Previsões

Quando me sento no sofá, nesta posição e neste lugar precisos, da minha janela só se vêem os ramos da árvore do Instituto. Lá no alto, de vez em quando, aparece um bocadito de céu. Mas só muito de vez em quando. Não faço idéia que árvore é. Penso que não é importante. Apenas prova a minha ignorância em árvores.

Estou aqui há dez minutos, enquanto o frango acaba de assar, coitado, fixamente, a olhar para os ramos.

Está algum vento lá fora porque os ramos dançam (vergam?), incessantemente, à frente dos meus olhos. Conforme a direcção do vento, presumo (também não entendo muito de ventos, só me lembro que o meu pai me dizia, quando o vento dobrava os ramos da oliveira em direcção à galinheira, que eu devia levar o chapéu de chuva para a escola) ora dançam (vergam?) todos para um lado, ora todos para o outro. Todos, com excepção de um que teima em dançar (vergar?) ao contrário dos outros.

Não lhe auguro um bom futuro.

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