Fico-me por cá - post informativo
De vez em quando penso na morte. Na minha. Não acontece muitas vezes, porque não gosto de branco, mas acontece.
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Hoje, ao ler um artigo de opinião no DN sobre para onde vamos a seguir a estar aqui, fiquei a pensar se não pensava nisso mais vezes por não gostar de branco ou por gostar muito de amarelo. Também gosto alguma coisa de roxo. Mas isso é mais nas blusas. Não faço ideia. O que eu sei é que seja para onde for que se vá não vai haver lá amarelo. E cá por mim, nunca irei, disso tenho a certeza, para um lugar onde não exista amarelo. E blusas roxas. Por isso não penso nisso. Só quando leio artigos no DN..
No artigo o autor conta que um dia perguntaram a Bloch, pouco antes de morrer, como é que ele reagia ao desafio do outro lado e ele respondeu que estava curioso. Engraçado que curioso é um adjectivo que eu nunca usaria. Vantagem, seguramente, de não ser filósofo. Mesmo ateu. Não faço ideia como é que alguém pode ter curiosidade em conhecer um lugar onde não haja amarelo nem roxo.
Pelo que sei também não há papoilas. Não haver papoilas é razão mais que suficiente para não acreditar que haja.
Descobri agora. Foi por isso que escrevi este post. Para vos informar. Sou ateia porque não acredito minimamente que do outro lado haja papoilas. Um lugar onde não há papoilas não existe.
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Por isso não me importa nada de não ter resposta convincente para o autor do artigo do DN. Nem sequer de não corroborar o adjectivo de Bloch. Lugares sem amarelo, sem roxo e sem papoilas não me interessam para nada.
Fico-me por cá.
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Etiquetas: Isabel Faria
12Comenta Este Post
http://bloguedasartes.blogspot.com/
colabora connosco aqui,pode ser?
na pagina saberas o q fazer
ate ja
Eu não vejo Anselmo Borges como um padre. É um filósofo cristão. Tive a sorte de o ter como professore no secundário. Chamávamos-lhes stor, imagina!
Gostei do texto.
Nós, ocidentais, tememos exageradamente a morte. Uma coisa é não desejar morrer, outra ignorá-la.
Mas eu não sou ateia.
Um abraço.
Para ser muito franca, aquilo era um artigo de opinião, portanto... prontos! Nada a dizer. Cada um tem ou deve ter a opinião que muito bem entenda e se lhe apetece dizê-la e haver quem a publique, tudo bem.
Mas este tipo de pensamentos são curiosamente mais respeitados por aqueles que não acreditam em relação aos que acreditam do que a inversa. O teu post é raro. O normal é encolher-se os ombros e pensar «deixa-o lá, coitadito», e afinal porquê? É interessante que o agnóstico ou ateu tem de facto mais respeito.
Mas quem te disse que do lado de lá não há papoilas? Como podes afirmar isso? Além do mais o acreditar, a fé, são coisas nada seguras, nada certas e baseadas em coisa nenhuma a não ser certo tipo de interesses.
Num dos melhores filmes que vi, recentemente, um personagem ao falar na morte disse: "triste, a morte? é um fenómeno um bocadinho mais intenso que a puberdade, mais nada. Triste é viver uma vida inteira sem nunca acordar! Isso é que é triste"
Eu respeito comletamente as certezas de quem acredita. O que a mim me faz sempre um bocado de confusão é que os tentam convencer os outros dos lugares para onde se vai depois da vida, são os que menos se preocupam com os lugares onde se está enquanto se vive.
Leal, não me convences. Por mais belos e poéticos que sejam esses pensamentos sobre a morte, não me convences. Gosto muito de amarelo. E de papoilas, para pensar na dita com essa poesia toda.
Isabela, não usei o termo Padre no com nenhum sentido depreciativo. Apenas o usei, pois é assim que aparece identificado no cabeçalho do artigo. Padre e Professor de Filosofia (e professor de filosofia tinha mais letras...).
Não o conheço pessoalmente, mas, normamente, leio os textos que escreve com a mesma atenção de ontem.
E a prova que me batem...é que fico a pensar neles o suficiente para me apetcer escrever.
Pois eu sou ateia...e deve ser por isso que...não sei se tenho medo da morte. Tenho imenso medo da Não Vida.
Olá!
Eu também opto indubitavelmente por ficar por cá.
Bom Domingo!
(www.cegueiralusa.blogsopt.com)
Carreira, como disse ali atrás ao Leal Franco, por mais poéticas que sejam as dissertações sobre o outro lado...curto isto. Folgo em saber que tenho companhia :)))
Bom resto de Domingo para si também.
A emergência. A vida esvai-se entre as horas de trabalho e o resto que podia servir para fazer qualquer coisa que desse sentido ao tempo que dura a "garantia" que herdámos geneticamente.
E a quase inveja dos outros que acreditam que passam de uma sala para outra aonde encontrarão todas as saudades. "Quase", pela forma como estes últimos se consomem, como se não houvesse nada depois do túnel a não ser o tal palmo de terra. "Pára-raios nas igrejas..."
Regressando à praia, o melhor mesmo é tentar sentir cada grão de areia que passa por entre os dedos. Lamentando apenas a impossibilidade de não tocar a praia inteira.
A emergência. A vida esvai-se entre as horas de trabalho e o resto que podia servir para fazer qualquer coisa que desse sentido ao tempo que dura a "garantia" que herdámos geneticamente.
E a quase inveja dos outros que acreditam que passam de uma sala para outra aonde encontrarão todas as saudades. "Quase", pela forma como estes últimos se consomem, como se não houvesse nada depois do túnel a não ser o tal palmo de terra. "Pára-raios nas igrejas..."
Regressando à praia, o melhor mesmo é tentar sentir cada grão de areia que passa por entre os dedos. Lamentando apenas a impossibilidade de não tocar a praia inteira.
Só tenho uma pergunta a fazer?
Já alguém voltou para dizer se é bom ou mau? Até prova em contrário prfiro este mundo, por muito mau que seja a qualquer outro. mesmo que haja por aí quem diga que estão lá carradas de virgens à espera.
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