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terça-feira, novembro 06, 2007

Uma notícia parva

Há notícias que me deixam "banzado". Um miúdo de 10 anos que "Tendo crescido numa família com dificuldades económicas "foi repreendido" pela professora porque "estava a mexer no telemóvel e a professora viu" e tentou tirar-lho, ao que o miúdo, para defender aquele objecto que tanta falta faz numa sala de aula, deu um pontapé na professora, "devagar", só para a afastar, segundo as palavras do gaiato e ainda segundo o mesmo catraio "ia para lhe morder, mas não mordi”.
Parece que a Mãe está “cansada” pois é "uma mãe que, sozinha, há 20 anos tenta dar educação aos seus filhos" e os vizinhos acham que o puto é um bocadito "traquina" , "tem um espírito brincalhão, embora um bocado nervoso" e acham até que é uma criança "viva e brincalhona" mas também acham que “o pior” é quando o acusam “injustamente”.
Parece que foi por causa disso que ele reagiu mal "quando ia a começar a correr, o professor deitou-o ao chão e pôs-se em cima de dele” depois de ele ter visto o carro do professor aberto e "na companhia de outros rapazes, ter tirado algum dinheiro e outros objectos do seu interior".
Compreensível. Ninguém gosta de ser atirado ao chão depois de roubar um carro. E também ninguém gosta de ver desaparecer o seu telemóvel tirado por uma professora numa sala de aula, especialmente se esse telemóvel for fruto de muitos sacrifícios de uma família em dificuldades económicas que acha que o telemóvel é imprescindível a um miúdo de 10 anos que está no 5º ano de escolaridade.
Mas, felizmente que, nesta notícia o culpado ou culpados foram identificados. São os "psicólogos e pedo-psiquiatras" que "só lhe davam medicamentos que o deixavam como um zombie, nunca lhe foi feito um diagnóstico como deve ser". Mas a notícia não se fica por aqui. A cura também é identificada pois a mãe acredita que "o trabalho da psicóloga da escola vai ser positivo".
Claro que outra solução não poderá ocorrer, como por exemplo o seu trabalho como mãe ter falhado. Que a envolvência que tem rodeado o menino poderá não ter sido a mais correcta ou até que o miúdo tenha mesmo problemas.
Eu acredito na frase do Padre Américo de que "não há rapazes maus". Porque não há na realidade. O que me custa é que em pleno sec XXI haja rapazes que, por negeligência dos pais ou do Estado, não são acompanhados como precisavam de ser. Ao invés, mandam-se notícias destas cá para fora que de tão ridículas quase nos dão vontade de chorar.

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6Comenta Este Post

At 11/06/2007 7:46 da tarde, Blogger Leal Franco escreveu...

Este é exactamente um dos resultados naturais de uma política de educação deste e de anteriores governos de Portugal.
Mas o que é que as pessoas estavam à espera? Que os putos andassem a tocar lira?

 
At 11/06/2007 9:01 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Pois uma história banal da banalidade com se lida (não se lida) com estas situações.

 
At 11/07/2007 2:00 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

A mãe DEMITIU-SE da educação do filho.

Não é o Estado e os professores, que podem substituir, o laxismo dos pais para com os filhos.

O resto é conversa da treta.

Se os pais fossem mais vezes responsabilizados pelos desmandos das crias, certamente teriam outra postura, assim...

 
At 11/07/2007 3:06 da tarde, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo, mas eu disse que a mãe se dimitiu dessa responsabilidade, mas o problema se ninguém fizer nada irá agravar-se.
Acha que o Estado e os seus organismos não têm aí uma responsabilidade de fazer algo?

 
At 11/07/2007 11:32 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Os primeiros educadores devem ser os pais.

A escola será sempre complementar.

Assacar a responsabilidade á escola,por causa do laxismo dos pais, não penso ser correcto.

Sem dúvida a escola tem o seu papel, por exemplo em disciplinar ( atenção não confundir com reprimir), mas ou a escola tem poderes para impôr essa disciplina, para alem do poder paternal, e se necessario até contra ele, ou estará manietada, nos resultados que poderá vir a obter.

De que serve um professor ser rigido, e disciplinador, se o jovem chega a casa e faz o que lhe dá na real gana, com o acordo dos pais...

Aqui surge muitas vezes o grande problema entre o que escola pode e deve fazer, e o que a nossa sociedade lhe permite....

O antagonismo pais versus escola, é uma discussão que a nossa sociedade não está disponivel ainda para fazer.

Mas mas cedo ou mais tarde , esse debate estará na ordem do dia....

 
At 11/08/2007 7:50 da manhã, Blogger Daniel Arruda escreveu...

Anónimo concordo contigo, em especial com a última frase e penso que não me engano se disser que estamos de acordo no restante.
A Escola tem de ser um complemento mas que tem de saber identificar possíveis casos de risco. Neste caso estamos a falar de um miudo que aos 10 anos bate e rouba. Há que tomar medidas que a família não toma.

 

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