Maus humores de Domingo

Saí agora à rua para ir beber café e voltei pior que estragada. Já tinha acordado um bocado de sobrolho cerrado porque tenho uma dor nas costas. Aliás, já nem sei se é nas costas, ou no braço ou na cintura, porque acho que a gaja anda, tipo dor nómada. Mas pensei assim vá Isabel tá um dia tão bonito vais à rua e até te esqueces da dor. Parva como sou, de vez em quando, dá-me para seguir os meus conselhos e fui.

Logo à saída piorou quando a sra. dos sete cães estava com eles na sua casa de banho privativa, o portal da minha porta.

Depois no café, lembraram-me que hoje é feriado. A coisa complicou-se. Nunca hei-de entender que haja feriados ao Domingo. Ainda por cima um dia giro como o da Implantação da República nunca deveria ser ao Domingo (até aceito o Domingo de Páscoa, mas fico-me por aí, porque sou respeitadora das tradições cristãs e tolerante e assim). Ninguém imagina ver o José Relvas na varanda dos Paços do Concelho a um Domingo. Não liga. Aos Domingos não se implantam Repúblicas, nem se fazem Revoluções. Todos sabemos isso e não sei porque nos deixamos vencer por calendários com a mania que são ditadores.

Mas o pior foi o Multibanco. Como me habituei a fazer todos os pagamentos pela NET, e como depois de fazer todos os pagamentos fico sem dinheiro, não vou muitas vezes ao Multibanco. Agora fui, na minha única vez mensal. E não admito, mas não admito mesmo, que me tenham levado o boneco. O bonequinho até quando se ria a dizer que eu tava parva ou quê, não tinha lá dinheiro nenhum para levantar, não se ria de mim...eu sentia-o a rir-se para mim, tipo reconforto. Quando me mandava ir ao MB mais próximo, estava vermelho, em homenagem ao Daniel Arruda, e mantinha aquele ar bonacheirão de quem diz vá lá andar a pé até faz bem, olha a celulite e as artérias...tipo irmão, mesmo.

Agora que voltei para casa, apercebi-me que, com o choque, me tinha esquecido de levantar dinheiro. Vou ter que voltar a enfrentar isto tudo outra vez. E estou mal. Há dias que não nos deviamos levantar.