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domingo, março 04, 2007

Labirinto de um Fauno

Que dizer de uma obra onde simultaneamente está presente o mundo fantástico e maravilhos dos contos e mitos, e a crueza e o horror do regime fascista em Espanha (em Portugal) que muitos teimam em ignorar? Não será a nossa própria existência uma prova dessa mesma simultaneadade? Não será a nossa própria ignorância das coisas da existência, responsável pela sujeição a certas ditas fatalidades da vida?
Só que enquanto adultos nós não somos inocentes como a criança protagonista deste filme. Para mal dos nossos pecados somos demasiado coniventes com as coisas erradas que existem e, por isso mesmo, aceitamos pagar o preço da subserviência, do silêncio e, por vezes, da própria denúncia e desistência.
Todos temos a memória da visão e constatação das coisas da vida, certas e tantas vezes (a maior parte até) erradas.
Uma coisa é certa: somos responsáveis pelo estado a que isto chegou. Somos responsáveis pela manutenção do nosso estado de ignorância pois a maior parte das vezes simplesmente não queremos saber.
Vejam “O Labitinto de um Fauno”. No cimema e em ecran bem grande. Deixem-se impressionar pelas imagens e pelos sons de situações que, agradáveis ou desagradáveis, todos possuímos individualmente ou no inconsciente colectivo.
“O Labirinto de um Fauno” não é entertenimento. É, sobretudo, Arte. Ofélia é a alma humana. A nossa. Expulsemos o bafio pestífero das nossas vivências ordinárias. Somos seres viventes. Deixemo-nos impressionar.

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