Sem título
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É com esta frase que termina a crónica do DN sobre um acidente de trabalho que matou duas pessoas e feriu 3. Acaba assim e deixa-nos o amargo de boca de termos a certeza que somos tratados assim. Vai-se fazer um inquérito mas atenção que as pessoas eram de uma empresa pestadora de serviços. Não são considerados trabalhadores sequer. É uma forma simpática que a empresa contratante tem de lavar, qual Pilatos, as suas mãos.
Podemos dizer que são os sinais dos tempos, uma inevitabilidade. O patronato já há muito tempo que brinca com a vida de nós todos, seja quando regula tempos de trabalho ou quando reduz direitos, mas a situação fica muito mais crua quando brinca com a nossa vida literalmente, decididindo sobre a nossa morte ou vida. Pior ainda quando decide mas não assume que o faz. Para isso estão lá as empresas prestadoras de serviços, muitas vezes com capital e sede num qualquer paraíso, das quais não se conhece nome verdadeiro nem pessoa responsável. É assim como pedir a um estranho que assassine outro por nós, sabendo que para este crime nunca existirá a figura do mandante.
Etiquetas: Daniel Arruda
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Descartáveis, é assim que se chamam. Até na vida.
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