Culpados e inocentes. E coitadinhos.

O Governo diz que foi a Administração.
A Administração diz que não sabe quem foi.
A GNR interveio na Valorsul, onde os trabalhadores se encontram em greve por tempo indeterminado, em luta por melhorias salariais e contra a redução do período de descanso entre dois turnos de 12 para 8 horas que a Administração quer impor.
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Os trabalhadores são muito injustos. Porque é que são precisas 12 horas de descanso entre dois turnos? Oito horas, para largar o trabalho, apanhar transportes para casa, voltar a apanhar transportes de casa...deixam para aí umas cinco ou seis horas para a refeição, para estar com a família e para descansar (os tabalhadores algum dia hão-de aprender que ninguém precisa de dormir entre dois turnos - um soneca de três ou quatro horas é mais do que suficiente, porque os pobres patrões precisam de cortar nas horas extraordinários e, evidentemente, não pensam em recrutar mais mão-de-obra)...porque é que reclamam, afinal? O Governo, esse coitado, é muito respeitador dos direitos dos trabalhadores e da Lei e nunca enviaria a GNR para contrariar uns ou a outra. O Governo não tem nenhum tique de arrogância nem de autoritarismo. O Governo que revogou o Código de Trabalho e se prepara para recusar a Flexisegurança nunca atentaria contra os direitos dos trabalhdores.
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Portanto, nesta história da Valorsul, há, apenas, um culpado - os trabalhadores que meteram na cabeça que precisam de dormir.
Há uns pobrezitos que foram lá sem saberem porquê nem quem os chamou, a GNR.
E há os desgraçados mesmo, os infelizes: a Administração que só quer o bem dos trabalhadores tentando motivá-los para aquela verdade de que a dormir não se aprende nada. E o Governo que não sabe quem solciitou os serviços da GNR.