Não há paciência
O Diário de Notícias já nos habituou infelizmente ao mau jornalismo e se havia algo que ainda me fazia ler este pasquim eram os artigos de opinião. Agora até nisso o DN está cada vez mais parecido com o Correio da Manhã. Aliás para serem iguais só falta mesmo as páginas de anuncios dos convívios.
A minha réstia de paciencia foi-se com dois artigos. Um do João Miguel Tavares e outro da inanarrável Zézinha. Quanto ao 1º nem me choca o acto de ele achar que se tem falado demasiado de rugby. Está no seu direito de achar ou não achar. O que me espanta é que passados tantos anos se volte a falar na estratificação social do desporto. Pelos vistos para ele o prótotipo do jogador de rugby reside em Cascais, mora num palacete de 9 assoalhadas, tem mulher a dias permanente que até pode ser uma imigrante explorada e que nada faz na vida. Só por aí já me apetece regugitar (para usar palavras do próprio escriba). Mas pior. Demonstra que não sabe do que fala quando descreve os objectivos da selecção. O objectivo de perder por menos de 50 com a Itália e Escóciapassou a 30 ignorando e depois gozando com o facto de se fazer ensaios e lutar-se até aos 72 minutos de jogo com a Itália pela vitória no jogo. Esqueceu-se de tanta coisa que seria fastidioso referi-las aqui. Compreendio até que ele perceba pouco de rugby mas aí o melhor que tinha a fazer era ficar calado. Porque para dizer baboseiras....
O que vale é que a resposta no aeroporto ontem foi cabal, e só não foi maior porque ás 16.30 havia muita gente a trabalhar, grupo no qual me incluo, e não puderam estar presentes para dizer "Obrigado Lobos".
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Sobre a Zézinha o que é que se pode dizer. Depois de chinesices e das suas múltiplas leituras que a levam a lugares onde nunca imaginou (calculo que a palavra orgasmo não entre nas suas orações porque senão tudo seria diferente. Mal sabe ela onde poderia ir. Mas o que esperar de uma mulher como ela. O sexo não é para ter prazer, só serve para reproduzir), agora resolve fazer um revisionismo histórico digno de qualquer realizador de Hollywood. O PCP era "uma seita marxista ortodoxa, liderada por um leninista tipo Outubro", o PS era "um partido social-democrata, embora tivesse o Sr. Manuel Serra e a sua comandita, com veleidades revolucionárias" e o PSD "não tinha, nem parece alguma vez ter querido ter, um pensamento político definido pelos seus dirigentes". Quanto ao BE que soubemos hoje não é de regime (ainda bem digo eu) é "um fenómeno de marketing político correcto, muito empurrado por simpatias mediáticas".
Então o que andou ela tantos anos a fazer nos partidos? A chular o orçamento? A enganar as pessoas? Ela que até nem acredita na democracia e que acha que Salazar foi um grande homem. A Zézinha só é alguém porque todo o país que se preze precisa de um "biblot" e quem melhor que ela para desempenhar esse papel. O problema é quando o ornamento resolve morder no dono e pensar que é capaz de pensar como se nós não soubessemos que afinal ela afinal sabe que não sabe do que os outros e ela própria sabem.
Cada vez há menos paciência para os devaneios da moçoila e por isso deixava aqui um pedido. Não lhe arranjam um qualquer cargo na Funta de Freguesia de Sta Comba? Seria o sítio ideal para ele poder dar largas á imaginação.
Etiquetas: Daniel Arruda
8Comenta Este Post
Ó Daniel: o senhor pode ter alguma razão, mas tenha lá calma, porque o Diário de Notícias ainda é um jornal mais ou menos.
O que o senhor apenas acha estranho é que todos os colaboradores não sejam esquerdistas, como na Visão, ou no Público e nos outros jornais.
Aproveito para falar de alguém que muito admirava: o Sr. Dr. Magalhães Mota, que foi hoje a enterrar.
Conheci-o em 1974, em plena euforia do glorioso Abril, quando dois elementos da chamada "ala liberal" marcelista, Sá Carneiro e Pinto Balsemão, o foram buscar para fundarem o PPD - o partido mais português do nosso espectro.
Trabalhador, empenhado, homem de convicções e profundamente democrata, é um exemplo para todos os que querem dedicar-se à vida pública.
Tive pena que fossem poucos os que o acompanharam à sua última morada.
Enfim...um Homem - a nossa pátria está mais pobre.
Digo eu...
Saloio
daniel o que é um marketing politico correcto, expelicar-me-á a Zezinha??? E um marketing politico incorrecto??
È muito profundo para mim...
OH Saloio, você hoje anda com sentido de humor...o José Manuel Fernandes esquerdista???????
Bem o Sócrates também não é assim um bocado esquerdista, não??? Só para ter uma ideia o que é para si esuqerdista?
Ah e concordo com a homenagem a Magalhães Mota, salvo os exageros de quantificar o "portuguesismo" dos Partidos...porque não sei o que é "o mais português" nem faço ideia se isso se mede em kilos ou em metros...e ainda por cima me lembra aquele concurso da RTP de má memória...que meteu o Figo, o D.Afonso Henriques, a Amália e mais uns tantos e acabou por decidir entre o Álvaro Cunhal e o Salazar...
Saloio, Confesso que não gosto de jornais mais ou menos. para mim há jornais bons e maus. E o DN passou para a categoria dos maus. Já agora quais é que são os colunistas de esquerda do público? E os de direita? Conte-os.
Sobre o Magalhaes Mota. Cada um fala das pessoas que admira. Eu não nutro especial simpatia por quem tenha colaborado com o antigo regime, fossem eles reformistas ou não. Também não me lembro de nenhum serviço relevante prestado ao país enquanto ministro e secretário de estado. Assim sendo tenho pena que um ser vivo tenha morrido. Nada mais que isso.
Estimada Isabel, quanto ao "porteguesismo" dos nossos partidos, deixe-me explicar-lhe o que quis dizer, sem recurso a torias científicas e apenas resultates da minha modesta observação - sempre sem ofensa:
1) o PS foi feito na Alemanha em 1972, sob influência do PSD de Willi Brant, e nos anos 70 viveu sob a asa do "mon ami" Miterrand e com o dinheiroda suécia;
2) o PCP foi sempre um satélite da Rússia, donde recebeu apoios de vária ordem que eu, por elegância, me dispenso de referir;
3) o CDS foi feito por Freitas do Amaral, por incumbência de Frank Carlucci e com o dinheiro sujo da CIA;
4) o Bloco é composto por uma amálgama pitoresca de intelectuais de café, arregimentados em grupelhos aguerridos de radicais pequeno-burgueses aliados transitoriamente ao proletariado, cuja origem se prende com o ideal burguês mal digerido de sonhos sul-americanos subdesenvolvidos.
Resta o PPD/PSD: sem o dinheiro de governos ou entidades estrangeiras, e muito menos sob a égide de alguma figura tutelar de influência, este partido desde sempre foi feito por e para autócones - talvés por isso alguma mediocridade que por agora ali campeia.
Aqui tem a justificação da minha afirmação que, modestamente, mantenho.
Quanto ao estimado Daniel e sobre o Dr. Magalhães Mota: penso que o seu texto advém de ser muito novinho.
Caso tivesse presenciado os anos da Revolução, então certamente teria uma opinião mais respeitosa por mais conhecedora.
Apesar de vir da era Marcelo (tal como eu e os seus pais), MM não era nenhum torcionário e adriu ao espírito de Abril com todo o empenho e dedicação. Ajudou, de forma activa, a construir a nossa democracia, quer no PPD, quer na ASDI, quer no PRD - não sei se, para si, estes partidos são do seu agrado, mas em democracia todos contam mesmo quando não se gosta.
Quanto ao senhor não lhe reconhecer nenhum "serviço" relevante, deixe-me dizer-lhe que não são só aqueles que fazem coisas em betão que são importantes.
A Democracia não pode estar reconhecida apenas áqueles que constoem coisas visíveis (como pontes, chafarizes, estradas, edifícios,...). Por cada um desses que tem "serviços" que o senhor vê e aprecia, existem centenas que trabalharam e deram muito mais à liberdade e à justiça, como o Dr. Magalhães Mota - só que são tão mediaticos, e perferem manterem-se anónimos.
Anónimo não é sinal de não ter valor.
Quanto a jornais bons e maus: penso que o Daniel não está a ver a coisa bem, está-se a esquecer do subjectivismo de quem lê e opina.
Penso que a divisão mais correcta é: jornais de que gostamos e jornais de que não gostamos.
Sem ofensa, penso que o senhor ainda não tem a grandeza intelectual do velho que, apesar de o odiar profundamente, dizia a todos que Aquilino de Ribeiro era um génio literário.
Por fim, quanto a jornalistas de esquerda no Público, não me faça rir...à excepção do JM Fernades (ex- MRPP)e da Helena Matos (ex-MRPP), quem é que não é?
Digo eu...
Saloio
saloio, não concordo com essa divisão de jornais que gosto ou não gosto em vez de bons ou maus. Um exemplo. Eu não gosto do 24 Horas. Um tabloide. No entanto tenho de lhe reconhecer que dentro do género. Os tabloides, é um bom jornal. Mas este é apenas um exemplo.
Quanto a Magalhães Mota (sim sou de facto novo, tenho 34 anos) teve o azar de morrer velho. Veja Sá Carneiro que é idolatrado apesar de nunca ter feito nada de relevante no país com a excepção de ter tido a visão de expulsar Cavaco Silva do seu governo por incompetencia. Mas como foi assasinado ficou com a aurea. Magalhaes Mota é assim mais ou menos parecido. É um quase orgasmo por assim dizer. Poderia ter lutado contra a ditadura. Ao invés preferiu integrá-la. Poderia ter prestado serviços ao país depois. Preferiu ficar-se pelas encolhas. Enfim o homem morreu e não vale a pena falar mais dele.
Por fim só um reparo á grndez intelectual. Aí tem toda a razão. Sou e quero ser apenas um cidadão comum com opinião. A minha opinião, formada com base no que leio, vejo e sinto. Não tenho pretensão a ser um Daniel Oliveira, um Rui Tavares ou um Pacheco Pereria da blogosfera. Quando me ler espero que tenha isso em conta pois faço textos de cidadão para cidadão e não para catequizar ninguém.
Ó Daniel: não seja exageradamente modesto - olhe que eu, desde que descobri o Troll, leio-o todos os dias, e muitas vezes prefiro-o ao D. Oliveira e ao José PP.
Está bem que eu não conto muito porque não passo dum humilde saloio, mas pode crer que tem na Malveira um admirador.
Continue.
Digo eu...
Saloio
Saloio, então faxavor de não perder o Troll!!!
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