Uma notícia parva
Há notícias que me deixam "banzado". Um miúdo de 10 anos que "Tendo crescido numa família com dificuldades económicas "foi repreendido" pela professora porque "estava a mexer no telemóvel e a professora viu" e tentou tirar-lho, ao que o miúdo, para defender aquele objecto que tanta falta faz numa sala de aula, deu um pontapé na professora, "devagar", só para a afastar, segundo as palavras do gaiato e ainda segundo o mesmo catraio "ia para lhe morder, mas não mordi”.
Parece que a Mãe está “cansada” pois é "uma mãe que, sozinha, há 20 anos tenta dar educação aos seus filhos" e os vizinhos acham que o puto é um bocadito "traquina" , "tem um espírito brincalhão, embora um bocado nervoso" e acham até que é uma criança "viva e brincalhona" mas também acham que “o pior” é quando o acusam “injustamente”.
Parece que foi por causa disso que ele reagiu mal "quando ia a começar a correr, o professor deitou-o ao chão e pôs-se em cima de dele” depois de ele ter visto o carro do professor aberto e "na companhia de outros rapazes, ter tirado algum dinheiro e outros objectos do seu interior".
Compreensível. Ninguém gosta de ser atirado ao chão depois de roubar um carro. E também ninguém gosta de ver desaparecer o seu telemóvel tirado por uma professora numa sala de aula, especialmente se esse telemóvel for fruto de muitos sacrifícios de uma família em dificuldades económicas que acha que o telemóvel é imprescindível a um miúdo de 10 anos que está no 5º ano de escolaridade.
Mas, felizmente que, nesta notícia o culpado ou culpados foram identificados. São os "psicólogos e pedo-psiquiatras" que "só lhe davam medicamentos que o deixavam como um zombie, nunca lhe foi feito um diagnóstico como deve ser". Mas a notícia não se fica por aqui. A cura também é identificada pois a mãe acredita que "o trabalho da psicóloga da escola vai ser positivo".
Claro que outra solução não poderá ocorrer, como por exemplo o seu trabalho como mãe ter falhado. Que a envolvência que tem rodeado o menino poderá não ter sido a mais correcta ou até que o miúdo tenha mesmo problemas.
Eu acredito na frase do Padre Américo de que "não há rapazes maus". Porque não há na realidade. O que me custa é que em pleno sec XXI haja rapazes que, por negeligência dos pais ou do Estado, não são acompanhados como precisavam de ser. Ao invés, mandam-se notícias destas cá para fora que de tão ridículas quase nos dão vontade de chorar.
Etiquetas: Daniel Arruda
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Este é exactamente um dos resultados naturais de uma política de educação deste e de anteriores governos de Portugal.
Mas o que é que as pessoas estavam à espera? Que os putos andassem a tocar lira?
Pois uma história banal da banalidade com se lida (não se lida) com estas situações.
A mãe DEMITIU-SE da educação do filho.
Não é o Estado e os professores, que podem substituir, o laxismo dos pais para com os filhos.
O resto é conversa da treta.
Se os pais fossem mais vezes responsabilizados pelos desmandos das crias, certamente teriam outra postura, assim...
Anónimo, mas eu disse que a mãe se dimitiu dessa responsabilidade, mas o problema se ninguém fizer nada irá agravar-se.
Acha que o Estado e os seus organismos não têm aí uma responsabilidade de fazer algo?
Os primeiros educadores devem ser os pais.
A escola será sempre complementar.
Assacar a responsabilidade á escola,por causa do laxismo dos pais, não penso ser correcto.
Sem dúvida a escola tem o seu papel, por exemplo em disciplinar ( atenção não confundir com reprimir), mas ou a escola tem poderes para impôr essa disciplina, para alem do poder paternal, e se necessario até contra ele, ou estará manietada, nos resultados que poderá vir a obter.
De que serve um professor ser rigido, e disciplinador, se o jovem chega a casa e faz o que lhe dá na real gana, com o acordo dos pais...
Aqui surge muitas vezes o grande problema entre o que escola pode e deve fazer, e o que a nossa sociedade lhe permite....
O antagonismo pais versus escola, é uma discussão que a nossa sociedade não está disponivel ainda para fazer.
Mas mas cedo ou mais tarde , esse debate estará na ordem do dia....
Anónimo concordo contigo, em especial com a última frase e penso que não me engano se disser que estamos de acordo no restante.
A Escola tem de ser um complemento mas que tem de saber identificar possíveis casos de risco. Neste caso estamos a falar de um miudo que aos 10 anos bate e rouba. Há que tomar medidas que a família não toma.
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