A Guerra nos olhares das crianças
Olhar a Guerra através do olhar das crianças, é uma tarefa dificil, porque penosa. Haverá quem, mas penso que só quem não sabe o que é ter um filho ou não sabe qual é o valor da vida humana, ache uma abordagem demagógica.Não é, pois, importante.
Passam hoje cinco anos sobre a invasão do Iraque pelas tropas de Bush e dos seus aliados.
Não vou colocar corpos de crianças mutilados comos os que enchem o Google. Nem corpos tapados por cobertores ensanguentados, enquanto esperam ser enterrados.
Apenas fotos onde há, ou ainda se sentem, olhares. Porque no olhar de qualquer das crianças da foto, há todo o horror, mas também toda a incompreensão da guerra. E é isto o mais chocante quando se olha a guerra pelo olhar duma criança. O que é que elas pensarão e sentirão de tudo isto? Algumas delas eram bebés quando tudo começou. Outras, possivelmente, não tinham sequer nascido. Umas e outras nunca souberam o que é viver em Paz. Nem quais as mentiras que tentaram justificar a guerra. Apenas a conhecem. O que será para uma criança ter uma arma apontada?
Há, entre as fotos, a foto duma criança americana ao colo da mãe, em frente a dezenas de caixões de soldados americanos. Também para ela a perda foi incompreensível.
Por fim, a última foto, a que deixo para publicar sozinha, é a foto de três crianças iraquianas, com olhar de esperança e um sorriso aberto. Por detrás delas, vislumbram-se os destroços da sua terra. Parecem quase apagados pela luz. É como se, naqueles olhares, nas costas que se voltam aos destroços, fosse o passado que se enterrasse. Assim os donos do Mundo as deixassem olhar para o futuro.
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Entretanto convido todos a visitar o Arrastão e o trabalho do Daniel Oliveira sobre a Guerra do Iraque. Tenho a certeza que não se arrependerão.
Etiquetas: Isabel Faria
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