Quem ocupará o prédio que ontem ardeu, daqui a uns meses?
"Tanta gente sem casa. Tanta casa sem gente", dizia o slogan que espalhámos pelos prédios abandonados de Lisboa.
Continua tudo por e para fazer. Esta noite ardeu mais um, na Av. da Liberdade. Este já não terá que ser recuperado e será adquirido por um Banco qualquer. Menos um problema, pois.
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No Sábado tive oportunidade de, durante a tarde, entrar num prédio, tal como o meu, recuperado há onze anos, com o apooio do Recria. Tal como o meu, onze anos depois, precisa de obras urgentes. Na altura quem comprou, comprou como...novo.
Tal como no meu, metade dos condóminos são pessoas idosas que não podem pagar condomínio. A outra metade são compradores com recurso ao crédito à hanbitação, cujo aumento das taxas de juros e consequentes mensalidades, tornam impossível qualquer veleidade em rerecuperar (isto deve existir!!) o que quer que seja.
Recuperados à pressa, mal recuperados, recuperados sem qualquer fiscalização, aprovados com o recurso à corrupção e aos cheques passados, nem sequer por debaixo da mesa, a fiscais da Câmara, da EDP, da água, do gás, muitos dos prédios, então, recuperados, que enriqueceram construtores civis que se especializaram na "reconstrução", são hoje e serão nos próximos anos, um novo problema para a cidade.
O problema da recuperação e da habitação em Lisboa passa por muitos lados. Passa, antes de mais, pela denúncia da especulação e da corrupção.
A ver vamos que Banco, Hotel ou condomínio privado, ocupará o prédio da Av. da Liberdade daqui a uns meses.
Quem não será, todos sabemos: aqueles que a cidade expulsou e que se recusa a criar condições para que possam equacionar voltar.
...Etiquetas: Isabel Faria
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Eu sei! vai ser ocupado pelo Sá fernandes... tenho a impressão que nem nas reuniões do Ps o aguentam muito tempo... hhehehehehehehe
Tens toda a razão Isabel.
Quanto ao comentário do anónimo devo dizer como se dizia aqui há muitos anos: "riso javardo da besta satisfeita".
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