Casos de Estudo

Está definitivamente concretizado e assumido. Luís Delgado é um visionário. Um autêntico ser único. Aquele que vê muito mais além que qualquer outra pessoa em Portugal. Ontem na SIC e hoje no DN ele vem defender o que mais ninguém, repare-se ninguém se lembrou de defender na noite eleitoral. O referendo não é vinculativo pelo que o Governo não pode mexer na Lei. Repare-se no promenor. O governo poderia ter legislado sem consulta popular, como alguns até defendiam. Não o fez, bem na minha opinião, resolvendo pedir a opinião dos portugueses. Os portugueses que quiseram deram-na. Agora e apesar de o referendo não ser juridicamente vinculativo, embora continue a achar que tecnicamente é, poderá legislar. Mas Luís Delgado acha que não. Acha aliás o que os Movimentos do Não reunidos em Lisboa não acharam e o que nem Ribeiro e Castro foi capaz de dizer e duvido que o pense. Que os partidários do Não lutem para que a nova legislação também contemple os seus pontos de vista acho bem, é um direito democrático ma que se ponha em causa uma vitória eleitoral só porque não se concorda com ela parece-me no mínimo despropositado.

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João Cesar das Neves (JCN) terá que ser alvo de um estudo. Como abjecto, desculpem, objecto que é só poderá ser um objecto de estudo. Porque temos vários JCN. Este que hoje escreve no DN não pode ser o mesmo que esteve na campanha do Não, que por sinal não é o mesmo de antes da campanha. Senão vejamos. Antes da campanha JCN defendia que tudo deveria ficar como estava. Durante a campanha JCN defendeu que tudo estava mal e que até a lei de 1984 era errada e que uma mulher violada deveria levar a sua gravidez até ao fim, depois da campanha JCN ridiculariza quem foi votar e quem particpou nesta campanha. Quem escreve isto não pode ser certamente o mesmo JCN que participou em debates na Rádio, na Blogosfera e nas televisões activamente pelo Não. JCN parece neste artigo um menino birrento a quem disseram que não. A quem não fizeram a vontade e que por isso se acha no direito de ridicularizar e de gozar com aqueles que lhe "cortaram as vazas". O Povo. Afinal ele que na sua infinita superioridade, que discursa nos palanques, dá palestras em Universidades, é fazedor de opinião nas rádios e jornais foi derrotado por essa corja, de quem o seu mentor Salazar, disse um dia não estarem preparados para tomar decisões. Se dúvidas havia JCN deixou clara a sua posição. Concorda com Salazar. Esses gajos que se acham importantes por discutirem nas mesas de café pensando que com o voto podem alterar qualquer coisa são afinal um empecilho á sua vontade.