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terça-feira, abril 14, 2009

Gran Torino



A semana passada fui ver O Gran Torino de e com Clint Eastwood.
Creio que me tornei fã de Clint Eastwood, sobretudo, desde o momento em que ele se tornou, ao mesmo tempo realizador e actor, dos seus filmes. Ou, pelo menos, são esses que guardo.
No mesmo lugar ficará guardado Gran Torino. Apesar deste último ter, a meu ver, no papel de Kowalski, o melhor papel da carreira de Eastwood.

É um filme sobre a descoberta. A descoberta de si próprio. A descoberta dos outros. A descoberta do sentido da vida e a descoberta da dor da morte. Da sua, das que provocou, da dos outros.
Durante quase todo o filme, não nos emocionamos, porque ele consegue ter, à mistura ,uma dose de humor que nos impede a lágrima ao canto do olho. Mas até essa me parece uma aposta ganha. A descoberta de um homem por si mesmo, não nos deve meter a chorar...por mais trágico que seja aquilo que se descobre.

Não tenho a certeza se é um filme sobre a culpa como se escreve. Ou sobre a redenção. Recordo aliás, a cena da confissão que a falecida mulher tinha prometido ao Padre que Kowalski faria. Os pecados confessados são ramitos de uma vida de um homem adulto. As raízes, aquilo que deixou marcas e onde ela vai deixar marcas, não passa pelo confessionário da Igreja. Passa pela descoberta dos vizinhos, da família que não tem, passa pelo gesto de deixar a cadela presa à perna da cadeira da vizinha...ou pelo telefonema ao filho quando recebe os exames do hospital.

Para mim é um filme sobre o sentido da vida. Sobre o momento em que se descobre que a vida só faz sentido se for para dar e para receber. Sobre o momento em que a aproximação do fim nos mostra que se já não temos tempo para alterar o que fizemos e não fizemos, que, ousemos, ao menos, fazer diferente.
E melhor.

A não perder sob nenhum pretexto.

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6Comenta Este Post

At 4/14/2009 11:14 da tarde, Blogger josé manuel faria escreveu...

Ao contrário da Isabel, li um filme Católico em que Kowalski faz de Cristo quando propositadamente deixa-se morrer.

Repara no que escreves-te.
"Para mim é um filme sobre o sentido da vida. Sobre o momento em que se descobre que a vida só faz sentido se for para dar e para receber"

Queres frase mais Cristã!

 
At 4/15/2009 7:52 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

José Manuel, não sei se é uma frase cristã...serei cristã?
Creio que há uma frase que é decisiva no filme. Quando ele diz ao seu jovem novo amigo, que as mortes que lhe pesam não são as daqueles que executou por lhe mandarem mas daqueles que matou sem que ninguém madasse.
O livre arbitrio como nosso melhor aliado e/ou nosso pior carrasco não me parece que tenha nada de cristão...
A sério, Zé Manuel, acho que é um filme sobre um Homem não sobre um Cristo.

 
At 4/15/2009 11:21 da manhã, Anonymous Anónimo escreveu...

Isabel, gosto do teu new look no troll, mas tenho algumas saudades dos teus textos profundissimos, olha que até fiz uma petiçao on line do tipo volta Isabel please, mas a PT nao me activou a petição, os canalhas.


:-)
Olha querida (amiga) no tocante ao Sr. António Costa, já sabemos que ele chamou parasita e oportunista ao BE, por isso nem vale a pena eu perder mais tempo a falar de coligações de esquerda onde quem as convoca já tinha tido o requinte, o cuidado... e ja se tinha encarregue de as inviavilizar primeiro..

Pois é..

Bjs
António

 
At 4/15/2009 1:45 da tarde, Blogger Isabel Faria escreveu...

Anónimo, a PT é muita má!!

Pois...mudar faz bem e faz crescer. É como se dizia do lavantar cedo...
E não faças petições...aliás, faz-me um favor quando me vires a "pecar" manda-me um mail ou um sms a chamar uma porrada de nomes,ameaça que me dás porrada e que me mandas com coisas à cabeça...isto é, não me deixes cair em tentação!!!
:))

 
At 4/15/2009 11:01 da tarde, Blogger Sin escreveu...

Aceitei a sugestão de «o leitor», e adorei, por isso, mais tarde ou mais cedo, vou aceitar esta também :)**

 
At 4/16/2009 12:07 da manhã, Blogger Isabel Faria escreveu...

Sin, são diferentes. Apesar de tudo continuo a considerar "O Leitor" o melhor filme que vi nos últimos tempos...mas isto tem sempre tanto de subjectivo...
" O Leitor" foi visto em circunstãncias tão particulares, que elas se acabam de misturar com o filme...
Mas vai ver. Tenho a certeza que vais gostar. E tem um extra que acaba por ser doloroso: tenho-me lembrado do filme e tenho-me questionado se será o último de Clint Eastwood...acho que qualquer actor gostaria de acabar a sua carreira com um papel daqueles. E os anos não perdoam...oxalá que não.

 

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