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quarta-feira, dezembro 12, 2007

"Fiz jus deste modo ao adágio muito popular que reza que o homem é o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra."

Ouvindo Luísa Mesquita, aqui há umas semanas, poder-se-ia ficar com a dúvida se, de facto, houvera falta de lealdade da sua parte em relação ao Partido. Se o tal acordo escrito existiu. Se é legítimo, supostamente, aceitar as regras do jogo e depois recusar aceitar o resultado desse jogo...
Ouvindo Luísa Mesquita hesitar em dizer se continuava ou não comunista depois de décadas de militância, não distinguindo nunca ser comunista de militar no PCP, poder-se-ia ter dúvidas se, de facto, não terão havido afastamentos políticos e estratégicos que possam, não justificar, mas explicar a forma como o PCP a tratou.
No entanto, lendo a entrevista de João Barros Duarte, Presidente da Câmara da Marinha Grande saneado pelo PCP, ao Diário de Leiria, não há duvida que se instale.
A forma triste e desencantada como ele afirma: "Estes meus "amigos", com esta partida que me fizeram, conseguiram uma coisa que nem a PIDE conseguiu: desinteressarem-me e afastarem-me da política.", não pode deixar indiferentes aqueles que acreditam que a política não pode ser ausente de valores, de respeito pelos sentimentos, pelas vivências, pelas histórias dos homens.
Ler a forma como decorreu o "convencimento" para que aceitasse candidatar-se, as garantias que lhe foram dadas, muitas delas até contra a sua vontade, mostra que as dúvidas sobre Luísa Mesquita, deverão ter sido na sua quase totalidade injustas.
Ouvindo JBD, afirmar que continuará fiel à sua ideologia apesar do mal que alguns que dizem defendê-la lhe fizeram, dá-nos a certeza que para o PCP o que conta é o oportunismo politico, que levou o Partido a convidar um militante que lhe dava maiores garantias de ser eleito, e não o seu programa político ou os compromissos eleitorais que assume com os seus eleitores.

Perante esta entrevista perde todo o sentido a discussão se o lugar de Deputado ou de Autarca pertence ao Partido ou ao eleito. A única discussão que pode fazer sentido é se é próprio de um Partido de Esquerda tratar os seus militantes assim. Como inimigos a abater no momento em que, em nome de estratégias, carreirismos, interesses mais ou menos escondidos, deixam de lhe ser úteis.

À mulher de César não basta ser séria.
Não vale a pena apregoar a Democracia quando interrnamente não se ultrapassou os laivos estalinistas que tantas perdas, tantos desencantos e tantas traições trouxeram à Esquerda e aos trabalhadores.
Talvez o PCP devesse pensar na mulher de César de quando em vez....
(Via Arrastão).

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3Comenta Este Post

At 12/13/2007 6:13 da tarde, Anonymous Anónimo escreveu...

Muito bom post. Mas po rque não pensar no cesar mesmo?

 
At 12/14/2007 10:04 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

"Foi nesse cenário pouco amistoso, que então, de entre os três circunstantes que o compunham, um deles, jovem de brinquinho na orelha e com o sotaque madeirense"....então agora defendem quem disse isto? Ah! Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!

 
At 12/14/2007 3:02 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Não anónimo, criticamos quem, após anos de militãncia, afasta alguém só porque deixou de ser útil...e quem não respeita os seus eleitores nem os seus eleitos.
E quem não aprendu nada com a história...

 

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