social,o trabalho precário?! Só e notabiliza pelas chamadas "causas fracturantes".
Eu não disse que Louçã não tinha sido eleito. É verdade que foi eleito há 2 anos, mas há quantos anos existe o BE?
Outra dúvida: esse Arruda é verdadeiro, o comentário que se dirige à minha pessoa?
Obrigado.
Explicito, como deves calcular o Troll não é o lugar de apresentar a actividade parlamentar (ou qualquer outra) do Bloco. Nem sequer somos um orgão oficial ou oficioso ou Bloco. Neste momento, o Troll é feito por dois militantes do Bloco, com ideias diferentes em algumas coisas, coincidentes em muitas outras, que usam o Blog para falar de tudo o que lhes vem à cabeça...Do Bloco incluído.
Se queres mesmo espreitar algum do trabalho parlamentar do Bloco, vai ao:
http://beparlamento.esquerda.net/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1&limit=5&limitstart=0
(desculpa não faço ideia de como se faz um link num comentário...).
Ou vai espreitando o Esquerda. net que temos linkado aqui ao lado.
Antes da última Comvenção do BE, Louçã era membro da Comissão Politica do Bloco, eleito para tal, em anterior Convenção. Na última Convenção do Bloco, Louçã foi eleito Coordenador do Bloco de Esquerda.
Não entendo quando dizes que não foi eleito. Não foi eleito para quê?
È o meu colega Daniel, sim. Mas, como calculas, até daqui a 4 dias, quando ele voltar de férias não vale a pena questionares-me sobre as suas palavras. Somos amigos. E partilhamos o mesmo Blog. Nenhum de nós tem procuração do outro.
Cara Isabel,
Em primeiro lugar, desejos de um 2007 diferente, que permita sonhar com amanhãs melhores.
O que eu quis dizer é que o Bloco desapareceu. Pode ter tudo publicado no seu sítio, mas as pessoas não sentem existir uma alternativa. Eu sei que existe, mas a mensagem não passa. O BE eclipsou-se. Infelizmente. Quando aparece, é sempre sobres os mesmsos temas. Há que ter um rasgo, e apreentar propostas para àreas que interessam de imediato às pessoas. Louçã é brilhante, mas é necessário mais que isso, e mais gente que apenas Louçã. Saudades da Ana Drago.
Um exemplo: http://wehavekaosinthegarden.blogspot.com/2007/01/desiluso-de-2006-esperana-para-2007.html#links
«Não entendo quando dizes que não foi eleito. Não foi eleito para quê?»
Liderou o BE durante vários anos sem ser eleito. Foi somente isso a que me referi.
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Sobre o sr. Arruda, já uma vez me lançou acusações, e quando exigi que concretizasse ficou no seu silêncio. Agora, ao que parece dedicasse ao insulto. Não tenho como responder. Dá pena ler isso de alguém que deveria representar uma comunidade. Coitada dessa gente.
Obrigado por Blog intiresny
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