Uma vitória dos defensores da Vida, digna, com respeito
Porque SIM. Foi uma vitória sem margem para dúvidas. Foi um resultado expressivo num referendo tecnicamente vinculativo. Quase 20 pontos percentuais de diferença e uma abstenção 13 pontos mais baixa que o referendo anterior. Foi uma vitória clara da seriedade sobre a demagogia. Foi uma vitória de quem foi coerente. Confesso que me deu gozo ouvir hoje os defensores do Não discutirem qual deveria ser a regulamentação da nova lei. Os mesmos que na Sexta Feira gritavam que queriam ver as mulheres na cadeia, hoje já dizem que a nova lei deve ser equilibrada. Mas não foi isso que Sim defendeu durante estes anos todos? Quem nunca quis uma lei equilibrada e justa foram os representantes do Não. Hoje já a querem. Será? Ou será que querem no Parlamento aquilo que perderam nas urnas? Se não for isso só posso deduzir que durante toda a campanha mentiram e aldrabaram. Mas este referendo provo,u se dúvidas houvesse, que Portugal é um Estado Laico. Que a Igreja não manda nem deve mandar nas consciências de cada um. Portugal tem hoje menos 3 milhões de católicos. Foram todos aqueles que vão ser excumungados por terem votado Sim. Este referendo provou que a sociedade civil em Portugal está viva e que se pode mobilizar quando necessário, mas provou também que a Igreja não pode nem deve ter vocação política. Há dois campos vencedores nesta contenda. O Não e o Sim. Porque com todas as quezilias próprias de uma campanha provaram que a sociedade está viva, mas há uma grande derrotada. A ICAR, que apostou na campanha do medo, do dogma, da anti cultura e perdeu. Perdeu porque nem os seus fieis consegui mobilizar e perdeu porque o povo, clara e inequivocamente, lhe disse que esse não era o caminho. O resultado do referendo é claro numa coisa. Os portugueses entenderam a pergunta que lhes era colocada e que era a de, independentemente de concordarem ou não com o Aborto, achavam que as mulheres deveriam ou não ser criminalizadas. Era só isso que estava em questão. Não era a prática do acto ou a liberalização ou coisa que o valha. Era a descriminalização da mulher. Por isso, por terem entendido a pergunta, as mulheres hoje são mais livres.
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Houve um cartaz desta noite de referendo que dizia. "Bem vindos ao sec. XXI". Eu sinto-me bem neste novo século, e melhor me sinto quando vejo que o país deu um passo de gigante para sermos referência neste novo século. Hoje não foram só as mulheres portuguesas que tiveram uma vitória, fomos todos nós, defensores da Vida, digna, com respeito.
Etiquetas: Daniel Arruda
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OBRIGADO PORTUGAL! Eu tambem votei sim, pelo simples facto de que mais vale um aborto hoje que um lampião amanhã! Os tesos são todos do clube da estrada de benfica!
Obrigado Reinaldo, esse motivo é tão válido como qualquer outro. Parabéns para ti.
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