Eu, os vícios e os genes que os chineses descobriram, coitados.

Estava aqui a ler esta notícia e a pensar que os meus 60% de genes devem ser uns gajos fracotes. A sério, sou muito pouco propensa a "vícios". Ok, refaçamos a coisa, a vícios mauzinhos.

Fumei durante um bom par de anos e deixei de fumar no dia em que soube que estava grávida e que ia ter o meu filho. Nunca tive ressaca nem entrei em desmames. Nem recaídas.

Ao longo da vida, fui fumando os meus charritos, mas nunca, senti nenhuma necessidade de fumar os meus charritos. Quando o fazia era porque me apetecia. Apetecia-me quando chovia, ou fazia um Sol do caraças, ou estava rodeada de amigos, ou estava uma Lua Cheia linda de morrer e uma companhia boa de tirar a respiração, mas nunca precisei de um charro para apreciar nada destas coisas. No charro, o facto de nunca ter aprendido a enrolar pode ter ajudado... como é lógico nunca tive ressacas nem entrei em desmames. Hoje, confesso, que há, pelo menos, dois anos, que nem um cheirito...e nem de tal me lembro.

Por duas vezes na minha vida recorri a Prozacs e primos, das duas vezes deixei quando achei que já não precisava, com a médica a gritar que estas coisas não são assim, quem é que eu penso que sou, é preciso o tal desmame, senão há recaídas...nunca tive recaídas. A segunda vez que recorri ao parente do Prozac, foi anos depois da primeira, e o convívio ainda durou menos do que da perda da virgindade na coisa.

Já apanhei algumas pielas, ao longo da vida, muitas vezes bebi álcool, nunca consegui beber um Gin, e eu adoro Gin, sozinha em casa. Nem beber vinho, e eu adoro vinho tinto, sozinha a uma refeição.

Entrei uma única vez no Casino Estoril. Decidi com o amigo com quem estava que gastariamos 500 escudos e vinhamos embora, Ganhámos 70 contos, e na altura 70 contos era dinheira para caraças, e viemos embora a fugir, com um intervalo nos bancos do jardim do Casino para dividir o dinheiro pelos dois. Nunca mais voltei a entrar num Casino.

Os únicos vícios em que os tais 60% de genes, funcionam, são, de facto, com pessoas. De quando em vez, vicio-me em pessoas. Aí há ressaca e, por várias vezes, já andei a bater com a cabeça durante os desmames...É um vício, possivelmente, como outro qualquer mas tem a vantagem de não precisar de curas de desintoxicação pagas. Outra pessoa ou uma cacetada na cabeça costumam resultar como cura. Às vezes, uma conversa em frente ao espelho também serve.

Ah, uma altura também me viciei em latas de leite condensado...e na Net...o primeiro passou com a balança...o segundo vai passando com a preguiça...

Concluindo, só devo ter para aí uns 10 ou 15 % dos tais genes que os chineses descobriram.